Blog do Pedro Hauck: Sou testemunha da evolução da Bolívia

19 de outubro de 2020

Sou testemunha da evolução da Bolívia

 Minha primeira vez na Bolívia foi no ano de 2001, numa viagem que fiz por terra.

Saí de São Paulo de ônibus, atravessando a fronteira em Corumbá/Puerto Suarez e tomando o "trem de la muerte", na classe mais barata, até Santa Cruz de La Sierra, onde segui viagem de ônibus.


Centro de La Paz em 2001. Foto Pedro Hauck

Centro antigo de La Paz em 2001. Foto Pedro Hauck

Viagem de ônibus entre Sucre e Santa Cruz em 2001. Foto Pedro Hauck

Estrada entre Sucre e Santa Cruz em 2001. De terra. Foto Pedro Hauck.

Cidade no interior perto de Potosí em 2001. Foto Pedro Hauck

Subindo os Andes, parei em Cochabamba, depois segui para La Paz e atravessei a fronteira em Copacabana para seguir caminho até Cusco no Peru e depois conhecer Machu Picchu para retornar por um caminho mais ou menos parecido, porém desviando de Cochabamba, passando por Potosí, Sucre e retornando a Santa Cruz.

O ultimo trecho de estrada, entre Sucre (uma das capitais) e Santa Cruz (a maior e mais rica cidade do país), era de terra e não tinha pontes. Como era época de chuvas, tivemos que esperar até a madrugada para atravessar um rio, pois a noite diminuía o caldal, pois sua montante era tão alta que a água congelava.

Nossas roupas se enchiam de poeira, tudo era muito precário e o desconforto compensava pela aventura e também pelo preço! Era mais barato passar o mês na Bolívia viajando do que ficar em casa apenas comendo! Naquela época, 1 dólar valia 8 pesos bolivianos e a gente comia com 15 pesos! Se hospedava com 20! Era tudo muito barato para um estrangeiro, mas triste para um boliviano. Víamos o sofrimento do povo e a miséria nas ruas.

Repeti este roteiro outra vez um ano mais tarde e depois retornei o país mais 3 vezes de carro, dirigindo. As estradas de terra foram substituídas por asfalto e uma das únicas estrada que naquela época já tinha asfalto, a rodovia La Paz x Oruro, hoje é uma auto pista. Quanta mudança!

Mas não é só nas estradas, as cidades se transformaram e os preços não são mais os mesmos. Hoje 1 dólar vale 6,9 bolivianos, ou seja, a moeda local se valorizou e os preços também inflaram. Não se come com menos de 100 bolivianos e as opções aumentaram, a renda aumentou muito.

Sou testemunha da mudança que a Bolívia sofreu para melhor nos últimos 20 anos! O povo também. 

Ao longo dos últimos 50 anos, a Bolívia foi o país que mais sofreu golpes de estado na América do Sul e era o país mais pobre e atrasado. Não sou fã de político algum, pelo contrário, sou totalmente contra o personalismo político que Evo deu ao executivo no país vizinho, vide foto sequencia de fotos abaixo tiradas da bandeja de comida da companhia estatal de aviação:




Torço para que a Bolívia dê a volta por cima, deixe para trás as mazelas, respeite a democracia e continue sua evolução deixando para trás os personalismo e o autoritarismo do passado.

Nenhum comentário: