Blog do Pedro Hauck: maio 2010

31 de maio de 2010

Análise sinótica

Elaborado pela Meteorologista Mônica Lima

Na análise sinótica da 00Z do dia 31/05, observa-se uma frente fria entre leste do PR, oeste de SP, leste e norte de MS, sudoeste de MT e centro da Bolívia, este sistema tem seu centro de baixa em torno de 31S/43W. Outra frente fria, esta associada a ar bem mais frio, verifica-se entre a costa do RS e um ciclone de 988 hPa em 43S/39W .

O sistema de alta pressão pósfrontal predomina sobre a Argentina, onde está centrado com a isóbara de 1028 hPa no centro-leste do país. Este sistema estende seu escoamento até o centro-sul da Bolívia e Paraguai. Além disto, gera um forte gradiente de pressão sobre o Sul do Brasil, associado ao sistema frontal que observa-se na costa do RS (com intenso ciclone associado). Outro sistema frontal atua no Atlântico a sul do ciclone de 988 hPa. No Pacífico, observa-se a Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) centrada em 31S/88W, com pressão de 1028 hPa. A sul deste significativo gradiente de pressão observam-se sistemas transientes configurados, como o sistema frontal que aproxima-se do Sul do Chile. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) está centrada em torno de 34S/27W com pressão de 1023 hPa. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 07 e 10N sobre o Atlântico e entre 08 e 10N sobre o Pacífico.

Resumo: Tô indo pra Serra pra ver a primeira geada do ano! Fui!

29 de maio de 2010

Revista Escalada Int com número novo


A Escalada Int é uma revista on line de escalada editada e organizada pela galera escaladora do interior de São Paulo, como eu!

Pra quem não sabe eu sou do interior de SP. Nasci em Campinas, me criei em Itatiba e morei em Rio Claro. Por isso fui e assíduo frequentador de lugares como o Morro do Cuscuzeiro, Visual das Águas, Pedra Grande de Atibaia, Pedreira do Dib entre outros...

Pra relembrar meus tempos de arenitos paulistas, eu trago nesta atual edição da revista um artigo sobre o morro do Cuscuzeiro. Trata-se de um artigo diferente daqueles que encontramos em revistas de escalada, pois nele eu não falo de cadenas, nem de vias e projetos, falo do morro em si, sua formação rochosa, como ele se formou e evoluiu e o que esta evolução fisiográfica significa para a escalada da região em termos de potencial de escalada futura.

Espero que gostem do artigo!


Para visualizar, vejam a revista Escalada Int número 3

26 de maio de 2010

Mini curso: Teoria dos Refúgios Florestais e a biodiversidade das paisagens do Brasil.

Estou em Ourinhos, interior de São Paulo, para ministrar um minicurso na UNESP, a Universidade Estadual Paulista.

Pra mim é uma grande satisfação estar aqui. Este campus da UNESP surgiu enquanto eu fazia minha graduação na mesma universidade, mas em Rio Claro. Muitos de meus professores ajudaram a fundar o curso de Geografia aqui em Ourinhos, que é um curso voltado à climatologia geográfica.

Sou professor convidado e ministrarei o curso que abre o título deste post na VI Semana de Estudos Geográficos da UNESP de Ourinhos.

Neste curso, os alunos terão uma nova visão sobre a climatologia, que é a paleoclimatologia (já advinharam de onde veio meu apelido?) Veja a programação da semana.

Confira o conteúdo do Mini Curso abaixo (se gostarem me chamem que eu faço o curso denovo!)

Mini curso: Teoria dos Refúgios Florestais e a biodiversidade das paisagens do Brasil.
CONTEÚDO: Classificação das Paisagens no Brasil. Fisiologia dos Domínio morfoclimáticos brasileiros e Teoria dos Refúgios Florestais.

TEMA CENTRAL: Evolução das Paisagens no Holoceno do Brasil

SUB-TEMAS: Domínios Morfoclimárticos, Teoria Bioresistásica e Teoria dos Refúgios Florestais.

CARGA HORÁRIA: 02 aulas (8 horas)

PROCEDIMENTOS: Aula expositiva, explanação do conteúdo construindo gradativamente os conceitos teóricos.

RECURSOS:
Projetor multimídia

OBJETIVOS: Proporcionar aos alunos de forma simples e dinânica os principais aspectos da história das Paisagens do Brasil.

PROBLEMATIZAÇÃO:

A Teoria dos Refúgios Florestais é o conjunto de idéias mais importantes referentes aos mecanismos de evolução das paisagens Neotropicais da América do Sul e é o modelo teórico que melhor explica as razões para a biodiversidade das paisagens, assim como as extinções que houveram ao término do Pleistoceno. Neste mini curso pretende-se revisar o estado da arte dos estudos evolutivos quaternários sob a ótica desta linha de pesquisa paleo-geográfica.

CONCEITOS TRABALHADOS: Paisagem, Domínios morfoclimáticos, Ecossistemas, Refugios, Redutos, Relictos, Resistasia, Biostasia.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:

AB´SÁBER A. N. O Paleodeserto de Xique Xique. In: Revista Estudos Avançados 20 (56), 2006. p. 301-309.
AB´SÁBER A. N;  Razões da retomada parcial de semi-aridês Holocênica, por ocasião do "Otimum Climaticum". InterFácies (8), IBILCE, São José do Rio Preto, 1980.
AB´SÁBER A. N; A teoria dos refúgios: Origem e significado. Revista do Instituto florestal, Edição especial, São Paulo, março de 1992.
AB´SÁBER A. N; Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários. Paleoclimas (3).São Paulo. 1977b.
AB’SÁBER, A. N. Os Domínios de Natureza no Brasil: Potencialidade paisagísticas. Ateliê editorial. São Paulo. 2003, 159p BEHLING, H. Late Quaternary vegetation and fire history from the tropical mountain region of Morro do Itapeva, SE, Brazil. Paleogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology. 129. 1997a. pg. 407-422.
BEHLING, H. Arakarienwälder Südbrasiliens im Spätquartär. Natur und Museum. 130 (5). Frankfurt. 2000. Pg. 155-161.
BEHLING, H. Late Quaternary vegetation, climate and fire history of the Araucaria forest and campos region from Serra Campos Gerais, Paraná State (South Brazil). Review of Palaeobotany and Palinology, n. 97. 1997b. Pg. 109-121.
BEHLING, H. Late Quaternary vegetational and climatic changes in Brazil. Review of Palaeobotany and Palinology n.99. 1998. Pg. 143-156.
BEHLING, H; BAUERMANN, S.G; NEVES, P.C.P; Holocene environmental changes in the São Francisco de Paula region, southern Brazil. Journal of South American Earth Sciences. 14. 2001. Pg. 631-639.
BEHLING, H; DUPONT, L; SAFFORD, H. D; WEFER, G; Late Quaternary vegetarion and climate dynamics in the Serra da Bocaina, southeastern Brazil. Quaternary Internacional. 161. 2007. Pag. 22-31
BEHLING, H; LICHTE, M. Evidence of dry and cold Climatic Conditons at Glacial Times in Tropical Southeastern Brazil. Quaternary Research. 48, 1997. 248-358.
BEHLING, H; PILLAR, V. D; ORLÓCI, L; BAUERMANN, S.G; Late Quaternary Araucaria Forest, grassland (Campos), fire and climate dynamics, studied by high resolution pollen, charcoal and multivariate analyses of the Cambará do Sul core in southern Brazil. Palaeogeography, Palaeclimatology, Palaeoecology, n. 203. 2004. Pg. 277-297.
BEHLING, H; PILLAR, V.D.P; Late Quaternary vegetation, biodiversity and fire dinamics on the southern Brazilian highland and their implication for conservation and management of modern Araucaria forest and grassland ecosystems. Philosophical transactions of the royal society. 362. 2007. Pg. 243-251.
BIGARELLA, J.J. Variações climáticas no quaternário e suas implicações no revestimento florístico do Paraná. Boletim paranaense de Geografia, Curitiba, UFPR, v.10, nº 5, 1964.
BIGARELLA, J.J. Variações climáticas no quaternário superior do Brasil e sua datação radiométrica pelo método do carbono 14. Paleoclimas, São Paulo, IG-USP, nº1, 1971.
BIGARELLA, J.J; ANDRADE LIMA, RIEHS, P.J; Considerações a respeito das mudanças paleoambientais na distribuição de algumas espécies vegetais e animais no Brasil. Separatas dos Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 47. Curitiba- Porto Alegre, 1975. Pg. 411-464.
BIGARELLA. J,J; PASSOS, E; HERRMANN, M.L.P; SANTOS, G.F; MENDONÇA, M; SALAMUNI,E; SUGUIO, K; Estrutura e origem das Paisagens tropicais e subtropicais, vol(3). Editora da UFSC, Florianópolis, 2003. 552p.
BOMBIM, M. Por que muitos dos grandes mamíferos pleistocênicos sul-americanos se extinguiram? Craton&Intracraton: Escritos e Documentos, n°11. IBILCE-UNESP. São José do Rio Preto. 1981.13p.
CHAVES. S. A. M; História das caatingas: A reconstituição paleoambiental da região arqueológica do parque nacional Serra da Capivara através da palinologia. Revista Fumdhamentos, Fundação do Museu do Homem Americano, São Raimundo Nonato. V. 1 n. 2, pg: 85-104. 2002.
COUTINHO, L. M. O Conceito de Bioma. Acta Bot. bras. 20 (1): 1-11. 2006
ERHART, H. A Teoria Bio-resistásica e os problemas biogeográficos e paleobiológicos. Noticia Geomorfológica, Campinas, nº11, pg. 51-58, Junho, 1966.
HAFFER, J. & PRANCE, G. T. Impulsos climáticos da evolução na Amazônia durante o Cenozóico: sobre a teoria dos Refúgios da diferenciação biótica. Estudos avançados, Sept./Dec. 2002, vol.16, no.46, p.175-206.
HAUCK, P. A Teoria dos Refúgios Florestais e sua relação com a extinção da megafauna Pleistocênica: Um estudo de caso. Estudos Geográficos (UNESP), v. 5, p. 121-134, 2008a.
HAUCK, P. Cerrados, campos e Araucárias: A teoria dos Refúgios Florestais e o significado Paleogeográfico da Paisagem do Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa – Paraná. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós Graduação em Geografia – UFPR. Curitiba. 2009.
PARENTI, F. Problemática da pré-história do Pleistoceno Superior no Nordeste do Brasil: O abrigo da Pedra Furada em seu contexto regional. Revista Fumdhamentos, Fundação do Museu do Homem Americano, V. 1 n. 1, São Raimundo Nonato. 1993. pg: 15-54.
RODERJAN, C. V.; GALVÃO, F.; KUNIYOSHI, Y. S.; HATSCHBACH, G. G. As unidades fitogeográficas do estado do Paraná. Ciência&Ambiente, Universidade Federal de Santa Maria,  n. 24, Santa Maria. 2002. p. 75-92.
SOARES, R. V; Considerações sobre a regeneração natural da Araucaria angustifólia. Revista Floresta, v. 10, n. 2. Curitiba. 1972
SUGUIO, K; SALLUN, A, E, M; Geologia do Quaternário e Geologia Ambiental. In: Geologia do continente Sul-Americano. Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. Beca. São Paulo. 2004. Pg. 461-469.
VIADANA, A.G. A teoria dos refúgios florestais aplicada ao estado de São Paulo. Tese (Livre Docência). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Unesp, Rio Claro, 2000. 166 p.

25 de maio de 2010

No cume da sexta montanha mais alta do mundo! Parabéns Max!!!

É com grande prazer que venho dar esta notícia: Maximo Kausch fez cume no Cho Oyo (8201 mts) e está descendo com segurança!!!

Estou aqui com Palden e Alex. Está nevando e não conseguimos ter uma boa visão no momento. Deu tudo certo para chegar ao cume. Demoramos 8 horas para chegar aqui!  Disse Max desde o cume da montanha.

Foto do amanhecer no ataque ao cume do Cho Oyo em 2008

Não foi nada fácil, contra Max contou o mau tempo, que foi o pior dos últimos anos e também a cólera, que ele superou e ainda conseguiu forças para chegar ao topo.

A temporada foi tão ruim, que o Cho Oyo, que é uma montanha popular entre os oito mil, teve apenas o cume da IMG e da empresa de Max, que perdeu todos seus clientes, menos o inglês Alex Holt, que perseguiu o cume e fez junto com Max e Palden Sherpa.

Mas detalhes vocês poderão ver na matéria do AltaMontanha.com

No GenteDeMontanha, temos a mensagem que ele mandou desde o cume, junto com podcast, que tem gravado o breve relato desta escalada.

 Foto do cume do Cho Oyo. A montanha no horizonte é o Shishapangma

Em breve Maximo estará em Kathmandu, onde teremos mais informações sobre ele.

Foi a segunda vez que ele fez cume nesta montanha. A primeira foi em 2008!

Eu comecei a escalar junto com Maximo em 1998. Fizemos nossas primeiras montanhas de altitude juntos e é muito legal ver como ele evoluiu e hoje está num patamar elevadíssimo no montanhismo mundial. Valeu Max!

Maximo e eu no cume do Illampu, montanha de seis mil com rota normal mais difícil da Bolívia no ano passado.

Melhor ainda é que ainda temos muitos projetos de escaladas juntos e que eu ainda consigo acompanhar ele nas escaladas, ainda que fique bem pra trás, mas beleza.

Cada escalada que fazemos juntos, eu aprendo mais e mais e não só coisas de montanha, mas da vida, pois Max conquistou tudo isso isso sozinho, sem patrocinios, sem badalação, tudo foi com seu trabalho, suor e sacrificio. Maximo Kausch é o cara!

24 de maio de 2010

Liberdade incondicional...

Quando é sexta feira e seus amigos estão lendo uma carta sinótica, pode ter certeza que estão procurando um pinguinho de esperança de que haverá uma pequena e remota chance de haver uma janelinha de tempo sem chuva, mas não vai....

Pico Sem nome, Sábado

Foi assim este fim de semana, com chuva que não cessou nem por um minuto, mas mesmo sabendo disso, eu e meus amigos fomos para a Serra do Mar caminhar, pois escalar no Anhanagava sim estaria difícil.

A montanha escolhida foi o desconhecido Pico da Concórdia, um local esquecido pelos montanhistas paranaenses, mas que estamos tentando resgatar sua história...

Saímos da capital das chuvas bem cedo e logo já estávamos caminhando pela bela, molhada e gelada mata, enxugando as folhas da floresta e lavando as botas com a lama preta do solos recoberto de folhas mortas.

O Concórdia fica em um local distante no tempo, atravessa uma região com grandes árvores, que com o ganhar de altitude ficam pequenas e de dificil penetração, contribui com isso as bromélias e os bambus, que nos rasgam a pele e corta as canelas.

 Vista do cume do Concórdia

Bambu

Paisagem vista do cume da montanha que não vi

Apesar da chuva, chegamos ao Concórdia e ainda continuamos mais a frente, até chegar em um cume que não sabemos qual é, pois não deu pra ver nada. Não sabemos seu nome e nem como ele é...

No final, mesmo sem saber onde estávamos e sem ter uma razão para estar lá, fizemos uma caminhada muito divertida, sem nenhum propósito, apenas de fazer montanha, sob qualquer que seja a condição, gozando daquilo que mais me atrai no montanhismo, a liberdade, algo tão raro hoje em dia...

Falando em liberdade, me animo em saber que há pessoas do bem que ainda lutam para termos de volta nossa liberdade perdida. Obrigado André Ilha por representar o montanhismo e levar para dentro dos órgãos ambientais nossas demandas e desejos de liberdade, mostrando que montanhismo e conservação são sinônimos. Vejam na íntegra o email que recebi do André ontem a noite:

Para aqueles que não me conhecem, sou montanhista e escalador bastante ativo há 36 anos, e há alguns anos venho ocupando cargos na área ambiental do governo do estado do Rio de Janeiro, sendo que atualmente sou diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente - INEA.

Devido à minha formação, acompanhei de perto, ao longo dos anos, as crescentes restrições à prática de esportes como caminhadas, escaladas, voo livre, BASE jump, surfe e derivados, canoagem, mergulho e outros em parques nacionais e estaduais em todo o Brasil, baseadas na concepção, ao meu ver equivocada, de que a visitação nos mesmos deveria ser tão restrita quanto possível, dentro do conceito de "parque-fortaleza", ignorando a própria lei que afirma textualmente que parques são unidades de conservação que visam conciliar a proteção da fauna e da flora com o uso público ordenado ("atividades de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico", segundo a lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC). E, no caso dos esportes de aventura, também o medo exacerbado sobre as consequências de eventuais acidentes ocorridos no interior destas unidades de conservação levou a restrições despropositadas, que vão desde o seu banimento total até a obrigatoriedade de contratação de um "condutor de visitantes", ou "monitor ambiental" ou qualquer outro nome que se lhe dê para se colocar os pés dentro destes espaços protegidos. No caso do montanhismo, sobre o qual posso falar com mais propriedade e conhecimento de causa, isso significa que um escalador experiente hoje é forçado a contratar (a bom preço!) um jovem local, muito menos experiente do que ele, para fazer um roteiro tecnicamente desinterressante no prazo mais curto possível. Ou seja, para quem é do meio, isso simplesmente significa a morte da prática amadora de tais esportes em áreas protegidas, e mesmo a prática comercial é encurralada em níveis desanimadoramente modestos.

Ciente do equívoco desta postura, que colhe desafetos em vez de aliados para a criação e preservação de parques estaduais e nacionais por todo o país, abri um amplo debate interno no INEA sobre o tema com vistas a elaborar um ato legal sobre uso público em nossos espetaculares parques estaduais (Três Picos, Ilha Grande, Serra da Tiririca, Pedra Branca e outros) que conciliasse a indispensável e prioritária preservação do patrimônio natural neles contido com a visitação pública ordenada e responsável, porém livre de restrições descabidas. Em poucas palavras, um ato que mudasse a lógica perversa de que toda visitação deve ser proibida, salvo quando expressamente permitida, por outra onde toda visitação é permitida, salvo quando expressa e justificadamente proibida - o que impacta positivamente, em maior ou menor escala, TODOS os esportes que vocês cobrem e provavelmente também praticam.

Pois após amplo debate interno e posterior consulta pública através da página do INEA na internet, temos a grata satisfação de anunciar que no Dia da Mata Atlântica, 27/5, quinta-feira, às 9 horas, no Parque Lage (bairro do Jardim Botânico - Rio de Janeiro), teremos a tão aguardada assinatura, por parte do Governador Sérgio Cabral, do decreto que estabelece as regras para uso público nos parques estaduais do Rio de Janeiro. É um ato amplo, que começa com conceitos e princípios, e depois aborda quase todo o espectro da visitação em parques estaduais, sempre respeitando as diferentes motivações que levam as pessoas a procurar tais áreas.

Na mesma solenidade, teremos ainda o lançamento do segundo volume de uma série relatando experiências dos Núcleos de Regularização Fundiária dos órgãos ambientais estaduais do RJ, SP e MG e a certificação de oito novas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (espécie de parques privados, mas que oficialmente integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC.

Tendo em vista a importância deste momento, e todo o debate conceitual que está por trás dele, convido-os a cobrir este evento para os seus respectivos veículos - se possível comparecendo pessoalmente à solenidade, se não de outras formas que julgarem pertinentes. Um release estará disponível na página do INEA (www.inea.rj.gov.br) ao longo desta semana.

Obrigado pela atenção, e um abraço.


André Ilha

19 de maio de 2010

Maximo está quase pronto pra fazer cume no Cho Oyo!


Max me ligou hoje de manhã. Ele está de volta ao Acampamento Base Avançado do Cho Oyo e tentará cume na montanha provavelmente no dia 24 de Maio.

As coisas por lá estão bem, dentro do possível, pois o tempo esteve muito ruim nesta temporada e quase todas as expedições que estavam no Cho Oyo foram embora. Houve somente um cume até agora, então isso dá esperanças à equipe dele.


Noticias ruins....

Bom, nem tudo é coisa boa. O Maximo contraiu cólera, mas já se recuperou (mais uma doença de viagem!), ele está bem, mas aconteceram algumas coisas ruins com outras pessoas de outras expedições lá no Cho Oyo.

Houve a morte de um russo por problemas de altitude. Os Sherpas da expedição do Maximo ajudaram na evacuação do corpo... Outra coisa sinistra foi o que aconteceu com o Maximo. Ele estava montando a barraca em um acampamento alto e achou um braço, sim, um braço sem corpo! Ele está achando que é de uma expedição de 30 anos atrás, não sabe de quem é o dono....

Vamos torcer pra que o tempo melhore e que ele faça cume em breve e volte em segurança.

:::Acompanhe as noticias e ouça os podcasts em nosso site GentedeMontanha.com

18 de maio de 2010

Fim de semana no Ferraria

O pico do Ferraria é a montanha com acesso mais difícil na parte norte da Serra do Ibitiraquire, que é a parte que se faz acesso desde a Fazenda Pico Paraná.

Há muito tempo queria conhecer esta montanha, que tem um belo formato, preservando uma superfície plana e inclinada em direção E, nitidamente falhada e um cume saliente onde se desponta algumas rochas.

Então após muito tempo de combinação e enrolação, fui com meu amigo carioca que mora em São Paulo Paulo Roberto Felipe da Silva, vulgo Parofes, que veio ao Paraná somente para ir à montanha.

Acordamos sábado tarde, pois sexta foi a noite do jantar da montanha que em sua 37 edição reuniu quase 400 montanhistas de várias gerações, muito legal!

Chegamos à fazenda do Dilson às 12 horas e começamos a caminhas às 12 e 30, debaixo de um calor e sol forte. A caminhada inicial, subindo a crista do Caratuva que localmente recebe o nome de “Morro do Getúlio”, é uma pernada cansativa, mas logo que despontamos por fora da vegetação e já podemos ver a paisagem ao redor, nos enchemos os olhos de tanta beleza. Eu, com olhos atentos, observo as falhas geológica que bascularam aquele relevo, ao mesmo tempo, Parofes busca uma boa imagem em sua câmera fotográfica.
Visual desde o Morro do Getúlio

 Morro do Getulio

 Parofes olhando o Caratuva
Pouco depois deixamos o cruzamento da trilha que vai até o Pico Paraná e começamos a subir a segunda montanha mais alta do Estado, o Caratuva. Subida íngreme, mas tranqüila, mesmo com mochila cargueira. Chegando ao topo, encontro com colegas do Clube Paranaense de Montanhismo, que foram ali, mas retornaram no mesmo dia. Já estávamos num horário avançado, quase 4 da tarde, mesmo assim empreendemos nossa descida rumo ao Taipabuçu, uma montanha de três cumes impressionantemente cisalhada pelo tectonismo.

 Visual do Conjunto do Pico Paraná desde o cume do Caratuva

Detalhe para a parede do Ibitirati

 Taipabuçu e Ferraria visto desde o Caratuva

Nuvens tentam passar pelo colo entre as montanhas 

Vista para o Taipa e suas falhas

 A descida foi fácil e logo já deixamos a vegetação aberta de altitude e penetramos em uma agradável matinha nebular que fazia jus ao nome, pois nuvens ascendendo do canyon do rio Cotia tentavam passar por aquele colo entre montanhas.

Um pouco de caminhada e logo já estávamos no cume do Taipa, onde deixei as coisas com o Parofes e fui buscar água mais abaixo, numa tarefa que foi dificultada pela escuridão da noite que acabara de chegar. Com água, fizemos um pernoite de bivaque em um descampado no primeiro cume da montanha.

 Vista para o conjunto do Pico Paraná desde o Taipabuçu

Polegar do Caratuva

Passei um pouco de frio, isso porque eu levei um saco de dormir para +10 graus para não ocupar muito espaço na mochila e tive que dormir com apenas uma calça, já que a minha molhara com a água que eu levei para o cume. Por conta disso acordamos relativamente cedo, um tempo ganho para gastar depois com um café da manhã com pizza de frigideira e café de verdade que eu faço questão de levar pra montanha.

Após a refeição escondemos nossos pertences e fomos em direção ao Ferraria de ataque. A descida era a mesma que eu fizera na noite anterior para buscar água e foi bem tranqüila, até quando alcançamos o colo entre as duas montanhas, onde só haviam bambus, que impediam completamente a trilha.
 Vista do Ferraria desde o Taipa

Passando a quiçaça de bambus
Além da dificuldade de navegar naqueles locais onde a trilha era interrompida pelos bambus, eles próprios eram a dificuldade, pois além da tradicional quiçaça, havia também o babu fogo que te arranha todo e é muito urticante. Tivemos que passar muitos trechos agachados e até mesmo rastejando para conseguir passar por estes locais.

Passado o pior, a subida no Ferraria foi tranqüila, pois ali há uma belíssima florestinha nebular com um bosque muito agradável. É assim a subida o tempo todo, até que chegamos em um trecho rochoso que vencemos usando algumas técnicas de escalada convencionais, como chaminé. Passado o crux, o cume era ali, com um belo visual para a Serra do Capivari e também para o Ibitirati.

 Passagem pelo trecho rochoso do Ferraria

Caderno de cume

Vista diferente para o conjunto do Pico Paraná

Horizonte em direção Nordeste


O caderno, colocado ali em 2004, tinha ainda poucas assinaturas e a maioria repetida por pessoas já bem conhecidas. De fato, o Ferraria é uma montanha bem pouco freqüentada.

Passamos pelas mesmas perrengues para voltar, chegamos ao cume do Taipa já famintos. Lá tivemos tempo de fazer um macarrão instantâneo, arrumar as coisas e descer pela trilha debaixo, que tangencia o Caratuva,  que fizemos em apenas uma hora.

Chegamos na bica do Caratuva anoitecendo. Enchemos nossos cantis de água e fomos carregados rumo ao Itapiroca com luz de lanterna. Chegamos lá em cima e fomos brindados com um espetáculo: a entrada de uma frente fria.

O céu escureceu para norte, não dava mais para ver nenhuma estrela, mas não haviam nuvens, apenas uma nebulosidade... Logo, veio um vapor d´água não sei de onde, mas de baixa altitude que formou um mar de nuvens e impediu a visão do litoral, despontando apenas as montanhas mais altas da região.

Logo esta nuvem começou a subir, engolindo montanhas menores e subindo a sela do Pico Paraná, caindo para o lado do rio Cotia num fenômeno lindo de se ver, mas horrível de sentir, pois horas mais tarde começou a chover e nesse contexto acordamos de manhã e tivemos que desmontar acampamento e ir embora, sem poder subir o PP como planejávamos, ainda que o Parofes encontrou vontade de ir até o cume do Itapiroca e assim completar todos os cumes principais do Ibitiraquire que faltava pra ele.

 Nosso acampamento no Itapiroca

Conjunto do Pico Paraná sobre as nuvens

Voltando na chuva
Muita neblina

Na descida eu percebi que havíamos passado por alguns locais aonde alguns vândalos retiraram as polêmicas escadinhas. Á noite, na escuridão e na pressa, eu nem havia sentido a falta delas dado a trivialidade que é caminhar por ali, mas de dia pude ver os resultados da retirada de tais degraus: alargamento da trilha, já que as pessoas têm medo de usar a rocha como apoio e preferem agarras as raízes.

Mesmo com o aumento do impacto, o negócio não estava menos feio do que é a valeta da trilha antes do morro do Getulio, que precisa de uma intervenção para barrar a energia da água que está aprofundando ainda mais a trilha e causando ravinas.

 A polêmica das escadas não vai parar por aí. Mas digo que mesmo que façam um estardalhaço sobre este problema, os impactos humanos na Serra do Ibitiraquire são pequenos e muito pontuais. Os benefícios do impacto de nossa presença por lá é infinitamente maior do que os benefícios ambientais que a sociedade poderia ter se fossemos proibidos de fazer montanhismo. É preciso cuidado com este tema, pois não sabemos aonde radicalismos podem chegar e a liberdade neste parque estadual de papel é algo sem preço e muito bom!

12 de maio de 2010

Devemos obedecer regras absurdas?

Não, mas 2/3 da população obedece por vários motivos.

Na década de 1960, uma pesquisa de psicologia conduzida pelo Dr. Stanley Milgram realizou um experimento que pôde demonstrar amostralmente como que as pessoas são sucetíveis a obedecer regras, mesmo que elas pareçam absurdas.

Veja como foi realizado estes experimentos e o que isso tem a ver com a nossa vida e nossa liberdade em minha coluna no AltaMontanha: Qual é o limite de sua obediência?


11 de maio de 2010

Ajudando a proteger a Serra dos Cocais mais uma vez!


A luta pela conservação da Serra dos Cocais deu um grande passo na semana passada com uma manifestação popular que impediu a alteração do plano diretor de Valinhos que pretendia permitir a expansão urbana na Serra.

Se fosse permitido, a urbanização daquele local seria catastrófica, já que a Serra é um dos poucos locais de recarga do lençol na região, que é cada vez mais urbanizada e tem o solo cada vez mais impermeabilizado, ocasionando falta de água na época de estiagem e enchentes na época de chuvas.

Além da importância da Serra como manancial de águas, que é seu principal papel estratégico para os municípios de entorno, o local ainda abriga uma rara vegetação relictual de clima seco, que foi o que predominou na região durante a última glaciação. Além desta importância biológica e por não dizer genética, a Serra tem um relevo ímpar que por si só merece ser preservado como monumento geológico, que são os matacões de granitos, os famosos “Boulders de Valinhos”.

É uma grande alegria saber que eu estou ajudando neste processo. Foi na Serra dos Cocais que realizei minha primeira investigação científica, onde eu pude reunir conhecimentos sobre a gênese daquela bela paisagem. Este conhecimento é hoje usado de argumentos para a preservação e pesou bastante no fortalecimento da opinião das pessoas que querem ver a serra protegida.

Estes argumentos agora fazem parte da série de razões que serão usados pelos órgãos ambientais que tem interesse de proteger a biodiversidade para fazer que os políticos possam votar a lei que transforma a Serra dos Cocais em APA do Sauá.

Ao contrário do que dizem os politiqueiros que querem preencher as mentes incautas que eu sou contrário a preservação e conseqüentemente à montanha, meu comprometimento com a razão e a conservação do meio ambiente é verdadeiro e minhas ações falam mais do que acusações levianas e cínicas.

Foi graças à um artigo publicado na internet que o movimento ganhou fortalecimento eque faltava, com argumentos científicos contra a expansão urbana e a favor da instalação de uma Unidade de Conservação de uso sustentável que mantenha a economia rural, sem perdas para esta população e para a manutenção dos recursos paisagísticos.

Este artigo foi mais tarde estampado no principal jornal de Valinhos e estes argumentos estão fazendo toda a diferença na criação da futura APA do Sauá. Vida longa aos Boulders de Valinhos e à Serra dos Cocais!

Matéria com página inteira, mostrando argumentos científicos de minhas pesquisas para a conservação da Serra.


Detalhe, a matéria foi a chamada principal da capa. Dias mais tarde a população de Valinhos esteve em coro contra a proposta de alteração do plano diretor do municipio e contra a expansão urbana na Serra.


:: Veja mais: População de Valinhos – SP faz coro contra expansão urbana na Serra dos Cocais

8 de maio de 2010

A fantástica história do Açúcar

 Foto: paginaunica.com.br

Você consegue imaginar sua vida sem açúcar? Quem está acima do peso até tenta, mas é muito difícil evitar, pois este ingrediente está presente em muitas receitas e na vida cotidiana das pessoas.

Nem sempre foi assim. Adoçar uma bebida, fazer um doce ou tomar um leitE, como fazem no Paraná hoje em dia, era algo impossível com esta especiaria na Europa da idade média e no princípio da época renascentista. A cana de açúcar não cresce no frio europeu e por lá, antes do ressurgimento do comércio, o que adoçava a vida das pessoas era apenas mel, ou seja, somente os privilegiados podiam ter a sensação de experimentar algo adoçado.

A cana de açúcar já era amplamente utilizada na Índia e entrou no gosto dos ocidentais através das expedições de Alexandre "O Grande" por volta de 325 A.C. Foi com gregos e romanos que o melaço chegou à Europa, um produto caro e destinado somente à classes abastadas.

Somente mais tarde, em uma universidade da Pérsia, o açúcar foi refinado, facilitando o transporte e o estoque. Quando os árabes conquistaram a Pérsia, no ano de 650 D.C, a receita passou para as mãos deles e foi através das cruzadas que os europeus reviveram o gosto do açúcar, que se tornou uma das "especiarias" dos mercadores italianos na retomada do comercio europeu na renascença.

Ao contrário de hoje, o açúcar era um objeto caríssimo e poder usá-lo era uma ostentação de riqueza. De acordo com Lívia Lombardo, grandes esculturas de açúcar, normalmente na forma de navios e palácios, chegaram a ser produzidas durante os séculos 15 e 16 para enfeitar cerimônias reais e eclesiásticas. Foi este alto preço que justificou anos mais tarde a conquista de novas terras tropicais para o cultivo da cana, lançando Portugal à conquista de novas ilhas, como a Madeira e Açores, e a Espanha, com as Canárias.

A história que veio a seguir é conhecida de todos nós, a colonização do Brasil, a escravidão, os interesses holandeses no cultivo e a colonização das Antilhas. Por incrivel que pareça, o açúcar está muito mais penetrado na cultura e na história brasileira do que apenas em nossa culinária.

A história do açúcar não é nada doce, é uma história de sangue, de guerras e de poder que foi tema central de uma geopolítica em uma época em que o mundo sofria grandes transformações, foi o açúcar que retomou a globalização européia encerrada desde o final do império romano.

Se você se interessou por esta história, que é a nossa história, não deixe de ler na íntegra os interessantíssimos artigos sobre a História do Açúcar no blog História Viva:

A História do Açúcar antes do Renascimento
O açúcar nas ilhas portuguesas do Atlântico séculos XV e XVI
 
Como parte complementar à estes artigos, posso dizer que a geopolítica do açúcar ainda existe. Nesta história, tivemos importantes capítulos, como a a urbanização e favelização brasileira provocada pelo exôdo rural e o consequente crescimento de São Paulo. O Pró Alcool da crise do Petróleo da década de 70 e a retomada do Alcool combustível no século XXI e o crescimento do interesse estrangeiro sob esta matriz energética. O que virá em seguida?

6 de maio de 2010

Curso de GPS para navegação


Curso de manuseio e navegação com GPS urbana e outdoor

Este curso abordará desde os conceitos e manuseio básico de um aparelho GPS (Global Positioning System) como criação de pontos e tracks, até o uso de softwares para transferência de dados, upload de mapas e navegação urbana e outdoor com e sem mapas no aparelho.

O conteúdo será apresentado projetado e o aluno terá suporte do professor para entender como o seu GPS funciona e como utilizá-lo, com exercício prático realizado nas redondezas do local do curso.

Público alvo:

Proprietários de aparelhos GPS: viajantes em geral, praticantes de offroad, trekking, montanhismo, escalada, mountain bike, corrida de aventura, etc.

Temas abordados:
+ Como funciona o GPS
- Explicação básica do sistema de satélites, da margem de erros e do novo sensor SirfStar III
+ Introdução aos programas de GPS, Garmin MapSource e TrackMaker
+ Mapas de fundo para GPS: Projeto TrackSource, onde baixar e como fazer upload
+ Mapas com trilhas de montanhas, onde baixar e como fazer upload
+ Navegação com GPS
- Navegação urbana com mapas roteados
- Navegação urbana com mapas não roteados
- Navegação em trilhas
- Função Track Back
+ Armazenando dados do GPS
+ Transferindo os dados GPS para o computador
+ O problema da sobreposição dos trajetos. O armazenamento como pen drive USB
+ Visualizando o trajeto e os pontos do GPS no Google Earth

Aula teórico/prática com carga horária de 6h, parte em sala de aula, com apresentação datashow do conteúdo teórico e exercícios práticos realizados pelos participantes.

Sobre o professor:
Pedro Hauck, geógrafo formado em 2005 pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Rio Claro, mestre em Geografia Física estudando a evolução das paisagens dos Planaltos das Araucárias do Sul do Brasil e praticante de atividades outdoor, principalmente montanhismo e escalada em rocha.
Além disso é usuário e estudioso do sistema GPS e seu funcionamento há diversos anos, com diversas publicações sobre o tema na internet.

Próxima turma:

Sábado, dia 12 de Junho de 2010 das 9 às 16h.
Av. do Cursino, 3653 sala 23 - São Paulo/SP

Investimento:

R$200,00
Treinamento + apostila + certificado

Inscrições abertas pelo link de contato do site www.tacio.com.br ou email tacio@macrofotografia.com.br.

Turmas com tamanho limitado de participantes para maior aproveitamento.

4 de maio de 2010

Palestra 4 Gigantes bolivianos


 Nesta Quarta Feira, dia 05/05/10, ministrarei uma palestra sobre a expedição que eu realizei na Bolívia no ano passado junto com Maximo Kausch.

Na ocasião, escalamos as 4 montanhas mais altas daquele país andino, numa viagem cheia de imprevistos e muita aventura.

Se você estiver por Curitiba, vá ao CPM e prestigie a palestra.

Palestra 4 Gigantes Bolívianos
Onde: CPM - Rua Flávio Dallegrave nº 5044 - Boa Vista
Quando: Quarta Feira - 05/05/10 - 20 hs 


Veja mais no AltaMontanha.com

2 de maio de 2010

Serra dos Cocais novamente e urgente!

 A "Pedra" de Itatiba no ano de 98. Na foto está Maximo Kausch, eu e uma amiga.

Recentemente estive na Serra dos Cocais para visitar um local que faz parte da minha vida, um aglomerado de rochas que a gente chamava apenas pelo nome de "Serra" ou "Pedra".

Esta Pedra é um típico caso de relevo de caos de blocos, onde há um matacão sobre outro, formando uma caverninha onde eu costumava dormir quando era adolescente.

Alí era meu refúgio. Várias vezes eu ia durante a noite monido apenas com um saco de dormir, uma lona, um fogareiro, uma panela, salchichas e pão. Fazíamos um cachorro quente durante a noite, tomavamos mate e ficavamos conversando a noite toda, geralmente papos filosóficos.

Quem ia mais era eu e o Maximo. Levavamos sapatilhas e fazíamos boulder pela manhã. Lá tem várias linhas!

Além do bloco de rocha e da caverninha, lá ainda tem uma vista incrível, com um belíssimo pôr do sol para o lado de Campinas. Do topo, enxergamos a cidade de Itatiba, vemos a Serra do Japi, a Pedra Grande de Atibaia e a depressão periférica em Campinas... Meu sentimento quando lembro desta época e deste lugar é indescritível....

Pois bem, foi uma grande frustração este meu retorno. Para começar, logo no começo da trilha já existe um portal enorme, indicando a futura entrada de um condomínio. Várias pedras de valor estético menos já estão pintada com um X, mostrando que irão ser destruidas, talvez para fazer paralelepipedo.

No meu bloco, várias pedras foram lavradas para fazer paralelepipedo, que calçaram o interior da caverninha. Ao menos o empreendedor teve a sensebilidade de preservar aquele bloco. Mas o alterou para seguir uma estética urbana, transformando - o num monumento calçado e com escadas....

Isso seria evitado se a lei que transformaria a Serra dos Cocais em uma Área de Proteção Ambiental (APA), tivesse sido votada. A APA é uma Unidade de Conservação de uso sustentável, ou seja, não irá alterar a economia rural da região, mas irá impedir a expansão urbana, a maior ameaça da Serra dos Cocais que é a última área verde dentro da região metropolitana de Campinas.

Nos ajude a preservar a Serra dos Cocais. Assine o abaixo assinado que pressiona a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo a votar a lei e aprovar a APA do Sauá.

Abaixo Assinado

Veja também como a prefeitura de Valinhos cedendo a pressão dos grupos imobiliários e está mudando seu plano diretor para permitir o loteamento da Serra dos Cocais (aqui).

Não vamos permitir a destruição deste grande PATRIMÔNIO PAISAGÍSTICO!

Vista da Serra para Itatiba

Caverninha calçada. Muito triste

Entrada da caverninha.... sem comentários