Blog do Pedro Hauck: março 2011

28 de março de 2011

Águas de Março fechando o verão?

Há bastante tempo eu relato neste blog minhas andanças pelas montanhas no Brasil e em outros países. Por conta do montanhismo, eu tenho observado e vivenciado as mudanças no estado de tempo, sendo me minhas experiência e relatos permitem que hoje eu conclua que o clima está mais quente e que aqui no Brasil isso resultou no aumento de chuvas.

É possível afirmar o contrário? Acho que não...

Leiam minha atual coluno no site AltaMontanha.com e vejam o que eu acho sofre isso e um pouco do que já vive e experimentei neste contexto de mudanças climáticas globais....

Nevados Payachatas (Bolívia) nos dias 2 de Agosto de 2002 (esquerda) e 2007 (direita).

21 de março de 2011

Usando uma Nômade Titã até destruir.



Em 2007 eu adquiri uma Bota Nômade Titã, a primeira bota de montanhismo no Brasil feita com cordura e um ano mais tarde o mesmo modelo, porém com linhas de Kevlar.

No ano passado, depois de gastar o solado da Vibram até o final, eu ressolei em uma sapataria de Curitiba minha Titã velha e intensifiquei o uso da Titã com Kevlar até que no começo deste ano eu terminei por destruir amas as botas de tanto uso. A primeira não resistiu caminhar na Serra do Mar com muita chuva, solado feito pelo sapateiro acabou se soltando. A outra rasgou naturalmente de tanto usar.

Se passaram 4 anos desde que adquiri a minha primeira Nômade e 3 da segunda que foi muuuito usada. Utilizei estas duas botas em muitos momentos distintos: Na úmidade absurda (e inclusive debaixo da água de rio) na travessia Ciririca Graciosa, uma das mais dificeis do Brasil, na secura do Deserto do Atacama e na altitude da Bolívia (duas vezes), além de muitas e muitas montanhas, aproximações de escaladas e trekkings tão diversos que é impossivel citar aqui todos que fiz. 

Veja abaixo algumas fotos dos locais por onde estas botas passaram (Na verdade é só voltar no tempo até 2007 e ver que desde então elas sempre estiveram no meu pé):
 
 Aproximação do Cerro Mercedário - Argentina - 2008

Sajama - Bolívia - 2009

Illimani - Bolívia - 2009

Pico Paraná (várias vezes, difícil contar!)

 Amazônia 2011

 Deserto do Atacama - 2007
Bolívia 2007 e 2009

Uruguai - 2009

 Itatiaia - 2010

Monte Roraima - 2010/11

Salinas - 2008 (com calça rasgada!)

Avaliação:

Bem, passado tanta experiência, eu posso agora fazer uma avaliação das botas Titã.

Design: A Titã não é uma bota robusta, o que é uma vantagem. Botas robustas detonam o pé e não permitem movimentos dinâmicos. Sabe aquele famoso trepa pedra? Com uma boa Titã eu tive mais agilidade nos momentos mais delicados. Tudo isso protegendo meu calcanhar. Neste anos todos não torci o pé nenhuma vez. Gostei a aprovei a biqueira na ponta da bota.

Tecnologia: Achei a bota interessante devido o material. A cordura, tanto com Kevlar ou pura, deu leveza e maleabilidade à bota. Por um lado isso é muito bom, pois significa conforto, por outro, a maleabilidade com o tempo acaba provocando pontos de fraqueza que num dia molhado em trilha pesada pode levar a bota à um colapso. Apesar deste defeito, foram 4 anos de uso em uma e 3 em outra. Ou seja, fiz um uso pesado e memo assim ela resistiu bastante tempo. Então tá totalmente aprovado neste requisito.

Solado: Bem, este é ponto negativo. Na verdade isso não é uma crítica à Nômade, mas sim à Vibram, a fabricante do solado que vem na Titã. Este solado mostrou ineficiente para segurar uma caminhada em cima de pedras umidas. Descer uma trilha como o Itupava num dia chuvoso ficou bem complicado e perigoso. Acho que a Nomade deveria rever este tipo de solado e a Vibram pensar em trazer para o Brasil um solado que não escorregasse tanto na umidade. Já no seco, bem, aí foi tranquilo!

Conforto: Bem este é o item que fez a diferença. Neste anos todos, tirando as vezes que eu enfiei a bota dentro de rios, não experimentei mais o que é ter uma bolha. As botas Nômade são tão confortáveis que parece que a gente não tá pisando no chão! Não é puxação de saco, é por causa da palmilha mesmo!

Preço: Este item é muito importante, pois de que adianta ter uma super bota se ela não cabe no seu bolso. Uma titã custa no mercado entre 350 e 400 reais. Não é a bota mais barata, porém ela atende aquele que eu chamo de custo benefício. Uma bota mais barata irá durar muito menos e destruir seu pé. Uma bota muito mais cara custa o preço da marca e não irá oferecer muitas vantagens a mais.


Conclusão: APROVADO!

15 de março de 2011

Tacio Philip vence Cesinha no Máster de boulder do Chile.

Tacio Philip Sansonovski
Deu no AltaMontanha: http://altamontanha.com/colunas.asp?NewsID=2813

Classificação final do 4ª máster de Boulder de Santiago:
             
Masculino:
Jesus Gonzales 1º (CHI)
Cesar Grosso 2º (BRA)
Tomas Ravanal 3º (CHI)
André Belê 4º (BRA)
Lucas Gaona 5º (CHI)



Pra  quem não sabe, o Tacio é meu parceiro de escalada. Junto com ele, iremos ministrar um curso super bacana de escalada em rocha.

Se o Tacio venceu o Cesinha em campeonato, imagina só a qualidade de nosso curso!!!

Então não perca tempo e se inscreva logo, pois o curso será no final do mês em São Paulo!

Clique para ver o próximo curso:


3 de março de 2011

Biodiversidade abstrata não tem valor

"O Brasil inteiro fala da biodiversidade mas come biodiversidade dos outros. 

Criamos vaca, vaca não é nossa, criamos galinha, galinha não é nossa. 

Plantamos trigo, arroz, café, laranja, soja, nada é do Brasil. 

Cadê a criação de anta, cadê a criação de veado, criação de mutum ? 

Cadê a plantio de mertalha, cadê a domesticação do pêssego do mato, NÃO TEM.

O Rio Grande do Sul que fala bastante nas tradições, também é a mesma história, 
 
FALA BASTANTE DA SUA BIODIVERSIDADE MAS NÃO A COME.

Então isso é um problema, biodiversidade abstrata não tem valor." 









Sugestão de vídeo por Dalmace Capell da Associação de Amigos da Serra dos Cocais - Valinhos SP

2 de março de 2011

A morte dos bambus

Desde o ano passado tenho notado que na Serra do Mar do Paraná, os bambus tem desaparecido no meio da floresta. São grande clareiras sendo formada pela morte deste tipo de vegetação, que forma a famosa "quissassa".

 Bambuzal morto na Serra do Ibitiraquire

Bambuzal no pico do Ferraria na época em que estava vivo.

Pra quem caminha na Serra é uma ótima noticia, pra quem estuda ecologia e biodiversidade também. Primeiro por que os bambus são um inferno, pois prende nossas mochilas e impedem a passagem em muitos trechos. Depois, pois os bambus são muito invasivos, abafam outras plantas e as sufocam, fazendo com que existe uma perda de várias plantas, que são substituidas por uma só.

 A notícia é boa, porém, por que eles estão morrendo?

Há quem diga que os bambus tem uma ciclicidade de vida e em um determinado momento nascem, crescem e depois morrem. Eu acho isso meio estranho e levanto uma hipótese: Não estariam estes bambus sendo apodrecidos pelas chuvas?

Digo isso pois nos ultimos 3 anos não tivemos época de seca. Choveu todos os meses do ano como se não houvesse inverno e os meses de verão foram mais quentes que o normal.

De fato, todos estes bambus mortos estão podres e desde 2008 (como podem verificar nas postagens antigas), tem chovido de maneira absurda!

Esta é uma hipótese, mas o que será que realmente está acontecendo? Alguém já estudou a respeito?