Blog do Pedro Hauck: maio 2008

29 de maio de 2008

Viagem pelos Canyons e Serras do Rio Grande e Santa Catarina

Nesta última semana estive no Rio Grande do sul e Santa Catarina. Fui para um congresso de Geografia Física em Santa Maria e na volta aproveitei para conhecer as paisagens dos canyons e serras destes estados. Foi um dos lugares mais bonitos que eu já estive. Estou colocando umas fotos para mostrar melhor como são estes lugares.

Vista do topo do Morro do Botucaraí, próximo a Santa Cruz do Sul.

Canyon do Fortaleza, em Cambará do Sul.

Pôr do sol e lua cheia no Fortaleza.

Paisagem no interior do Parque Nacional da Serra Geral, onde os capões de Araucária dividem espaço com os campos.

Vale do Rio Caí em Gramado. Observa-se um interessantíssmo relevo aplainado e dissecado com a presença de morros residuais em superfícies mais antigas.

Panorâmico do Monte Negro, o ponto mais elevado do RS para o canyon de mesmo nome.

Lajedo das Margaridas em Cambará do Sul.

Serra do Rio do Rastro em Lauro Muller, SC.

Panorâmica do topo do Morro da Igreja, ponto culminante do Estado de Santa Catarina, no Parque Nacional de São Joaquim.

Ps. Sei que as montagens não ficaram das melhores, mas é que minha camera é muito amadora e não dá pra regular manualmente a abertura do diafragma.

13 de maio de 2008

Viagem geográfica pelo sul do país

Acompanhado de três geógrafas, a Karine, Karla e Eliza (da UEM, UFPR e UFSC) estive estes dias viajando pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul à caminho de Santa Maria, onde estamos estamos agora participando de um Simpósio internacional de Geografia Física. No caminho aproveitamos para conhecer melhor nosso país e fazer algumas observações geológicas - geomorfológicas e paisagísticas.

Um dos lugares que mais nos chamou atenção foi a Serra da Boa Vista em Santa Catarina, um lugar muito bonito onde observamos superfícies aplainadas recobertas por capões de Floresta ombrófila mista e campos de altitude.

Fizemos um acompanhamento dos afloramentos rochosos e vimos a estratificação geológica, saindo do embasamento pré cambriano e indo até o Mesozóico.

Agora em Santa Maria estamos apresentando trabalhos, mas assim que der aproveitaremos para dar umas escaladinhas nos afloramentos de arenito da região, ah, arenitos jurássicos da formação Botucatu. O mesmo do Morro do Cuscuzeiro Em São Paulo, saudades...

Vista panorâmica da Serra da Boa Vista.

Folhelhos Betuminosos paleozóicos da Formação Iraty na Serra da Boa Vista.

Enxofre em meio aos flolhelhos.

Capões e campos.

Contato da Formação Iraty com a Serra Alta.

E Enfim nos Basaltos da Formação Serra Geral.

A mulherada da Geografia atravessando o Rio Pelotas, divisa RS/SC.

Km 0, e pensar que já estive nesta estrada km último...

10 de maio de 2008

Pedrão de Pedralva vista por outro ângulo

O fim da minha viagem por MG foi em Pedralva, um lugar que para mim é super especial, pois tem uma rocha muito boa e uma parede alta e linda, a Serra do Pedrão.

A Serra do Pedrão é um enorme monolito de gnaiss de trezentos e poucos metros de altura e muito largo, com muita possibilidade ainda para abertura de via.

A via mais famosa do local é a Evolução, um 4 grau com lances de 6 sup super protegido, bom para quem quer fazer a primeira parede. Ela tem 10 enfiadas! Eu fiz a Evolução há 2 anos atrás, foi a melhor via que eu já escalei, mas desta vez, com o Tácio e a Lú, mudamos os ângulos e fizemos outras 3 vias que dão cume, Sabotadores, Suano Arcu e Racha Cuca.

A mais fácil é a Sabotadores, um 4 grau susse pouco exposta. A Suanu Arcu é a mais exposta. As duas enfiadas finais tem apenas uma chapa além das paradas, passei um adreno terrivel lá, pois achei que estava perdido na parede. O grau é um 4 grau e tem um crux de 6sup, grau de exposição médio E3.

A via mais linda é a Racha Cuca, uma via nova, tem menos de um ano da conquista. Por isso ainda tem muita laca solta e musgo.

Essa via tem uma fenda no começo maravilhosa, tem uma enfiada mais ou menos exposta de 6 grau e um crux bem protegido de 6 sup, achei na realidade o lance mais facil da via, pois estou acostumado com escalada esportiva.

Depois de Pedralva voltei para Curitiba e agora estou em Florianópolis a caminho de Santa Maria (RS) onde vou participar de um congresso de Geografia Física e também escalar em arenito. De lá mando notícias.

O lugar no Pedrão de Pedralva onde ficam as vias que escalamos.

Tacio na Sabotadores.

Sabotadores.

No topo da Suanu Arco.

De Land Rover fica tudo mais fácil.

Lú guiando uma enfiada na Racha Cuca.

Esticãozinho.

Escalando em Andradas

Depois de escalar na região de Bragança, eu e a Lú continuamos nossa pequena viagem de escalada em Andradas, sul de Minas que é um campo escola de escalada em paredes. Campo escola porque tem muita via no estilo de parede, embora as paredes lá não sejam muito grandes, tem no máximo uns 250 metros.
250 metros de via, embora não seja lá uma parede, também não é pouca coisa não, o suficiente pra dar umas 6 enfiadas que em Andradas podem ser fáceis ou bem difíceis e técnicas, por isso um campo escola.
Lá tem 3 morros onde há vias grandes, o Morro do Pântano, Morro do Boi e Pedra do Elefante. Desta vez, como estava com pouco tempo, escalei somente no Pântano uma via curta, Nini Van Prehn (5°VI) de apenas duas enfiadas e 3 vias e na Pedra do Elefante, Era do Gelo (5°Vsup E1), Vulcano (5°VI E1) e 5:15 (5°VIsup E2).
Destas vias a que mais gostei foi a 5:15, que infelizmente não pudemos concluí-la, pois no dia já havia feito a Era do Gelo e a Vulcano e então pegamos o pôr do sol na via, voltaremos...
Vou deixar umas fotinhos para mostrar o que é Andradas.
Lu guiando a primeira enfiada da Nini Van Prehn
Escalando a Era do Gelo Acho que aqui foi na Vulcano Uma travessia na 5:15 Um pouco antes de anoitecer na 5:15 E enfim o final do dia...

5 de maio de 2008

Visual das Águas depois de muito tempo



Estou em São Paulo depois de muito tempo sem voltar pra cá.

Vim com a amiga Lú para ver minha família e aproveitar as rochas perto da minha cidade, Itatiba, que em Tupi quer dizer "muita pedra".

Depois daquele tradicional encontro de familia, no aniversário de um ano do meu sobrinho, aproveitei o bom tempo (metereológico), coisa que não via a muito tempo (cronológico) e fui matar saudades de um dos lugares que mais gosto de escalar: O Visual das Águas em Bragança Paulista.

Escalamos 10 vias no total, entre 5 grau e 7 algo. Digo algo pois a via que me refiro é uma que nem sequer tem nome, trata-se de uma variante da Domingo de Chuva conhecido como sendo a "Via da Chapeleta".

Esta via era um 7a, de acordo com o guia da Dani e do Birão, era... Uns dois anos atráz eu, sem querer, quebrei a agarra chave que ficou um bi-dedo super machuquento.

Agora você tem que chapar o pé esquerdo num reglete delicado, subir o corpo e alcançar este bi-dedo machuquento e segurar o corpo nele, depois, lançar a mão direita num outro reglete de bi-dedo, também super machuquento, segurar o corpo num reglete ainda menor para o pé direito, invertido. Aí sobe vagarosamente, para não perder o equilibrio, com o pé esquerdo e chapar ele num outro reglete inclinado.

Conseguindo, vc sobe o pé direito numa agarra alta e só depois tira a mão direita do relete e retapa num abaolado distante. primeiro vc pega no abaolado ruim e depois retapa num melhor, aí estabiliza, reposiciona os pés, larga a mão esquerda e pronto, vc fez a via da chapaleta: grau sugerido: 7c.

Vamos aproveitar o tempo bom nesta semana para escalar pelo sul de Minas. O primeiro lugar que vamos é Andradas. Já estamos saindo....

4 de maio de 2008

Escalando na Chuva

Alguns posts atrás eu reclamei das chuvas que não páravam de cair. Pois é, estamos em Maio e ainda está chovendo como se fosse Janeiro, que tristeza...

Esta ultima semana, a Lu, uma amiga de Santa Catarina pegou férias e foi para Curitiba escalar, coitada... pegou um chuvaréu.

Mesmo assim aproveitamos o pouco que eu eu fomos duas vezes para o Anhangava e uma em São Luis do Purunã. As fotos dizem mais.

Com a Lu no Anhagava, unico dia de sol na semana...

Nossa tentativa de escalar no Morro do Canal acabou aqui...

Mas em São Luis do Purunã conseguimos escalar com o Tonto...

... Mas debaixo de muito frio e neblina.

3 de maio de 2008

Origens e evolução da Serra do Mar

Depois de muito tempo resolvi cumprir o prometido: Escrevi um artigo em uma linguagem fácil para que pessoas comuns entendem como se originou a Serra do Mar.
Este foi para mim um grande desafio, já que a história da Serra do Mar é muito longa e complexa e nos obriga a entrar em questões geocientíficas profundas, então como fazer que pessoas que não são da área, mas que tem curiosidade, compreenda esta história magnífica. O resultado foi um artigão com mais de 15 páginas com ilustrações e fotos. Para lê-lo na íntegra clique aqui. Adiantando um pouco as conclusões, nossa famosa Serra não é uma cordilheira, mas teve influencia de eventos tectonicos em sua formação, entretanto agentes erosivos também atuaram ou seja, a Serra do mar é explicada pela conjugação de eventos estruturais e climáticos (principalmente paleoclimáticos)....