Blog do Pedro Hauck: novembro 2011

11 de novembro de 2011

Novo apoio: Hard Adventure!

Tenho uma novidade para compartilhar. Desde a semana passada conto com o apoio da Hard Adventure, nova fabricante de roupas esportivas para o meio de aventura.

Fiquei muito contente com esta parceria, primeiro por que eu já estava parecendo um "climbing bum" com minhas roupas antigas, de tão velhas e surradas que estavam e segundo por poder fazer parte de uma equipe de atletas que a marca apoia, a qual inclui nomes como Davi Marski, Arthur Estevez e Daniel Casas.

A partir de agora, vc´s verão eu surrar as roupas da Hard, que prometer ter vindo para o mercado brasileiro para oferecer equipamentos de qualidade. Já estou testando a calça Hard Elastic, calça Pro Mountain com cordura (ver revisão do Davi Marski) e as camisetas Bamboo e a com Ions de Prata (que eu fiquei 10 dias usando e não fedeu!).

O legal da Hard é que ela é uma marca que mais do que se identifica com o montanhismo, ela é formado por montanhistas. O proprietário da marca, Thiago Fernandes, começou a fazer montanha bem cedo e com 17 anos já foi sozinho pra Patagônia escalar no Frey. Em sua fábrica em Hortolândia, interior de São Paulo, ele me mostrou não só a linha de produção, mas contou sua história, que é muito parecida com a minha, pelo menos no quesito da busca por aventura e depois estudos.

Agradeço ao Thiago pela confiança. Agora é colocar as roupas em uso!

Eu e Thiago na fabrica da Hard em Hortolândia SP


7 de novembro de 2011

Com amigos

Junto com a Camila Reis, Rafael Marzall, Camila Armas e Rodolfo "Rodox", estive colocando os "amigos" em ação neste final de semana no setor 3 de São Luis do Purunã, que está ficando movimentado com os preparativos e a divulgação do I Festival de Escalada Tradicional do Paraná.

Parabéns ao Elcio, Alessandro, Andrey e a galera que está promovendo o local e o festival (que promete!), mas que não poderei participar por um compromisso com outro amigo (não dos que usei neste fds). (ver link do festival: http://altamontanha.com/colunas.asp?newsID=3116)

Além dos amigos, comecei a testar as roupas da Hard Adventure, nova marca de montanha que também promete equipos de qualidade. Já estou usando e testando a nova calça com cordura "Pro Mountain" e a camiseta com tecnologia de ions de prata, que com 9 dias de uso, não fedeu! (calma, já está no cesto indo pra maquina de lavar...)

Vejam as fotos:

Eu e o setor 3

 Quantos amigos, olha a cara de felicidade do Rafa!

Rafa na segue e eu na Variante Brasilia

Rafa vindo de segundo na Brasilia

 Rafael na Madre Teresa e o meu pé

Travessia da Coringa pra Batman

Robin

Amigos...

nem tão amigo...

Fel da Terra

Entrando no diedrinho da Fel...

... tenso!

Varejo

 Cami

Rodox e Camila


4 de novembro de 2011

Vote nas Cataratas do Iguaçu

... mas não se esqueçam de limpar o rio que pode se tornar uma das maravilhas do mundo.

Hoje de manhã, o Waldemar Niclevicz, que é o montanhista brasileiro com mais experiência em altitude no país e uma das maiores referência no esporte, se juntou a diversas pessoas que defendem que as Cataratas do Iguaçu seja votada como uma das maravilhas do mundo.

O feito do Waldemar é notável. Chamar atenção do público para que esta verdadeira maravilha do mundo se transforme numa maravilha oficial é muito boa para o Brasil e para a Argentina, países que dividem as cachoeiras. É ainda mais pra nós paranaenses, pois o rio Iguaçu nasce em nossa Serra do Mar e atravessa todos os planaltos do Estado até chegar no rio Paraná. As águas deste rio fazem um caminho enorme até encontrar o mar, no estuário da Prata, entre a Argentina e Uruguai, sendo que sua nascente fica apenas 15 km do litoral!

Apóio totalmente a iniciativa do Waldemar, que além de ser uma inspiração, é um colega de montanha com quem eu já dividi corda na montanha. Foi ele que me apresentou algumas das mais belas vias do Marumbi, cordão montanhoso onde nascem alguns rios que drenam para o Alto Iguaçu.
 
Aqueles rios de águas cristalinas que descem as encostas da Serra do Marumbi e Baitaca formam o rio Iguaçu e logo no começo ele atravessa a região metropolitana de Curitiba. Coitado! A capital ecológica tem seu lado feio e este é o lado do rio Iguaçu: Suas margens já foram totalmente destruidas, sem mata ciliar, o rio é constantemente assoreado, o que não é ruim para as cavas de areia, que durante décadas serviram os paranaenses de areia para suas construções, ecológicas ou não...

O rio tão bonito, que serve o povo da RMC de água, torna-se indesejável quando cruza a cidade. Sua margem é tão desvalorizada que ninguém quer morar lá perto e o local se transformou no maior bolsão de pobreza do Estado, onde milhares de familias, sem ter onde morar, construiram precárias moradias em uma situação de risco.

Depois de cruzar a capital, o rio morto vai ganhando vida novamente. Ele corta a escarpa entre o primeiro e segundo planalto e depois entre o segundo e o terceiro, mostrando que é mais antigo que o relevo do estado! Entranto na região dos basaltos, ele vai se encaixando nas fraturas e falhas existentes nesta rocha até a região próxima à sua foz, onde há um desnivel abrupto ocasionado pela diferença de resistencia entre um e outro tipo de basalto. Ali, o rio está enxaixado numa falha, que é o canyon do rio Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e a Argentina. O resultado é o espetáculo das Cataratas do Iguaçu, espetáculo que ainda recebe um adicional. Você sabia que lá concentra o maior número de vias de escalada do Oeste do Paraná?

Eu já votei nas Cataratas como maravilha do mundo, entretanto gostaria de votar na idéia de devolver ao rio toda sua maravilha perdida.


Fotos do Rio Iguaçu:

 Vista da represa do Caiguava (rio Piraquara, afluente do Iguaçu), desde montanha na Serra do Marumbi.

Represa e a RMC vista da Serra do Mar.

 Rio Iguaçu na divisa Curitiba x São José dos Pinhais (foto André Bonacin)

 Várzea do rio Iguaçu (foto André Bonacin)

Bolsão de pobreza da vila Audi. (foto André Bonacin)

Ponte sobre rio Iguaçu em Araucária (foto Jeffersonsds)

 Cachoeira do Iguaçu em Balsa Nova PR. (Foto Luiz H. Bassetti)

Cachoeira em Porto Amazonas PR. Logo abaixo deste trecho o rio é navegável. (foto osnyloezer)

 Draga perto de Porto Amazonas (foto mamá)

 Barco em São Mateus do Sul PR (foto Luiz H. Bassetti)

 Porto União - SC. divida com União da Vitória pelo Iguaçu (foto patricschurhaus)

 Rio Iguaçu-Cruz Machado-Paraná (foto rodr_prsznhuk)

 UHE Foz de Areia no rio Iguaçu. (foto Agriconte)

 Usina Salto Segredo (foto Dirceu Gan)

 Ponte da BR 373 sobre o Iguaçu (foto Loivinho A.M.França)

 Salto Santiago na vazante (foto solarsteel)

 Salto Santiago na cheia (foto cjdilger)

UHE Salto Caxias (foto Loivinho A.M.França)

  Margem do Iguaçu onde é e onde não é o Parque Nacional do Iguaçu em Capanema PR. (foto Száller Zoltán)

 E enfim, as famosas Cataratas!

 Canyon do Iguaçu

 Escalando no canyon

 Escalando no canyon 

Canyon!

1 de novembro de 2011

Destruição na Serra da Prata

No dia 11 de Março de 2011 houve um episódio de fortes chuvas que assolaram o litoral e a serra do Mar paranaense, ocasionando muitas enchentes, quedas de barreiras e destruição. A região mais afetada foi a Serra da Prata, cordão montanhoso que se eleva mais de 1500 metros desde o nível do mar entre as cidades de Matinhos, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.

Chuvas muito fortes, com grande volume de água com alto poder destrutivo são fenômenos não muito normais, mas que ocorrem com uma freqüência episódica. Eventos como este não são exclusivos da atualidade, sendo que o pior desastre por chuvas no Brasil aconteceu no dia 21 de Março de 1967 na cidade de Caraguatatuba-SP.

Infelizmente nos últimos 3 anos vários episódios como este aconteceram no Brasil, a começar pela tragédia do vale do Itajaí (SC) em 2008, passando pelas tragédias de 2010 no Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis, São Luis do Paraitinga e enfim litoral do Paraná em 2011.

Como estive em Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis no meio do ano, pude ver os estragos ocasionados na Serra fluminense que superou o número de mortos da tragédia de Caraguatatuba. Na Serra do mar paranaense, no entanto, pude perceber que a força destrutiva foi maior que no Estado do Rio de Janeiro, porém houve apenas uma morte, pois a região é menos habitada.

Em uma saída de campo realizada em meados de Outubro com o Prof. Eduardo Salamuni da UFPR e do doutorando em geologia Edenilson Nascimento, pude ver a força destrutiva das águas no vale do rio Jacareí na Serra da Prata. Observei como as águas conseguiram carregar blocos do tamanho de uma geladeira e deslocar blocos maiores que um ônibus! As fotos abaixo são prova da força da água e um alerta e uma sugestão:

Apesar de houver apenas uma vítima fatal, a região nunca mais deverá ser habitada. Sugiro que seja aproveitada esta necessidade para que a área do Parque Nacional Saint Hilaire Lange seja ampliada, garantindo mais áreas de preservação, que deverão permanecer intocadas e também fazendo justiça social, pois a idenização com a ampliação do parque é a única maneira das famílias que moram na região ter algum retorno por suas propriedades destruídas que não tem mais nenhum valor de mercado.



 Visão do alto vale do Jacareí, onde havia um pequeno riacho.

 O pequeno riacho em 3 minutos se tornou um mega rio que destruiu tudo o que havia pelo caminho.

 O rio escavou se leito, deixando exposto muitos blocos rochosos. Muitos foram carregados pela água, aumentando a destruição.

 Salamuni serve como escala para percebemos o tamanho de um bloco transportado pela água.

 A foto acima mostra um bloco do tamanho de um micro ônibus que foi transportado. A prova é a presença de madeira esmagada em sua base. Abaixo uma foto mais ampla do bloco. Notem o tamanho da rocha!


 Um bloco que foi transportado apresenta sua prova: Diveras lacas foram quebradas quando se chocaram com outros blocos

 Blocos que foram transportados, veja a quantidade de lacas destruidas pelo choque.

 Preste atenção no grande bloco do centro da foto. Ele teve seu topo "decaptado" pela força de outros blcos que vieram da montante. Alguns não conseguiram transpo-lo se acumularam junto com arvores.

 Notem a quantidade de riscos na parte de trás deste enorme bloco. Vejam como há riscos na parte alta dele, mostrando que rochas pequenas, do tamanho de uma televisão, sofreram tubilhonamento com a agua e arranharam sua parte superior.

 Bloco que foi quebrado no choque como outras rochas.

 Enorme bloco transportado se encontra no topo de outro boulder

 Em muitos locais a água exumou rochas que estavam abaixo do solo e também destruiu parte deles.

Onde antes havia um pequeno riacho, agora há uma grande cicatriz!