Blog do Pedro Hauck: setembro 2008

28 de setembro de 2008

Aniversário no Arenito

Neste último sábado completei vinte e poucos anos de vida. Com uma previsão pessimista para o tempo (sétimo fim de semana seguido de chuvas), foi uma ótima desculpa para deixar Curitiba e ir conhecer lugares novos para escalar.

No ano passado eu comemorei meu aniversário escalando o Pão de Açucar, desta vez não tinha nenhuma montanha grande disponível sem chuva. Olhando as imagens de radar do INPE, percebi que a instabilidade estava toda no Atlântico, então tive que fugir da Serra do Mar, pra onde fui? pro interior, Ponta Grossa.

Eu só tinha ido uma vez pra PG e só conhecia um lugar lá, o Parque Estadal de Vila Velha. Ponta Grossa, apesar de ser uma cidade feia urbanisticamente, naturalmente é muito especial, com muitas formações rochosas bizarras numa formação geológica que empresta o nome da cidade onde predominam arenitos de clastos grosseiros, porém bem cimentados, o que se traduz em arenitos bons pra escalar. Fora esta peculiaridade geológica, a região de PG é linda, com muitos campos edáficos e capões de Araucárias, numa paisagem muito típica do Domínio sutropical dos planaltos do sul.

Dentre os outros lugares lindos de Ponta Grossa, destaca-se o buraco do Padre. Este lugar é uma típica furna, uma feição de relevo muito comum nesta região. Uma furna é uma enorme dolina em meio à superfície planáltica recoberta de campos da região. Há muitas furnas destas por aqui, mas o buraco do Padre é diferente, pois nele passa um rio e assim formou-se uma paisagem muito pitoresca, pois este rio cai dentro da Furna, formando uma linda cachoeira que cavou um túnel para encontrar uma saída. Trata-se de uma bela e expressiva formação cárstica em rocha não carbonática.

A escalada se dá fora da furna, nos afloramentos de arenito que orçam o vale do rio que cai no Buraco do Padre. São formações rochosas semelhantes às de Vila Velha, onde de despontam tótens de arenito bastante esfoliados em suas bases, com tetos e agarras grandes onde há belas vias esportivas negativas, fáceis em virtude da beleza da parede, o que me faz pensar cada vez mais que os arenitos do Paraná são tão bons quanto o Calcáreo de Minas, com a diferença que aqui a rocha não é tão lisa.

A evolução destas formas são um caso à parte. Muitos confundem a evolução geológica do arenito com a evolução geomorfológica das vertentes. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois são idades totalmente diferentes, pois uma se deu há cerca de 400 milhões de anos e outra em cerca de 2,5 milhões.

Eu acredito na hipótese de evolução eólica das formas das vertentes em Ponta Grossa. Este processo se deu numa fase prolongada de clima seco com deserto de areia, onde o vento jateava com força a base das paredes, esfoliando os arenitos, esculpindo as famosas "Taças" que são formações de base estreita e topo largo, uma grande "cabeça" equilibrada sob um frágil "corpo". Por que 2.5 milhões de anos? Esta é uma época famosa de clima seco na América inteira, uma época que deixou grandes marcas no relevo, com superfícies aplainadas e depósitos de pedimentos, aos moldes do que é a formação Guabirotuba em Curitiba. Houveram feses secas posteriores, mas nenhuma tão prolongada.

Outras formas do relevo da região tem origem na resistência das estruturas. Como no Salto do rio São Jorge, outro lugar onde estivemos escalando neste final de semana. Percebe-se uma incisão de um rio numa falha geológica e apartir deste ponto de fraqueza, uma erosão mais eficiente, destruindo a vertente e causando este grande boqueirão por onde passa o rio. Falhas geológicas são muito comuns nesta região do Paraná. São falhas muito antigas, da época do soerguimento do famoso "Arco de Ponta Grossa", que é uma história muito mais longa e que muda o contexto disso o que eu quero contar aqui, que era, na verdade, pra falar só da escalada no fim de semana.

O que quis dizer com isso tudo? Somente uma coisa: Que na na região de Ponta Grossa tem muita escalada boa, com paisagem bonita e que vale a pena gastar muitos fins de semana indo pra lá. É o que farei daqui pra frente!

A galera que me acompanhou no finde: Camila, Lourdes, Karla e Sérgio.

Os afloramentos de Arenito da região do Buraco do Padre

O Tótem onde ficam algumas das vias da região.

Escalando uma via que não lembro o nome. 6 sup.

Via fácil de 4 grau em móvel...

... que termina num teto de 9 grau!

Paredão com vias em móvel e um teto incrível!

Karla em segundo numa via linda de 4 grau, negativa, com teto e em móvel!

Cachoeira dentro do Buraco do Padre

Cachoeiras no Salto São Jorge

Vista para o Precipício no Salto São Jorge

Via negativa com agarrão em top no Salto. 5 grau.

Salto São Jorge

Salto e o paredão. Lá tem via de escalada, mais tarde pego as fotos e deixo aqui.

22 de setembro de 2008

Setor 2, São Luis do Purunã.

Hoje, finalmente, conheci o setor 2 de São Luis do Purunã e gostei bastante.

Para quem não sabe, estou falando da escarpa de arenito que tem na cidade de São Luis do Purunã, Paraná. É uma escarpa muito grande e com vários setores e centenas de vias, desde o 4 grau até o 10c, sendo que a maioria das vias estão entre 6 sup a 7c, ou seja há muita via escalável de grande qualidade e dificuldade gostosa!

Além das vias esportivas de dificuldade gostosa, pois eu acho que acima de sétimo as coisas ficam muito complicadas, São Luis ainda tem muita via em móvel, é o paraíso deste tipo de escalada.

A grande pena é que os dois setores onde mais têm vias em móvel, o 2 e o 3, estão meio abandonados, pois ficam um pouco mais longe que o 1 e já que em São Luis não tem refúgio como no Anhangava e Marumbi,. A escalada lá é feita em bate volta, já que deixar o carro estacionado perto da BR é um risco considerável...

Por conta deste motivo e de vagabundísse, eu nunca tinha ido ao 2. Hoje, aproveitando o bom tempo (que tem sido raro nas últimas semanas!) e aproveitando que a Karla ainda tinha hoje, seu último dia de férias, fui lá conhecer.

Só entrei em vias clássicas e relativamente fáceis, pois pra mim foi tudo feito à vista. Pra começar a via do Tótem, 5 grau; Surfista Prateado, 6 sup; Dorminhoco, 6; Bicho Preguiça, 5 sup; Virada do Sol, 6 sup.

Fiquei devendo a via mais linda do setor, Por via das dúvidas, um 7b que me pareceu super fotogênico, vai me deixar mais empolgado para voltar lá.

Assim como ontem, fiz um monte de fotos da Karla, que está escalando bem, mas precisa perder o medo de guiar. É muito legal ir escalar com as meninas, se divertir na maior normalidade com o maior respeito. É uma pena que existam tão poucas escaladoras em Curitiba. A Karla, por exemplo só escala com homens pois faltam mulheres que guiem uma via...

Agora tô na pilha pra ela começar a guiar pra liderar uma cordada feminina e não ficar mais na dependência dos guris. Só vai ter mulher escalando quando elas deixarem de ficar escalando em top e de segundo. É ou não é?


Karla escalando a Surfista Prateado



Surfista Prateado



Virada do Sol, sequência...







Vista para Curitiba com a Serra do Mar ao fundo.

21 de setembro de 2008

Cê tem bruchov?

Sim, chove e como!

Pelo menos este setembro tem sido muito chuvoso em Curitiba. Este foi o sexto fim de semana seguido de chuvas!!!

Ontem, sábado, a turma do CPM se organizou para celebrar o aniversário de um companheiro, o Mário, que faz das caminhadas nas montanhas algo sempre mais divertido.

O dia já tinha sido sem graça, com chuvas de manhã, garoa de tarde... Mas foi à noite, durante o aniversário do Mário que vi aquela brecha de tempo bom, prevista para o domingo, ir, literalmente, água abaixo...

Aliás, que semanas estranhas estas duas últimas. Eu virei um frequentador assíduo do site do climatempo. Nele vi meus planos de ir escalar na rocha darem tudo errado.

Planejava dali dois dias ir para o anhangava. Nos dois dias que iam chover, fazia um sol tímido e no dia que havia 0% de chances de chuva, advinha só... do nada se transformavam em 60%. Nunca entendi estes %...

Enfim, dormi gostoso na noite de sábado para domingo e fui acordado pela amiga Karla, pela manhã:

_ E aí piá, tá sol, vamos ou não vamos?? Fomos!

Fomos para São Luis do Purunã, a chamada Serrinha para os Curitibanos, Escarpa do Devoniano para os geocientístas... Trata-se de uma cuesta de idade terciária (Eoceno, mas reafeiçoada no Mioceno e depois no Plioceno/Pleistoceno, onde afloram arenitos do Grupo Furnas, os mais antigos da bacia do Paraná, um patrimônio da escalada!

São Luis é para mim, um dos melhores lugares para a prática de escalada esportiva no Brasil, seja pela qualidade das vias quanto pela quantidade. São 5 setores e centenas de vias!

Fui para o setor mais popular, o 1. Lá cheguei meio tarde, mas a tempo de curtir umas 6 vias.

A Karla está recomeçando a escalar. Tá indo no Ginásio e treinando, precisa ainda vencer o medo e guiar, mas indo de segundo e em top, escalou bem. Fizemos algumas vias bem clássicas e bonitas.

Aproveitei e tirei umas fotos. Essa guria é um exemplo pra mulherada. Geralmente elas entram na escalada por causa de namorados. A Karla é o contrário, começou a escalar por que quis, foi atrás, aprendeu e agora está convencendo o Leandro, namorado dela, a ir também! Legal não?

Já que estou falando nelas, vou mandar um abraço para a Alessandra Arriada de Floripa que esteve neste sábado frio e chuvoso em Curitiba. Alê, próxima vez vê se traz sol pra cá! Abraço...





18 de setembro de 2008

Cachorro escalador

Usando uma técnica de chaminé, este cachorro mostra como fugir do canil! As imagens dizem mais que palavras, que bichino danado!
- For more amazing video clips, click here

16 de setembro de 2008

O Parque Nacional de Itatiaia e seus problemas

Para mim o Pico das Agulhas Negras já foi 'a montanha'. Hoje não ponho mais os pés no Parque Nacional de Itatiaia. Como a diretoria do PNI conseguiu afugentar o montanhista e ao mesmo tempo não resolver nenhum dos problemas ambientais do Parque...

O Parque Nacional do Itatiaia, PNI, já foi considerado uma "meca" do montanhismo brasileiro. É o primeiro Parque Nacional do país e seu ponto culminante, o Pico das Agulhas Negras, é uma das montanhas mais altas do Brasil. Além do potencial do montanhismo, ainda há muito que se fazer em escalada em rocha e em travessias. Por todos estes motivos o PNI é um lugar muito importante na História do montanhismo tupiniquim.

Entretanto toda esta importância que as trilhas, vias e montanhas de Itatiaia têm para o montanhismo parece não ser o suficiente para que a diretoria do PNI permita que os montanhistas, que historicamente freqüentam o parque, pratiquem seu esporte livremente.

Já faz mais de 15 anos que existem travessias proibidas dentro do PNI. Acampar lá está fora de cogitação e se não bastasse estas restrições, o Parque agora obriga que montanhistas tenham um equipamento mínimo para fazer algumas ascensões, como nas Agulhas Negras e Prateleiras, isso nos revoltou.

Os equipamentos obrigatórios são mínimos, uma corda de 30 metros, uma fita de 4 e dois mosquetões, além de cadeirinha. A grande questão é a seguinte: Pra que esses equipamentos?

A resposta do parque, é que com estes equipamentos você pode dar segurança para uma pessoa num trecho de” trepa pedra” e também fazer um rapel numa emergência.

As intenções são as melhores, entretanto esta regra é inútil e não resolverá os reais problemas do parque por dois motivos:

1) Os montanhistas mais experientes não precisam de segurança em trechos de “caminhada”. 2) As pessoas leigas, e que precisariam ter segurança, não sabem usar estes equipamentos.

Por causa de regras que resultam em nada e só geram entraves, das proibições e também por causa do Alsene que é um camping caro, ruim e pior, o único lugar onde se pode acampar no Itatiaia, é que nunca mais botei os pés neste parque que eu gosto tanto! Cada vez que eu ia para o PNI eu me revoltava e por isso não vou mais. Pra falar verdade, as regras do PNI me faziam sentir um idiota!

Hoje, esfriando a revolta contra estes normatistas que controlam o parque, consigo entender o porquê de tantas restrições.

No Brasil, a legislação faz que o diretor de um parque seja responsável por tudo o que aconteça dentro dele. Isso quer dizer que se uma pessoa morre por causa de um acidente, o diretor vai responder judicialmente. Estes termos de responsabilidade que assinamos na portaria dos parques não tem valor legal algum e por isso que tanta coisa é proibida. É ai que tudo começa...

Em lugares como Itatiaia, onde os montanhistas freqüentam há muito tempo, há escaladas e travessias que não são pra qualquer um. Ao mesmo, o acesso ao parque é muito fácil e ele fica perto de grandes centros urbanos e isso atrai as pessoas leigas da mesma forma que nos atrai.

Todos os fins de semanas e feriados o PNI enche de gente. Há pessoas de todos os tipos, mas o que predomina são pessoas que não são montanhistas. Há gente bem intencionada, que sabendo de suas limitações, contratam um guia, e gente sem noção alguma que fazem muitas barbaridades. Justamente por causa dessas pessoas sem noção que há tanta restrição.

Trabalhar num Parque Nacional não é fácil, há pouco efetivo e os funcionários não têm como controlar o afluxo das pessoas. Para resolver este problema eles tomam, infelizmente, as piores medidas, que é nivelar todo mundo por baixo e a partir daí ditar as regras. É isso justamente o que me revolta, esse olhar "democrático" míope...

A minha sugestão é que o PNI faça uma distinção de seus visitantes, pois há uma grande disparidade entre eles. Acho que é injusto com o montanhista ter que seguir as mesmas regras para as pessoas leigas.

Esta distinção abre a possibilidade para um sonho de qualquer diretor de parque, obrigar que pessoas despreparadas tenham que contratar um guia. Este guia além de assegurar os visitantes leigos (usando com eles a cadeirinha, corda de 30 metros e a fita solteira) ainda estaria "vigiando" os mal educados, não permitindo que eles cometessem barbaridades ambientais.

Obrigar o leigo a ter um guia é muito mais justo e correto do que encher a montanha de escada e acabar com a aventura em prol de que os despreparados possam subir com segurança. Alíás, sou contra escadas em qualquer montanha, como há aqui no Paraná. Acho que se uma pessoa não consegue subir a montanha sem escadas ela tem que se preparar para subir e não a montanha se preparar para recebê-la.

O problema seria em como distinguir os montanhistas dos turistas. Para mim, isso não é difícil, pois é para isso que existem os clubes de montanhismo. Quem é de clube tem a capacidade de subir a montanha sem guia e as regras têm que ser mais brandas. Se esta pessoa de clube fizer uma "cagada" o clube é multado. Isso fará que os clubes tenham mais cuidado e exijam mais preparo de seus sócios.

Acho que isso resolve muitos problemas, não só no PNI como em todos os parques que ficam próximos de centros urbanos e que sofrem com os mesmo problemas.

Odeio normatização, mas em se tratar de áreas verdes que foram fagocitadas pela civilização é preciso ter regras e essas regras têm que dar resultados e não serem meros entraves para afastar algumas pessoas, que em geral, são somente quem respeita regras.

Na minha visão, a única coisa que a diretoria conseguiu fazer até agora com as restrições, foi afastar quem realmente tinha amor e respeito às montanhas. Quem nunca seguiu regras, joga lixo no chão, provoca queimadas, faz barulho etc... esse continua indo à Itatiaia aos montes. Tiraram as montanhas de quem é montanhista e as entregou aos farofas. Bela democracia!

13 de setembro de 2008

FEPAM

Hoje teve a assembléia da FEPAM, onde, dentre várias coisas, escolheu-se uma nova diretoria. Agora estou oficialmente dentro da entidade, no cargo de diretor de escalada.

Pois é, quem te viu quem te vê! Sempre odiei trabalhos burocráticos. Não gosto de leis e regras e cá estou eu num cargo político que tem exatamente esta função. Será que mudei? Não, é uma necessidade!

Para quem tem uma boa base de educação e teve acesso à ela, ter uma conduta ética é (ou deveria) ser algo normal. Comigo é assim, ninguém teve que me ensinar a não jogar lixo no chão, a não fazer fogueira, a não fazer bagunça na montanha. Mas pra gurizada que está aí frequentando as Serras deste país é preciso ensinar até a amarrar as botas.

Fazer regras e cobrar que elas seja cumpridas é uma necessidade, pois a montanha está uma bagunça e seremos brevemente punidos por esta falta de educação se não tomarmos uma atitude.

Os fechamentos dos locais de escalada e dos parques de montanha tem tudo a ver com este problema. Pessoas mal preparadas resultam em absurdos, como os que ocorrem no Parque Nacional de Itatiaia. Eu fui sempre o cara que criticava, mas agora estou partindo pra ação e ter aceitado este cargo na FEPAM faz parte da minha indignação com estas coisas que estão acontecendo.

Participar da FEPAM significa trabalhar de graça, ou melhor, pagar para trabalhar. Eu não vejo desta forma, se hoje eu não fizer isso, no futuro meus filhos terão que trabalhar para resgatar o montanhismo, pois do jeito que está, nossa atividade será proibida nas montanhas que estão todas virando parque.

É um trabalho imenso a ser feito. Primeiro precisamos fazer que os clubes no Paraná voltem a ser clubes de fato, que tenham a possibilidade de formar novos montanhistas, de propagar a cultura da montanha e realizar a preservação das montanhas.

Hoje os jovens não estão mais indo ao clube. O montanhismo se individualizou e perdeu forças. Os parques estão fechando as portas ao montanhismo e não temos força para dizer que não somos os monstros que botam fogo na vegetação, que pixam as rochas e deixam lixo e fezes pelas trilhas.

A luta não é contra os farofeiros, mas sim contra nosso egoísmo. O farofeiro não é uma pessoa má, ele apenas quer diversão e paz como nós queremos, o que ele não sabe é que na montanha existe uma conduta, uma cultura, em que escalar não é tudo e que nesta conduta há uma série de comportamentos os quais o respeito ao próximo e à natureza está embutido.

Os clubes devem voltar a ser cheios. Devem ter atividades, gerar conhecimento e diversão. É assim que as coisas devem ser. Vejo as coisas sempre melhorando, só o montanhismo é que piora, isso tem que mudar!

Há vários projetos que desejo apoiar, dentre negociar a liberação da escalada no Parque Estadual da Gruta do Monge na Lapa. Para fazer isso já fiz contato com escaladores da cidade. Vamos ver o que o diretor do parque vai dizer. Com certeza teremos que trabalhar bastante, de repente criar uma associação na Lapa, adotar o parque pelo projeto Adote da CBME e liberar a escalada para quem é federado. Esta será a minha proposta, acho que só alguém muito insensível para dizer não.

Há muitos outros problemas. Os campeonatos estão vazios, não há escalada profissional, há pouca renovação no esporte. Há o problema da pedreira do Atuba que há pelo menos 12 anos vem sofrendo com problemas de assalto e que a prefeitura quer transformar em parque e que sabemos que se não tomarmos uma medida, irão destruir as vias como fizeram na Ópera de Arame e no Parque Tanguá.

Estou com muitas idéias e com vontade de contribuir. Se o montanhismo fez tanta coisa boa para mim, por que eu não posso também fazer algo de bom à ele?

11 de setembro de 2008

Capacete dobrável!

Fuçando na internet encontrei a solução para vários escaladores que reclamam dos volumosos e desajeitados capacetes. Trata-se de um capacete dobrável. Com ele ninguém mais vai poder reclamar que não tem espaço na mochila.

Acontece que quem vai pra montanha sempre tem um probleminha com o "bendito". Simplesmente parece que não há mochila que tenha um compartimento feito para guardar o "casco".

Muita gente leva pendurado por fora, sofrendo o risco dele se soltar e cair ladeira abaixo. Outras pessoas levam presos por elástico por fora da mochila ou simplesmente dentro, ocupando um espaço imenso.

O Capacete Madillo da Edelrid é, literalmente, a solução destes problemas. Veja como funciona:



Fora a praticidade, o fabricante garante que é seguro e que dobrado reduz em 50% o volume. Ele tem certificado da UIAA e da CE, pesa 380 gramas e custa cerca de 150 dólares, nos EUA, é claro. Aqui, por enquanto ainda não existe para vender.

10 de setembro de 2008

10 anos subindo montanhas e outras coisas

Neste feriado do dia 7 de setembro comemorei 10 anos subindo montanhas. Gostaria de ter comemorado esta data especial escalando o Pico do Ibitirati, que é a maior parede de rocha do sul do Brasil, mas a chuva do dia anterior atrapalhou meus planos.

Apesar de não ter feito o que eu queria, acabei comemorando esta data escalando num lugar que acho ser especial, São Luis do Purunã, que na minha opinião é o segundo melhor lugar para se escalar vias esportivas no Brasil, perdendo somente para o Cipó.

Sobre esta data especial, escrevi um artigo no site altamontanha, onde falo como foi minha primeira experiência e mais do que isso, como eu quase me tornei montanhista 4 anos antes, pois quando eu tinha 13 anos de idade eu tive uma chance de ir para a montanha e acabei não indo... (clique no link e leia o artigo)

Como diz o ditado, depois da tempestade vem a calmaria, no domingo, dia 7 o dia amanheceu lindo e fui para São Luis do Purunã com a turma do CPM, Hilton, Lourdes, Thabata, Camila e seu, acho que namorado, Vinicius.

Pra começar já entrei de cara na Hamburguer, um 7b clássico de bastante resistência, que depois de 40 dias escalando vias totalmente diferentes, piorei um tanto e só terminei a via depois de descançar um pouco.

Escalamos outras vias clássicas, como a Mato Psicodélico, Pink Floyd, Caiu o grampo... Depois de ter aquecido nessas vias, entrei em mais um 7b, Ilusão de ótica e acabei o dia na Xote das meninas que é uma via mista com uma saidinha linda.

Ontem, segunda, foi feriado em Curitiba e adivinha só o que eu fui fazer? Escalar, é claro! Fui com a mesma turminha para o Anhangava. O tempo tava fechado, mas não choveu, escalei pouco por causa da enrolação antes de sair, por causa do tempo feio.

Comecei aquecendo numa das vias mais bonitas do morro, a Jô Casta. Levei uma quedinha no crux, mas depois passei tranquilo. Sem querer, a Camila que me dava o seg se machucou segurando a minha queda.

Fiz poucas vias, dentre elas a fissura em móvel ao lado da Mônica, que nunca tinha feito antes.

Aconteceram várias coisas nesses dias desde que voltei da viagem Geomorforocha. O Maximo tá no Tibet, vai escalar dois 8 mil, o Shisha e o Cho Oyo. Eu fui convidado pra ser o diretor de escalada da FEPAM e os equipos de escalada do CPM chegaram para alegria geral.

Outra coisa que mudou foi o domínio deste blog. Não sei se notaram, mas ele ficou fora do ar por um tempo. É que agora o dominio dele é www.pedrohauck.net, a demora foi dos servidores em rastrear o novo domínio.

Por conta desta demora, os assuntos ficaram fora de época, mas aos poucos vamos botando eles em dia.

Escalando a Jô Casta no anhangava