Blog do Pedro Hauck: janeiro 2006

19 de janeiro de 2006

Odisséia Austral, 6 anos!

Ontem, 18 de Janeiro completou 6 anos que Maximo e eu partimos para a mais longa viagem expedição de nossas vidas até então, a qual denominamos "Odisséia Austral". Nela demos inicio à vida na montanha, escalando um seis mil metros e outras 4 montanhas no sul da Argentina e Chile. Chegamos até Ushuaia na Terra do Fogo e fizemos tudo isso quase sem dinheiro em 5 meses de viagem. Detalhe, tudo isso de carona! Seis anos depois e progredimos bastante. Já temos até um transporte próprio. Só espero que a polícia me libere logo para podermos dar inicio a mais uma viagem-expedição.

17 de janeiro de 2006

Dias de tensão e angustia

Como vc´s já viram, meu fim de ano foi super corrido e por isso não tive a possibilidade de ir atrás dos documentos para minha viagem no mês de Novembro e começo de Dezembro, só podendo dar entrada na transferência do Cabrito (meu carro) em meados do último mês do ano passado. Assim, fui fazer o seguro e a transferência lá por volta do dia 15, já preocupado com uma eventual “zica”. Entretanto, quando levei os documentos no despachante, ele me assegurou, tranqüilamente que até o dia 10 de janeiro eu teria o documento do carro na minha mão.

Não sei se todos sabem, mas para entrar na Argentina eu preciso ter o carro no meu nome e um seguro, senão já era!

Na volta do despachante, com ar de missão cumprida, encontrei uma velha amiga minha, a Goreti, que coincidentemente trabalha num escritório de despachante. Perguntei à ela se estes trâmites burocráticos demoravam, e ela me respondeu com convicção que era tranqüilo e dia 10 de janeiro eu estaria na estrada.

Fiquei tranqüilo, ansioso apenas com o seguro, que eu não tinha.

Entre a semana do Natal e ano novo, fui para a praia com a minha namorada e fiquei sossegado. Já no dia 2 de janeiro voltei para cobrar meu documento e meu seguro. Até dia 10, não tinha noção se eu conseguiria ou não estes documentos à tempo, até que a apólice do carro chegou.

Dia 12, fui buscar o Maximo no aeroporto e ainda nada de documento. A angustia começou a apertar. Para piorar, neste dia o Maximo recebeu uma “boa vinda ao Brasil”. Logo depois ir buscá-lo no aeroporto, passei em Mogi pegar também a Vivian, minha namorada, para passar o fim de semana em Itatiba. Resolvi então vir pela rodovia Dom Pedro ao invés de ter de pegar a marginal em SP e pegar a Bandeirantes em obra.

O caminho que era para ser mais barato ficou caro e vivi momentos de chateação e indignação. Tudo por que eu passei reto pela entrada da Dom Pedro na Dutra. Andei mais um quilômetro para fazer um retorno e para minha surpresa havia um pedágio para fazer este retorno.

Fiquei bravo por ter que pagar 3,10 para fazer um retorno, mas acabei pagando. Quando fiz o retorno, no outro lado da pista havia outra cabine de pedágio para poder voltar para a pista!!! Que roubo!! tive que pagar um pedágio para entrar no retorno e outro para sair, nunca fiquei tão indignado com a exploração que nós brasileiros somos submetidos! Imagine quantas pessoas, como eu, não erram a entrada da movimentada Dom Pedro e tem que passar por isso. Pior é que eu xinguei o pobre do funcionário que não teve culpa de nada.

Enfim, voltando ao drama.... Até o dia 13, não tinha parecer de nada sobre o documento.

Para conseguir liberar este carro, eu já havia quitado o IPVA dele no Ceará, só faltava a secretária da Fazenda dar baixa no documento, e eles demoraram uma semana para fazer isso! Só hoje tive o carro liberado para dar entrada nos documentos em Itatiba.

Ainda estamos na dependência da polícia para viajar, enquanto isso, o calor vai derretendo o gelo das montanhas nos Andes e a gente vai derretendo neste verão insuportável da latitude de 23º sul.

Estou na expectativa de conseguir este documento logo. Enquanto isso, as coisas vão miando para nós.

O Maximo recebeu uma proposta de ir guiar uma expedição no Pumori no Nepal, mas com o tempo que temos para fazer esta viagem, ele teve que desistir. Pobre Maximo, ele foi quem mais se ferrou com a demora do documento. O Pai dele estava o esperando na Argentina, mas agora já não deu mais e ele foi embora trabalhar na Armênia. Mais um ano que ele fica sem ver o pai. Entretanto este não será, de jeito nenhum, mais um ano que vou ficar sem montanha, isto nunca!

6 de janeiro de 2006

A Mudança

Quarta feira fui para Rio Claro fazer minha última parte da mudança e acertar minha documentação na secretaria da faculdade. Saí de Itatiba pela manhã com a Saveiro do meu pai para transportar as tralhas e aproveitei o caminho para ir na Polícia Federal de Campinas e dar entrada no meu novo passaporte.


Nunca tinha ido à PF de Campinas e demorei um pouco para achar. Peguei minha senha e esperei minha vez de ser chamado. Antes de sair eu havia conferido todos os documentos e lá estava eu munido de CPF, titulo de eleitor com comprovante de votação nas últimas eleições, RG, carteira de reservista, certidão de nascimento, passaporte velho e o formulário da internet.

Só havia esquecido de uma coisa: Pagar a guia no banco e anexar o pagamento junto ao formulário que estava errado. Ou seja, tive que sair correndo pagar a taxa e arrumar outro formulário.

Foram minutos de apreensão, pois não pretendia voltar lá novamente, mas enfim consegui e fui para Rio Claro com uma missão cumprida.

Chegando lá, a cidade estava um pouco mais morta que o habitual. As ruas estavam vazias, não havia estudantes na universidade e o céu negro e nebuloso me dizia toda hora: Estamos em Janeiro.

Devolvi os livros e revistas que usei na semana de Natal e ano novo para fazer o último trabalho da faculdade. Paguei R$ 15,00 de multa por atraso na devolução, minha última contribuição à biblioteca.

Depois disto passei na secretaria, que estava lotada, para ver minha situação. Mesmo não saindo a nota do professor atrasadinho, como era de se supor, não vacilei e fiz pedido de banca especial de avaliação para o caso dele me reprovar, o que não é nenhuma surpresa, pois além de atrasado este professor é o carrasco da Geografia.

Encontrei alguns colegas, professores e funcionários e me despedi deles. Durante 5 anos vi essas pessoas todos os dias. Eles fizeram parte de meu cotidiano e minhas preocupações e agora estavam ficando no passado. Um estranho sentimento tomou conta de mim, foi uma consciência que estava vivendo uma transição e que aquelas pessoas tão reais iriam em pouco tempo se tornar apenas uma lembrança do que eu era.

Voltei para a república na esperança de que o Jeca ou o Dú estivessem lá, mas não havia ninguém. Fiquei sozinho junto com os gatos a tarde toda assistindo a Copa SP de Futebol Jr. um indicador social e esportivo da época do ano que é agora.... Geralmente nunca estou em São Paulo para ver este campeonato, só no fim fico sabendo pelo jornal quem foi o campeão.

No fim de tarde o Dú apareceu. Já havia feito as contas e deixado o dinheiro. Só precisava que o Pedrão me pagasse sua parte da venda da parede de escalada e que o Dú me pagasse pelos móveis que ele me comprou. Feito isso já não tinha o que fazer na cidade.

Passei minha ultima noite na república ouvindo a chuva lá fora e preocupado em como faria para transportar o colchão.

Ao amanhecer fui ao centro na esperança de conseguir uma embalagem plástica para levar o colchão na caçamba da pick up. Depois de ir a algumas lojas de móveis e de colchões acabei comprando uma lona de construção e voltei para a república para carregar o carro.

O Eduardo me ajudou a arrumar a pick up e à enloná-la. A república estava só escombros. As férias mostravam o descuido com as plantas que morriam de sede dentro da casa, assim como a poeira que invadira a sala e os quartos e o mato o jardim. A gataiada ainda dava um toque especial em sujar e bagunçar tudo o que já estava sujo e desordenado, fazendo valer a expressão “balaio de gato”.

No meu ex quarto só havia uma estante vazia e uma escrivaninha juntando poeira que eu havia vendido aos meninos. No chão estavam papéis e coisas que não haviam sentido eu transportar, entretanto eram vestígios que aquele local fora habitado por mim.

De um lado havia um sentimento de felicidade de estar cumprindo uma fase na vida e de estar indo para um local melhor que aquela caótica república imunda e cheia de problemas. Só para listar, nossa casa não tinha caixa d’ água, nosso banheiro tinha uma única instalação de esgoto da privada e do ralo do chuveiro, que perfumava a casa com cheiro de cocô, a porta de entrada da casa estava amassada e só fechava por causa de um ferro que havíamos instalado uns anos atráz, o chuveiro sempre havia sido uma inconstância, vira e volta ele queimava e ficávamos longas semanas tomando banho de água fria até que alguém tomasse a iniciativa de consertá-lo. Para piorar, o chão estava repleto de entulho da retirada da parede de escalada e o lixo reciclável estava tomando conta do quintal por que fazia pelo menos um mês que a reciclagem não passava por lá. A chuva só fazia piorar ensopando tudo isso e os gatos para ajudar haviam resolvido não fazer suas necessidades na terra, mas sim no chão.

Voltei para a estrada com a Saveiro lotada com porcaria e meu pé fedendo cocô de gato. Na saída da casa havia me despedido do Eduardo, com quem havia dividido república desde o primeiro ano da faculdade. Tive até vontade de chorar, só não fiz isso por que sei que estou realizando um sonho da minha vida neste momento que é viajar de carro pela Argentina e ir morar na Áustria.

Parei para sonhar o que eu faria se ganhasse alguns milhões na loteria. Sinceramente, faria o mesmo que vou fazer com meu parco dinheirinho, ir para a Argentina e depois para Áustria. Me dei conta do quanto sou feliz.

Enquanto isso em Itatiba, as coisas vão se arrumando. Hoje achei minha habilitação que ontem havia perdido. Como nunca há tempo para uma felicidade plena, minha preocupação no momento é com a documentação do carro. Fiz hoje a vistoria para transferir o cabrito para meu nome. Tenho medo que não dê tempo e que eu tenha que esperar uma semana por causa deste documento. Vamos ver no que vai dar....


Foto do Eduardo (atrás) e Jeca (frente), meus companheiros de republica

5 de janeiro de 2006

Balanço do ano 2005

Minha parede de escalada
O ano de 2005 não foi um ano ruim para mim, na verdade foi um ano que, por incrível que pareça, passou muito devagar. Foi meu último ano na Faculdade e o que eu mais levei a sério no curso. Fiz 12 disciplinas e só tirei notão, com direito a dez em duas, coisa que não consegui fazer nos outros 4 anos.

Do ponto de vista acadêmico, produzi bastante para um graduando. Foram 4 publicações em anais de eventos e com temas variados, Geografia urbana, regional e biogeografia. Um desses trabalhos foi premiado, "Paleogeografia da Serra da Capivara" ganhou como o melhor trabalho da grande área de humanas no Congresso de Iniciação Científica do campus de Rio Claro da Unesp. Fiz também um excelente Trabalho de Conclusão de Curso, que entitulei: Campos, matas e mandacarus: A Teoria dos Refúgios Florestais aplicada ao estudo da paisagem na Serra dos Cocais entre Valinhos e Itatiba - SP.

Não ganhei premio de melhor TCC, mas fui elogiado pelo meu orientador e por professores muito competentes. No fim, fiquei orgulhoso por meu orientador ter declarado que eu o havia surpreendido duas vezes neste ano, uma no CIC da Unesp, quando meu trabalho foi premiado e no TCC. Ele não havia botado fé que meus trabalhos fossem ficar bons. Mas também, fui muito enrolado neste ano. Pra começar até Setembro eu mais escalava do que fazia estes trabalhos. Estava indo muito bem nas disciplinas, porém, não dedicava meu tempo livre na pesquisa. Isso não significa que eu não estudei, pelo contrário, conseguia aproveitar bastante o tempo para tirar boas notas e ainda escalar, mas para fazer o tcc eu deveria abrir mão de alguma coisa e depois de outubro o que eu abri mão foi a escalada.

Li muito e pesquisei bastante, nem sei decor quantas bibliografias tenho na minha monografia, mas todas foram lidas. Obviamente umas bem lidas outras nem tanto. No meio de Novembro eu ainda não tinha começado a redigir o trabalho. Foi quando a água começou a bater na bunda. Um certo dia apareceu um amigo em casa, o Jerônimo da Ecologia, todo contente e feliz dizendo que já havia entregue seu TCC. Os prazos do Instituto de Biociências, onde ele estudo e do Instituto de Geociências e Ciências Exatas onde eu estudo, são diferentes, mas não muito distante. Eu estava mais do que atrasado para começar a escrever meu trabalho. Fixei um calendário em minha escrivaninha e esqueci o mundo por duas semanas, o tempo que gastei para escrever as 74 páginas do Campos matas e mandacarus. Foi incrível, ninguém acreditou que meu trabalho fosse ficar bom...

Os meus colegas de república, o Dú e o Jeca, até faziam algumas ironias, mas eles não tinham lido. Entreguei para meu orientador corrigir. Depois de um tempo ele devolveu com sugestões e críticas, pedindo para eu melhorar a redação. Demorei ainda uma semana para corrigir os erros de português, formatar o texto e imprimir, até levar para avaliação final. Depois de uns dias fui no Departamento e encontrei o Adler, meu orientador. Ele me perguntou se eu queria saber que nota eu tinha tirado. Admirei que tão rapidamente estivesse corrigido, e ele me informou com seu jeitão seco que eu havia tirado nove, e elogiou o trabalho. fiquei feliz. Mais tarde, quando saiu minha nota na internet, não havia um nove, mas sim um 10. Não entendi, mas se assim está fico mais contente ainda. Só não sei se eu falo para meus amigos se tirei nove ou dez....

De qualquer forma isso não importa, mas sim que me superei, aprendi coisa pra caramba e pretendo divulgar a pesquisa logo, tanto no meio acadêmico através de publicação quanto no meio popular traduzindo o geografês. Do ponto de vista esportivo este ano foi para mim um ano que faltou um pouco mais de disciplina. Construí na minha república uma parede de escalada, no começo foi bem empolgante, como um mineiro quando chega na praia. Treinei bastante e peguei muita força, só que não cheguei a progredir muito na rocha por que meus treinos não eram periódicos, assim como minhas idas na rocha. Também, com tantos compromissos na faculdade...

Mesmo assim viajei para vários lugares para escalar: São Bento do Sapucaí, Andradas, duas vezes para a Lapinha e Serra do Cipó, duas vezes para Curitiba... Isso sem falar no Cuscuzeiro, Visual das Águas e DIB, que são os lugares mais próximo de mim... além da pedra da represa em Salesópolis que é perto da casa da minha namorada. Quando eu estava bem magrinho, leve e forte, perto de dominar um sétimo grau, parei para me dedicar exclusivamente aos estudos, ou seja, fiquei na mesma como um escalador de rocha medíocre.

No começo do ano não pude ir escalar em alta montanha. No ano passado a Unesp esteve em greve e tive que repor aula em Janeiro. Fevereiro já estava começando o primeiro semestre. Tive uma experiência terrível com uma disciplina que é ministrada por um professor carrasco. Pastei para conseguir passar, fazendo uns trabalhos hiper cansativos e aborrecentes, mas me livrei. No segundo semestre encontrei de novo esse professor para fazer dp de uma disciplina que ele já havia me reprovado. Fiz tudo o que tinha para fazer. Por causa desse professor o ano se arrastou para as férias. As aulas normais acabaram no dia 3 de Dezembro no campus, mas só tive minha prova final no dia 20!

Isso por que não teve greve esse ano!! Este professor atrasado acabou estragando meu planejamento. Não tive tempo de divulgar minha pesquisa no jornal de Itatiba, nem de cuidar dos preparativos da viagem e muito menos para treinar. O resultado disso é que durante a maratona de estudos eu engordei quatro quilos, e tive que ir atrás da documentação para ir viagem em janeiro na última hora. Para entrar com o carro na Argentina, preciso ter o documento do veiculo no meu nome, e só amanhã que eu vou fazer a vistoria para a transferência. Pior: só hoje eu trouxe minhas mudanças de Rio Claro para Itatiba e dei entrada na renovação de meu passaporte para ir à Austria só ontem.

Como tudo não pode dar certo e sempre tem que haver mais imprevistos, na correria de ir atrás de documento eu perdi minha habilitação e vou ter que fazer uma segunda via.... tudo isso a uma semana de sair para viajar... Estou ficando louco... Para piorar, ainda nem sei se estou formado ou não, pois o belezinha do professor só vai divulgar as notas no dia 15 de janeiro... exato um mês depois do prazo estipulado pela universidade. É muita sacanagem! Contudo tive um ano cheio que mal acabou. Tive tristezas e felicidades que superaram as tristezas, das quais também não posso esquecer do quarto titulo do Corinthians no brasileirão, mesmo que ele tenha saído meio esquisito. Mas como eu disse, o ano mal acabou... ainda preciso ver como ele vai fechar? Sou um geógrafo? vou conseguir os documentos à tempo? Haverá outros imprevistos? Vamos ver daqui para frente....

Serra dos Cocais, onde fiz meu trabalho de TCC


2 de janeiro de 2006

Ano novo e muitas coisas novas

Não existe data mais redonda para se começar algo de novo do que um ano novo. Este ano de 2006 será marcado para mim como um ano de grandes mudanças na minha vida. 

Primeiramente as mudanças são profissionais, embora eu ainda não ter um emprego, acabei de me formar em Geografia, depois de 5 anos de estudos na Unesp de Rio Claro, uma das melhores universidades do Brasil. Depois, outra mudança é na minha vida pessoal, pois estarei mudando de país. Irei deixar o Brasil para ir viver na Austria. 

Enfim, em função disto, muito coisa irá mudar, entretanto ainda tenho um longo caminho à percorrer até chegar na europa, pois antes vou realizar uma viagem que faz anos que planejo fazer. Daqui a 10 dias estarei indo à Argentina para percorrer + ou - 10.000 Km para escalar montanhas nos Andes. O caminho ainda não está muito bem definido, nem as montanhas que vou escalar. Isso por que qualquer incidente pode transformar totalmente a viagem. 

Hoje o Maximo (Maximo Serantes) me ligou e ele pediu para que passassemos pela cidade natal dele lá na Argentina, Va. General Belgrano, em Córdoba. Até então íamos cruzar o norte argentino pelas provincias do Chaco e Santiago del Estero, mas agora concordei em ir até Cordoba e conhecer a laguna mar Chiquita e as Salinas Gds. Vou descrever o caminho. Mais tarde eu pego um mapa e edito no photoshop para ilustra melhor. Sairemos de Itatiba e faremos o seguinte itinerário: 

Itatiba x Jundiaí x Sorocaba x Itararé x Ponta Grossa x Guarapuava x Pato Branco x Dionísio Cerqueira x Bernardo de Irigoyen (fronteira Arg). Bernardo de Irigoyen x Eldorado x Posadas x Corrientes x Resistencia x Sunchales x Miramar (Laguna Mar Chiquita) x Cordoba x Va. General Belgrano (cidade do Maximo). Va. Gral. Belgrano x Cordoba x Dean Funes x Salinas Grandes x Patquía x Tinogosta x Paso San Francisco (Aqui iremos escalar algumas montanhas) Paso San Francisco X Tinogasta x Chilecito x Puerta de talampaya x Parque Nacional de Ischigualasto x San Juan x Barreal (aqui iremos ter acesso ao Cerro Mercedário). Barreal x Uspallata x Mendoza x Mallargue x Chos Malal x Junin de los Andes x San Martin de los Andes x Sul do Chile (iremos escalar algum vulcão) x Bariloche x Pampa Linda (acesso ao monte Tronador (iremos escalar o pico internacional). Agora na volta, iremos fazer o seguinte roteiro: Bariloche x Neuquén x Santa Rosa x Rio Cuarto x Va. Gral. Belgrano (denovo) x Cordoba x Santa fé x Paraná x Concordia (fronteira com o Uruguai) x Salto x Bella Unión (fronteira com o Brasil) Barra do Quaraí x Uruguaiana x São Borja x Erechin x Itatiba do Sul (sim, existe) x Chapecó x Curitiba x SP x Itatiba. E então, gostou? 

Só não sei se iremos fazer isto desta maneira descrita. Um grande problema é: O que escalar? Não dá para saber direito as condições das montanhas desde aqui no Brasil, então nosso plano pode mudar completamente. Por isso que é só um plano, não iremos seguir à risca assim como não temos nem certeza se as montanhas que eu planejei vão dar ou não para escalar. 

Uma que está na Lista é o Nevado Incahuasi no Paso de San Francisco. Esta montanha é uma velha conhecida do Maximo, (ver Atacama à pé). É uma montanha fácil e será uma aclimatação para a gente. Não sabemos se vamos escalar uma montanha vizinha, pois na região existem dezenas de montanhas com mais de 6 mil metros. A outra montanha é o Cerro Mercedário, que é também um 6 mil, com uma longa aproximação que resulta numa grande dificuldade. Lá pretendemos escalar a parede sul, que tem trechos técnicos e dificeis. 

O problema, no entanto é o acesso, uma vez que teremos que contratar um jipe 4wd para nos levar até a base que parece que está bem difícil de chegar, pois dizem que lá recentemente quebrou uma ponte. Além desta montanha, pretendo escalar um vulcão no sul do Chile. São 4 as possibilidades, o Vulcão Puyehue, o Casa Blanca, o Pontiagudo e o Osorno, um velho conhecido nosso. Enfim, para fechar com chave de ouro, pretendemos escalar o cume internacional do Tronador, montanha que já escalamos em duas ocasiões, 2000 e 2003. 

Há ainda as montanhas sem nome no meio do caminho e outras também famosas que uma mudanças de planos pode nos levar para seus cumes. Tenho que fazer isso em 1 mês e meio ou no máximo em 2 meses, pois tenho que estar em meados de Março na Áustria. O ano de 2006 já começou excitante, vamos ver como vai acabar, por isso vou manter este blog, pois assim terei mais um meio de comunicação, que se fará necessário nas minhas andanças pelo mundo. 

Então, já sabem, podem visitar este blog porque sempre terei uma novidade e uma boa história para contar. Espero ter paciência em escrever e tb que todos os interessados tenham paciência em aguentar os erros de português. Deixarei relatado, se possível, minha viagem e também minha nova vida na Áustria, além dos preparativos nesta parte do ano para esta grande expedição. Ah, vc´s não estão achando que esta viagem vai ser uma traição à nosso métodos tradicionais de viagem?

 Estamos inovando em ir dirigindo, mas não vamos com um caminhão Andino, mas sim com o Cabrito, meu Corsa Hatch. Isso mesmo, vamos subir a cordilheira com um corsinha... então, dá para sentir que os relatos serão emocionantes... até a próxima.