Blog do Pedro Hauck: junho 2009

30 de junho de 2009

Certo dia na Serra do Mar...

Um dia sem muita pretenção, perfeito programa de índio, foi assim que começou...

Há dois anos atrás me mudei, vindo do interior de São Paulo, para a Curitiba com o intuito de realizar um trabalho científico.

O propósito inicial era estudar as origens da paisagem coalhada por matacões de granito no contraforte ocidental do Planalto Atlântico paulista. Uma região descrita sendo como originalmente recoberta por florestas úmidas, mas que de fato era recoberta por cerrados e cactáceas sobre os afloramentos rochosas, um típico caso de paisagem de excesão já conhecido e reconhecido por mim em meu trabalho de Conclusão de Curso em Geografia na Universidade Estadual Paulista de Rio Claro um ano antes. Trabalho esse lido e elogiado por ninguém menos, ninguém mais do que meu grande inspirador: o grande mestre Aziz Nacib Ab'Sáber.

Os caminhos da minha vida começaram a mudar quando me apaixonei à primeira vista pela chamada Floresta Ombrófila Mista, ou mais conhecida "Mata de Araucária", cobertura vegetal original dos planaltos do sul brasileiro que conjuntamente com os campos naturais formam o mosaico de ecossistemas do Dominio Morfoclimático dos Planaltos das Araucárias.

Minhas percepções sobre tal disposição de ecossistemas tão discordantes, junto com uma leitura mais apurada dos trabalhos de Reinhard Maack, João José Bigarella com os meus conhecimentos dos trabalhos do Aziz posta em prova pela denominada Teoria dos Refúgios Florestais dispertou em minha uma grande curiosidade: Qual teria sido a origem de dita paisagem?

Foi durante uma caminhada na Serra da Graciosa, num dia daqueles que o Julio Fiori diz ser "perfeito para morrer na Serra" com chuva fina e contínua, que junto com Marcelo Brotto, engenheiro florestal e presidente do Clube Paranaense de Montanhismo, que pude, em ar de espécie, obeter conhecimentos sobre a sucessão natural das Florestas subtropicais brasileiras.

Foram dois dias intensos e molhados que falamos sobre tudo o que sabíamos sobre a dinâmica e genêse das paisagens dos planaltos. O papo foi tão intenso que nossos colegas Hilton, Julio, Beto e Mikael se encheram e cada vez que falo em minhas pesquisas já ouço um imediato: "Lá vem as embromáceas!"

Pois bem, as embromáceas vieram e foram... Depois do conhecimento ecológico da sucessão atual, tive acesso aos trabalhos de Herman Behling. A redenção veio quando pude conversar com este grande mestre pessoalmente durante o último simpósio de palinologia e paleobotânica e ele achou minhas idéias "interrressants".

Foi muito trabalho, muita leitura e muita viagem (viagem do ato de sair por aí e observar os nuances regionais das paisagens) que cheguei a interessantes conclusões sobre a origem das florestas de araucárias, a relação com os campos, a última glaciação e... o cerrado e a migração das Araucárias pelas Serras do Sudeste.

O resultado disso tudo está na forma de um documento chamado: Cerrados, campos e Araucárias: A Teoria dos Refúgios Florestais e o significado paleogeográfico do Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa - Paraná. Dissertação de mestrado aprovada ontem com distinção pela originalidade.

Obrigado a todos que me ajudaram nesta jornada.

29 de junho de 2009

História do montanhismo em imagens

Na semana passada re-publiquei no site Altamontanha.com um artigo que escrevi em 2003 sobre a História do Montanhismo.

Para escrever este artigo eu me inspirei em um livro antigo que "achei" no meio das prateleiras da biblioteca da Universidade Estadual Paulista de Rio Claro quando estava coletando material para um trabalho de Geomorfologia.

Este livro é de autoria de ninguém mais, ninguém menos que Maurice Herzog, o primeiro homem a escalar uma montanha de 8 mil metros, realizado em circunstâncias trágicas.

O livro publicado em 1955 pela editora Larousse com o nome de "La Montagne" é um documento sem igual sobre a história e a cultura do montanhismo. Sem tradução para o português, permanece desconhecido pela comunidade do montanhismo do Brasil.

Copiei algumas imagens e estou agora, depois de mais de 5 anos, divulgando-as aqui. Deixe as imagens rolar e viage pela história...

27 de junho de 2009

Lacas e bolhas: A verdade sobre estes problemas na escalada em rocha

Grande laca: amiga ou inimiga?

Recentemente na lista da Femerj, o Antonio Paulo Faria enviou uma noticia que havia uma "bolha" na face norte do Pão de Açúcar que estava prestes à cair, derrubando uma laca grande e pesada.

Não é de hoje que o AP avisa a comunidade de escalada sobre tais "bolhas". Elas são nada mais nada menos do que o resultado da dilatação da rocha na superfície por conta da amplitude térmica entre dia e noite. Como o Granito e Gnais têm a característica de sofrer erosão por "esfoliação esferoidal", ou seja erodir como casca de cebola, isso ocorre com uma certa típicidade no Brasil.

Para ilustrar o fenômeno, estou postando umas fotos sobre isso. Veja esta bolha aberta na base do Morro do Elefante em Andradas, MG:



Esta bolha ilustra bem o que acontece em nossa montanhas. O frio da madrugada faz que a superfície da rocha sofra uma contração, em oposição, o calor do meio dia faz com que esta mesma rocha se dilate e isso forma uma "bolha interna".

Várias vezes quando escalamos sentimos bolhas internas na rocha que só são perceptíveis quando a gente bate nela e vê que a pedra está oca.

Muitas vezes a bolha se rompe e forma aqueles patacões enormes que são a salvação em vias difíceis. Isso explica por que há em nossas montanhas muitas escaladas de aderência e regletes e de repente aparecem estes patacões, muitos com fendas atrás que dá pra proteger em móvel, muito normal em Andradas, como na via Zênite (abaixo) que tem a primeira enfiada toda protegida desta forma.

Proteções móveis em fendas de laca na via Zênite em Andradas - MG

Há diversos tamanhos destas lacas e bolhas e a tendência natural delas é cair! No começa da Pista Claudio Coutinho no Rio, há uma lacona enorme caida, eis a foto dela:



Quando estas lacas caem, fica no local a marca de que ali tinha algo que despencou. Veja esta foto e perceba que a agarra onde eu estou segurando é o resto de uma laca que caiu e que ali teve uma bolha:



Apesar de ser um fenômeno normal, é dificil estar na pedra e observar isso. Eu mesmo, em meus 11 anos de escalada nunca tinha presenciado algo parecido, até que neste último fim de semana pude ver com meus olhos isto acontecer.

Estava começando a escalar a via "Homem Pássaro" no Bauzinho com o Luciano Fernandes, quando de repente caiu perto de nós uma avalanche de pedras.

Xinguei pra caramba o suposto maluco que poderia ter derrubado aquilo tudo, na hora nem me veio à ficha que aquilo poderia ter ocorrido de maneira natural.

Quando cheguei na quarta parada da via, estava me preparando para dar segurança pro Luciano, quando ouvi um estalo vindo de uma grande laca e fumaça por lá. Foi quando percebi a origem daquela avalanche.



A grande laca de onde veio a avalanche é esta acima. Reperem que na parte inferior fora da laca há uma parte branca na superfície que mostra bem onde estava o pedaço dela que quase caiu em cima de nós!

Foi a primeira vez que pude observar insitu a ocorrência de fenômeno geomorfogenético. Isso mostra bem que em região de mares de morros onde prevalesce a pedogênese podemos ter sim fenomenos genéticos típicos de climas secos e não é por pouco que muitos geomorfólogos criticam as teorias clássicas de Walther Penck.

A combinação de alguns processos à longo prazo (em termos geológicos) dão origem à evolução de alguns tipos de relevo. Se um clima muito úmido, com muita vegetação fica atuando por muito tempo, os solos evoluem e o relevo fica suavisado formando "mares de morros". Ao contrário, se há erosão mecânica a longo prazo em climas secos sem vegetação, a rocha fica exposta na superficie e o acumulo dos detritos da erosão são depositados gravimétricamente formando pedimentos que se ao se coalescerem, formam "pediplanos".

Obviamente que estes modelos são simplificados e no Brasil, esta experiência mostra que em uma área como a Mantiqueira ocorrem diversos processos e é complicado fazer explicações à longo prazo, embora eu acredite e postulo: O Modelado clássico é verdade!

Recentemente escrevi um texto interessante sobre este assunto, falando das montanhas do sertão nordestino. Quem quizer saber mais é só ler em minha coluna no Altamontanha.

Mas quem quiser ir mais a fundo, recomendo que comecem com este texto simples sobre a Origem e Evolução da Serra do Mar.

Boa leitura e cuidado com avalanches brasileira! (hehehe)

26 de junho de 2009

Novidades!

Não é somente este blog que se encontra com uma cara nova, o meu site também!

O Gentedemontanha.com recebeu um sistema de atualizações dinâmico, para facilitar a comunicação e me livrar de uma vez por todas do maldito Dreamweaver e as atualizações manuais chatas que estavam cada vez mais inconstantes.

Você já viu? Então dê uma visitada!

23 de junho de 2009

Álbum de fotos

Todos as fotos que eu publico neste blog ficam armazenadas em um álbum virtual do Google Picasa.

Como a maioria destas fotos são de minha autoria, estou deixando disponível um dos álbuns com 500 fotos para visualização. Fora esse há ainda mais outro completo e um no começo o que totaliza mais de 1000 fotos!

Vou divulgando cada um dia após dia, para que todos curtam. Eis o primeiro!

22 de junho de 2009

FDS em SBS

No final da via "Homem Pássaro" no Bauzinho. Foto Luciano Fernandes

Estive em São Bento do Sapucaí neste fim de semana. Como sempre hospedado no refúgio do Eliseu, pude conhecer alguns figuras da escalada de SP e de MG, como Murilo Vargas, Hard, Tiago e outros. Ainda aproveitei pra fazer uma parceria com o Luciano Fernandes, do Blog de escalada para escalar algumas vias.

Fomos no sábado para a Divisa e fiz alguns sétimos. Começamos com a via que eu ajudei a conquistar, a "Só as Cachorras" (7a). Depois fiz a "Pânico" (7b), à vista! e a "Rock 'n Roll" sacando as costuras. Ainda encadenei a Chão de Giz (7a) e fiz a Gripe espanhola, o 7a mais difícil do mundo! (sete "A" mineiro esse hein!).

No domingo mudamos de estilo e resolvemos escalar a Homem Pássaro (5, VIsup 150 metros E2) no Bauzinho. Essa é uma via nova, muito bonita.

Logo no começo fomos recebidos com uma chuva de pedras. Xinguei pra caramba o possivel autor de tal ação perigosa (derrubar vários pedaços de rocha montanha abaixo).

A primeira enfiada da via é um quintinho bem legal, com um diedro todo em móvel. Aliás a via é muito boa por isso, pois lá há uma dificuldade média e sempre boas colocações em móvel.

A escalada estava rolando tudo bem quando na quarta enfiada cheguei em um lance que no croquis estava marcado como sendo um sexto grau, mas não era. Tentei escalar aquele lance de várias maneiras, mas não rolava. Até tentei "roubar", improvisando um estribo com fitas, mas não havia onde se segurar. Acho que ali devia ter uma agarra que caiu e pelo jeito a galera tá passando aquele lance em artificial, há um furo pra cliff lá!

Sem poder escalar o lance, eu fiz uma variante protegendo a escalada com um camalot .75 numa laca. Claro que se eu caísse eu iria voar muito... mas não é que a variante ficou fácil? Acho que saiu um 5 grau, bem bonito, pois há agarras boas, ou para os pés ou para as mãos em todos os lugares. Acabou que pulei 3 chapas e saí direto na parada, onde eu pude presenciar algo muito interessante.

Estava dando segue para o Luciano que vinha em segundo, quando ouvi um estalo numa laca e observei um pedaço dela indo ao chão. Foi então que eu pude perceber de onde havia vindo as pedras no começo da escalada. Simplesmente devido ao frio que está fazendo às noites e ao calor dos dias, a pedra está se dilatando e aquela laca havia se quebrado por causa desta processo. Nunca havia visto isso ao vivo!

A quinta e ultima enfiada também foi muito bonita. Começa fácil e segue até um platô antes do cume. Lá há outro crux de 7a ou 6 sup e enfim cume! Via linda, altamente recomendável... Só tomem cuidado com o trecho onde fiz a travessia.

Luciano testando a Só as Cachorras (7a) no sábado.

Luciano no final da primeira enfiada da Homem Pássaro.



Parapente com o bauzinho e o bauzão ao fundo!

Luciano em um trecho de 6sup ao final da terceira enfiada.

Grande laca que sofreu dilatação e se rompeu durante o dia.

Não use nunca o nó UIAA. Isso é o resultado depois de meses que tive que rapelar com este nó.

Lance da variante que tive que fazer para fugir de um trecho estranho. A via original é reto. a variante faz um "U" para a esquerda (direita na foto).

18 de junho de 2009

Tome Leite

Antes de começar a falar nesta via, é importante alientar que o ela se pronuncia da seguinte maneira: L E I T E, e não leitchi.

Mas enfim, o que importa é que é uma das vias mais bonitas do setor 1 de São Luis do Purunã.

A característica desta via é Força e resistência, pois ela é grande e tem dois, sim, dois tetos!

Depois de um longo tempo sem ir pra São Luis do Purunã, ou SLP para os mais chegados, passei por lá ontem e mandei esta via. Com quedas é claro, pois não estou tão forte e resistente.

Começo da via. Ela é fácil até a primeira chapa....

Passando o primeiro teto.

Ô lancezinho dificil viu!

Detalhe

Segundo teto

Protegendo...

Passando teto...

Quedinhaaa....

Aí já é outra via, a Boluda. Viazinha difícil essa também... Entrei bombado e levei umas quedas, como a de baixo.

16 de junho de 2009

Cidades catarinenses à noite



Indo para a abertura da temporada da Associação Catarinense de Escalada e Montanhismmo (ACEM) em Apiúna - SC, passei por São Francisco do Sul e Blumenau e tirei algumas fotos interessantes da iluminação pública destas lindas cidades. O resultado está aí...

Mercado municipal de São Francisco do Sul.

Igreja de São Francisco do Sul.

Centro histórico

Calçamento da terceira cidade mais antiga do país.

Dando a luz?! Sem sacanagem...

Galã? não não...

Centro de Blumenau e o rio Itajaí.

Rua XV de Novembro em Blumenau.

Teatro em Blumenau.

Casa alemã, Blumenau.

15 de junho de 2009

Abertura de Temporada em Apiúna SC



Participei neste feriado da abertura da temporada da Associação catarinense de Escalada e Montanhismo (ACEM). O evento aconteceu bem longe de Floripa, na pequena Apiúna, no vale do Itajaí, distante 200 km da capital.

Mais do que uma simples comemoração à abertura da temporada, A ACEM realizou uma (re)inauguração da escalada no morro do Carvalho, um pico que recebeu suas primeiras vias há cerca de 15 anos, mas que nos últimos meses teve muitas conquistas, transformando-se em um dos melhores destinos para escalada em rocha em Santa Catarina.

O Morro do Carvalho é um grande morro de Riolito situado ao lado da BR 470, ao lado também do rio Itajaí Açu, uma paisagem muito bonita com o toque da colonização européia da colônia.

As vias sao predominantemente longas, mas há de tudo. As vias esportivas ficam no topo da pedra e é preciso escalar 100 metros, por vias fáceis até chegar nelas.

Há vias grandes e bem comprometedoras também. Com proteções mistas em lances difíceis. Mas não escalei elas desta vez (mas vou viu!). Escalei apenas vias fáceis e um 6 sup na esportiva.

Apesar de escalar lá só no sábado à tarde e no domingo de manhã, deu pra ver que o lugar é muito bacana e que tem muito potencial. Como a maioria das vias são recentes, elas ainda estão meio meio sujas, mas isso vai mudando com o tempo...

A unica critica que faço às vias, é que a maioria são com enfiadas grandes, com 60 metros de extenção. Por um lado isso é bom pois agiliza a escalada, mas por outro é ruim, pois a comunicação com o segue fica dificil, pois o barulho que vem da rodovia com o do vento não permite que você se comunique com seu parceiro e isso poderá resultar em acidente se a dupla não tiver escalando em harmonia. Isso é só uma sugestão, de resto não tenho o que reclamar...

O futuro promete na escalada de Apiúna, há ainda muitos linhas para serem conquistadas e considerando-se que o Marius Bagnati tá comprando a pedra (literalmente), e ao que parece irão construir um refúgio lá, o acesso ficará ainda mais fácil e este refúgio certamente irá reunir as pessoas lá.

O local é muito bom para você ir entrar na roubado com seu parceiro de escalada e também para curtir uma escalada sem compromisso com os amigos e a namorada. Recomendo enquanto o refúgio não está pronto que se hospedem no Hotel 2 Bernardi em Apiúna, que tem quartos muito bons e baratos (30 por pessoa). Há um camping na frente da pedra, na empresa de rafting no rio Itajaí, que custa só 5 reais! Para comer, a churrascaria Prada cobra apenas 7,50 para o buffet livre com uma comidinha muito gostosa.

Acho que estes preços e a paisagem são incentivos a mais para a galera querer ir pra lá. Então porque não? Conheça a escalada de Apiúna!

O Morro do Carvalho visto desde a BR 470

Trilha para a base da pedra

Tamanho da pedra!

Paisagem do vale do Itajaí

Vivian em uma das vias que dá acesso as escaladas esportivas

José Luis Kavamura chegando nas vias esportivas

O português José Abreu escalando

Veja onde fica Apiúna e morro do Carvalho


Visualizar Escalada no Morro do Carvalho em um mapa maior

8 de junho de 2009

Marumbi no inverno

Vista para a Serra da Farinha Seca o para o Ibitiraquire desde o Abrolhos


Há apenas 3 ou quatro meses atrás ir para o Marumbi era certeza de voltar pra casa com a roupa molhada e a bota suja de barro. Hoje a história a paisagem está bem diferente e por trás das montanhas verdes aparecem rochas que ficavam mais ou menos ocultas ou pelo menos e tornaram bem mais interessantes sem os babados de água.

Desta vez apenas levei os equipos para passear, mas na próxima ponho eles pra sentir o que é esse tal de Marumbi que tantos falam com tanta magia. Quero experimentar isso...

Esfinge

Gigante e Torre dos Sinos

Los Encardidos

Murilo e Camila do CPM no topo do Abrolhos

Murilo e Angelita

Verme

Esfinge e Morretes ao fundo

Cume do Abrolhos e vale das lágrimas ao fundo

Esfinge