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Acordei naturalmente as 6 da manhã, mas levamos um bom tempo para levantar, pois o sol ainda não tinha nascido e não queríamos escalar sem luz. Não me lembro a hora em que começamos a caminhar, mas eu e a Suzie saímos na frente e o Max ficou para atrás arrumando as coisas.
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Acordei naturalmente as 6 da manhã, mas levamos um bom tempo para levantar, pois o sol ainda não tinha nascido e não queríamos escalar sem luz. Não me lembro a hora em que começamos a caminhar, mas eu e a Suzie saímos na frente e o Max ficou para atrás arrumando as coisas.
Acampamos num vale e começamos a ganhar altura no morro ao sul do acampamento, aproveitando trilhas de Guanacos. Ao subir apenas um pouco já começo a sentir a força impiedosa do vento. Vou andando na curva de nível tomando cuidado para não ficar muito alto, onde o vento era pior e nem muito baixo.
Logo Maximo nos alcança e ele passa a dianteira mantendo a mesma estratégia e cruzando até mesmo campos de neve. Usando a bota como faca e sem crampon, vamos construindo plataformas e mantendo o equilíbrio. Um descuido e a queda é grande até o fundo da vale do rio La Brea.
Costeando a primeira montanha vemos o alto do vale La Brea e a montanha se destaca ao fundo. O GPS estava com a bussola descalibrada, mas foi fácil perceber qual seria o ponto mais alto e fomos em sua direção.
Perdemos um pouco de altura e logo atravessamos o vale La Brea, passando por um lugar que formaria um acampamento perfeito, com chão plano, solo, vegetação e um rio, que nesta época do ano está congelado. Apesar do lugar perfeito não nenhum sinal de acampamento.
Começamos a subir por uma vertente íngreme de rocha solta e vamos parar num rochedo bem abrigado do vento, onde paramos para hidratar e comer um pouco. Antes de sair nos deparamos com fezes de um felino. Cheio de pelos, só pode ser de um Puma.
Ganhamos altura e vamos parar num portesuelo e do outro lado há outro vale, também congelado. Maximo pede para ir em frente, seguindo seu ritmo natural que é um monstro. Eu decido atravessar o vale para investigar umas pedras que estavam aparentemente empilhadas, enquanto a Suzie segue os passos do Maximo.
Infelizmente não eram “pircas”, os muros de pedra que podem ser ruinas incas. Acabo por chegar na base de uma crista e decido subi-la, tendo como referência o Maximo que neste momento é um pontinho vermelho na montanha enorme.
Vou ganhando altura e perco o visual de ambos meus companheiros, mas ao chegar no topo da crista, vencendo um falso cume, vejo a Suzie em minha frente, ganhando o que seria a crista final até o cume.
Vou me aproximando do cume verdadeiro, até que vejo meus dois companheiros no horizonte. O cume é bastante alongado. Olho para o Oeste e vejo uma pilha de pedras, me aproximo dela e percebo se tratar de uma apacheta. Não há madeira como em outras montanhas, tão pouco há alguma virgem, caderno de cume ou qualquer coisas que ocidentais colocam no cume. Vou caminhando pelo cume alongado e chego até onde Maximo e Suzie estavam, que eram duas outras apachetas. Eles se agacharam e ficaram se protegendo do vento e do frio.
O visual era incrível. Ao norte avistamos o Bonete Chico (quarta montanha mais alta do Andes), o Veladero, Baboso. A Oeste vimos uma linda montanha de 5500 que desejávamos escalar, mas que devido ao estado da estrada deixaremos para uma próximo. Ainda vimos o remoto Cerro Torro a Sudoeste e a Sul o pouco conhecido Colanguil. Acho que também vi o Las Tortolas e o Olivares. Todas estas montanhas com mais de 6 mil metros e muito pouco frequentadas.
Novamente nenhum sinal de qualquer elemento normal que é deixado em cumes na Argentina e de fato em toda a ascensão não vimos nada humano. Não fomos os primeiros a chegar no cume desta montanha granítica, mas quem foi o último a estar ali? Seria um escalador inca de 500 anos atrás?
O retorno foi por caminhos diferentes. Fiquei para trás e perdi Max e Suzie de vista e fiz meu próprio caminho. Foram 3 caminhos diferentes, 1 na ida e 2 na volta e só perto do carro vi um sinal humano, um totem de pedra e uma sinalização de uma mineira.
Por motivo obvio, mantivemos o nome temporário da montanha de “La Brea”. No retorno iremos pesquisar se houve mais ascensões à esta montanha.
:: Continua...
:: Continua...
Suzie e Max na primeira parada para hidratação |
Vista da montanha a distancia |
Primeira apacheta no cume |
Maximo e Suzie se protegem do vento atrás de apacheta. |
Apachetas |
Eu e Max no cume do cerro 5225 |
Parofito estava com a gente. |
Eu no cume. |