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O dia amanheceu bonito exatamente como no dia anterior e não perdemos tempo em deixar o acampamento base e rumar para uma montanha (sem nome), que ficava bem próximo a nosso local de descanso. Sai na frente, exatamente por que sou mais lento que o Max e a Suzie, que é muito forte.
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O dia amanheceu bonito exatamente como no dia anterior e não perdemos tempo em deixar o acampamento base e rumar para uma montanha (sem nome), que ficava bem próximo a nosso local de descanso. Sai na frente, exatamente por que sou mais lento que o Max e a Suzie, que é muito forte.
O caminho começa num vale rochoso que dá acesso a platô, onde encontrei acampamentos modernos e pegada de pneu. Certamente alguém veio pelo lado oposto do lago e subiu por uma vertente suave onde do lado que viemos há uma escarpa de 50 metros de altura, exatamente acima de onde acampamos.
Destes acampamentos eu achei uma pagada humana solitária e comecei a seguir ela. Ganhei uma vertente mais abrupta e cheguei em outro platô, onde Max e Suzie me alcançaram e me passaram.
Dali a subida era numa crista boa, com bastante rocha, mas pouco lugar para escorregar como nos famigerados acarreos. Por este relevo bom, cheguei ao cume, a 5040 metros de altitude, e não achei meus companheiros. Sozinho, parei para apreciar a vista. A montanha que escalamos no dia anterior e toda sua proeminência o todo o resto da cordilheira que já descrevi ontem. Havia umas pedras empilhadas. Uma apacheta? Só se for dum inca muito preguiçoso, pois comparando com a que vimos em San Juan essa era bem feinha. Pelas pegadas certamente esta montanha foi escalada recentemente.
Desci no meu ritmo e cheguei no acampamento 12:35. Max e Suzie cozinhavam na barraca. Foram 3:35 de caminhada.
Após o almoço, arrumamos tudo e pegamos o carro sentido norte. Já não estava com tanto medo de dirigir ali do que quando cheguei, mas acho que foi porque ali o terreno era melhor.
Atravessei uma grande planície e fazendo meu próprio caminho achei uma rampa que subia a encosta do vulcão que queríamos escalar, outro sem nome, pelo menos no momento.
Este vulcão tem outro gêmeo de quase a mesma altitude um pouco mais ao Sul e no meio entre os dois um outro menor com cume chato. O caminho que avistei era entre este menor e o do norte. De princípio não parecia tão bom, mas quando fui ganhando altura o caminho foi se consolidando. Havia mais pegadas de carros!
Num dado momento as pegadas dos outros 4x4 que passaram ali é engolida pelo gelo e sou obrigado a desviar, duas vezes para o meio de um pedregal. Na primeira marcha reduzida vou deixando o pneu lentamente se encaixar nos buracos e vamos subindo até os 4600 metros onde paramos e estabelecemos um acampamento no meio do nada.
Era apenas 15:30 da tarde e tudo estava pronto. A montanha que queríamos escalar estava a nossa frente e então após entrarmos num acordo, todos deixaram o camping para tentar a montanha as 15:50 da tarde.
A subida foi mais fácil que imaginávamos. Começa num terreno um pouco arenoso, mas fica solido. Num dado momento tivemos que atravessar um acarreo, mas pequeno e depois subimos entre uma escarpa rochosa num tipo de uma escada natural onde saímos no ante cume e dali, por uma crista mais alongada na base do cume.
Novamente eu fui mais lento que meus companheiros e foi na base do cume que eu os encontrei descendo. Mas tudo bem, o cume de verdade estava a 3 minutos dali.
Fui advertido pelo Max que ali no cume havia uma grande apacheta e foi o que encontrei quando cheguei no topo. Uma grande torre de pedra maior que eu feita de maneira solida sobre uma base rochosa.
Fiquei admirando aquela torre e as montanhas no horizonte. Estava em frente de mim o León Muerto, o Colorados, Vallecidos. Mais ao norte pude distinguir o Antofalla, na Argentina, a primeira montanha que eu vi ruinas incas, em 2013.
Tirei muitas fotos, deixei uma pitadinha de cinzas do Parofes (pois depois de tantas montanhas está acabando) e curte a luz do fim da tarde naquele lugar indescritível.
Ainda tive tempo de descer antes do sol se por. Fiz a primera montanha em 3:35 hs e a segunda em 4. As coisas estão ficando interessantes por aqui.
Obs: Mais tarde conversando com o andinista chileno Alvaro Rojas Rivera descobri que de fato a primeira montanha, com 5040 metros, não tinha nome e a segunda se chama Lomas Coloradas com 5300 metros. Ao que parece ninguém sabia da existência de tal Apacheta.
ps2: Após pesquisa, Alvaro descobriu que esta primeira montanha sem nome já havia sido escalada em 2012, o que é um fato impressionante, já que aquelas pegadas que avistei ficaram preservadas por tanto tempo. Aqui está o relato desta escalada.
:: Continua
ps2: Após pesquisa, Alvaro descobriu que esta primeira montanha sem nome já havia sido escalada em 2012, o que é um fato impressionante, já que aquelas pegadas que avistei ficaram preservadas por tanto tempo. Aqui está o relato desta escalada.
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Sinais de acampamento moderno na base do vulcão 5040 que está ao fundo. |
Local onde encontrei pegadas de gente e de carro. No fundo o Vulcão 5040. |
Pedras no cume do vulcão 5040. Não devem ser antigas. No horizonte se vê na direita o Lagunas Bravas. |
Auto retrato no cume do Vulcão 5040. |
Acampamento na base do Vulcão Lomas Colorados. |
Vulcão Lomas Colorados visto da base. |
Vertente do Cerro Colorados. Vista para a face Norte do Lagunas Bravas e lago com mesmo nome. |
Vista para o cume do Lomas Colorados |
Apacheta inca no cume do Cerro Lomas Coloradas. |
Vista para o Vulcão Sierra Nevada desde o cume do Lomas Coloradas e complexo de Lagunas Bravas. |
Parofito no cume do Lomas Coloradas. No horizonte está o León Muerto (esq), Gordo (centro), Cerro Colorados e Vallecitos (dir.). |
Auto retrato no cume do Vulcão Lomas Colorados. |
Adoratório Inca no cume do Vulcão Lomas Coloradas, Chile. |