Blog do Pedro Hauck: De volta a Copiapó 6 meses depois das enchentes

14 de outubro de 2015

De volta a Copiapó 6 meses depois das enchentes

:: Acompanhe esta expedição desde o começo
:: Leia o relato anterior

No dia 25 de Março de 2015, a cidade de Copiapó, localizada no Norte do Chile no meio do deserto do Atacama, foi devastada por uma enchente de grandes proporções que deixou tudo destruído. Eu estava lá e vivenciei esta tragédia.

Acontece que Copiapó é para mim uma base, pois é uma cidade com estrutura que dá acesso a muitas montanhas, como o Ojos del Salado, Três Cruces, Incahuasi e outras dezenas de outras montanhas. A estrada que liga esta cidade à Fiambalá, na Argentina, é chamada de "Ruta de Los Seis miles", pois há umas 20 montanhas com esta altitude na região. Assim como Mendoza, La Paz, Huaraz, Chamonix, Copiapó é uma cidade base do montanhismo e por isso sempre venho aqui.

Após as perrengues de quase ficar quase sem combustível no meio do deserto, viemos parar aqui, de novo.

Hoje saí para dar uma volta pela cidade. Deixando a rua do Hotel Cumbres de Atacama, onde estamos hospedados agora e estivemos também em Março, fui até a rua Henriquez, com sua suas duas pistas divididas por uma vereda com árvores onde ciclistas pedalam com tranquilidade e pedestres descansam nos bancos de praça no canteiro central. Há 6 meses, havia tanta lama que era possível andar sobre os bancos. 

Na esquina com a rua Rodriguez ficava o supermercado Unimart, hoje fechado e com vidros quebrados e lama na parede. Foi lá que compramos comida para a Expedição ao Ojos e foi este mercado que acabou sendo saqueado pela população. Em frente á ele, está o posto de gasolina da COPEC, que naquela ocasião também ficou em ruínas.

Continuei até a rua Atacama e cruzei ela de ponta a ponta. No caminho encontrei algumas construções abandonadas, onde o barro daquela ocasião ainda está presente nos quintais. Hoje seco e com gretas de contração. Formam uma camada de solo superficial com cerca de 40 cm de espessura. No futuro, se estudássemos esta camada, certamente iríamos dizer que esta época foi uma de granes catástrofes com mudanças de clima no planeto. Um deserto com formação de argilas com alta energia de rio?!

Antes de voltar ao hotel, passei pela praça principal e pude ver que o restaurante Bavária, onde jantei com a Silvia e o Waldemar em 2013 e em 2015 comemos uma “parilla” com os clientes antes da ascensão, estava aberto. Ele foi tomado pelo barro em Março e se recuperou.

A cidade se renovou, mas ainda guarda cicatrizes da tragédia.

Durante a enchente
Hoje
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes
Depois
Antes

Depois
Antes
Depois
:: Continua...

Nenhum comentário: