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Depois de ter ficado
um tempo longe da civilização, fizemos uma pausa de um dia inteiro na cidade de
Fiambalá. Nos hospedamos num camping, de nome sugestivo “Paradiso”, onde
pudemos arrumar as coisas, lavar roupas e até fazer um churrasco argentino.
Após este estratégico descanso, pegamos a Andino e voltamos
pra montanha, desta vez pra encarar o Monte Pissis, que com 6800 metros é a
terceira montanha mais alta da cordilheira.
Trata-se de uma montanha pouco conhecida e que até pouco
tempo atrás, era pouquíssimo escalada. Aparentemente a Província de Catamarca
está querendo atrair gente e por isso arrumou a trilha, de 90 km, que vai até a
base da montanha.
Com a estrada boa, pela primeira vez na viagem encontramos
alguém na montanha. Um casal de russos com um carro alugado no Chile. Montamos
nossos primeiro acampamento não solitário num local abrigado do vento, mas sem
água.
No dia seguinte, antes que o sol batesse na barraca, eu e o
Waldemar já deixávamos o base rumo à parte superior da montanha. Fazia frio
para uma altitude tão baixa (apenas 4600m) e tivemos que caminhar com blusa e
anorak.
Quase 10 km e umas 7 horas depois, já estávamos instalando
nossa barraca há 5700 m, onde derretemos gelo e fizemos nosso jantar antes do
sol se por.
Com o tempo bom, pouco vento, acordamos tarde, às 3 da manhã
e uma hora depois já estávamos caminhando rumo ao topo.
Atravessamos o glaciar da montanha, o que me deu a esperança
de encontrar este tipo de desafio até o topo, mas infelizmente, pouco depois já
estava de volta subindo um acarreo (subida com seixos soltos), foi assim até o
cume, que alcançamos às 11:30.
Por incrível que pareça, o frio sumiu no cume, e tive até
que tirar um pouco de roupa. Ficamos um tempão lá cima admirando a vista.
Pudemos ver o Walther Penck, Nascimiento, Ojos Del Salado, Três Cruces,
Incahuasi, Cerro Bonete Chico, Veladero, Sierra de Famatina e outras tantas
montanha que não pude reconhecer.
A descida foi rápida. Às 3 já estávamos no campo alto e
antes das 4 já estávamos com tudo nas costas para descer até o base, onde
chegamos às 6:20. Insuficiente para desarmarmos o primeiro acampamento e
percorrer os 180 km até Fiambalá para comer carne novamente. Sem problemas,
passamos mais uma noite naquela agradável montanha para percorrer de dia as
maravilhosas paisagens que nos levou até a civilização novamente.
Esta foi nossa 6 montanha. Em média, contando desde o dia em
que saímos de Curitiba, estamos fazendo um cume a cada 4 dias. Nada mal
contando que algumas destas montanhas estão entre as top 20 de todo continente.
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Laguna Celeste, caminho ao Pissis. |
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Trilha em bom estado, 90 km do caminho. |
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Laguna Celeste com o Ojos del Salado ao fundo |
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Indo ao campo alto do Pissis |
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Admirando a montanha |
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Waldemar no caminho ao campo alto. |
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Vista dentro da barraca no campo alto. |
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Atravessando um campo de penitentes a caminho do campo alto. |
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Nosso acampamento a 5700m. |
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Vista do cume para o Bonete Chico (esquerda), caldero del Inca (centro) e Veladero (direita). |
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Chegando ao cume. |
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Waldemar ao amanhecer durante o ataque ao cume. |
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No cume do Pissis |
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Cume do Pissis |
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Descendo ao campo alto. |
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Placa em homenagem à Pierre Joseph Aimé Pissis no cume. |
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Altitude marcada no GPS |
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Ultima vista para o Maciço do Pissis. |