:: Acompanhe a expedição desde o começo.
:: Leia o relato anterior.
Diferente de muitas montanhas nos Andes, o Ojos del Salado tem 3 refúgios. O mais baixo deles é o Claudio Lucero, que fica a 4500 metros e não é muito distante da estrada. Ficamos ali alguns dias aclimatando e esperando o tempo melhorar, já que houve um dia com nevasca.
:: Leia o relato anterior.
Diferente de muitas montanhas nos Andes, o Ojos del Salado tem 3 refúgios. O mais baixo deles é o Claudio Lucero, que fica a 4500 metros e não é muito distante da estrada. Ficamos ali alguns dias aclimatando e esperando o tempo melhorar, já que houve um dia com nevasca.
No dia certo saímos deste primeiro refúgio e fomos em direção ao intermediário, Refúgio Atacama. São 24 quilômetros de estrada 4x4 que tem apenas um trecho um pouco mais complicado que exige a reduzida. Apesar de já ter passado por ali em 2013, com a caminhonete andina do Waldemar Niclevicz, era uma paisagem diferente, pois naquela ocasião tudo estava nevado e apesar da tormenta dias antes, a paisagem estava seca, com apenas os cumes das montanhas pintados de branco.
Uma vez no Refúgio Atacama começamos a arrumar seu interior. Havia muito lixo deixado por outras expedições. Empacotamos tudo para levar embora. Este refúgio é bem pequeno e serviu apenas para abrigar os guias e também como lugar para cozinhar. Como o ali está a 5200 metros, todos ficaram lá dentro conversando enquanto cozinhávamos. A noite foi gelada, mas apesar da altitude tudo tranquilo, dado o ótimo plano de aclimatação.
No dia seguinte deixamos os carros de lado e fomos à pé ao terceiro refúgio, Tejos, que fica a 5815 metros, e 4 quilômetros de distância, onde encontramos Gianfranco Biachi, um piloto chileno que havia acabado de bater o recorde mundial de altitude numa montanha, alcançando 6400 metros. Ele era patrocinado pela Suzuki e sua moto era toda especial, o Maximo ficou com inveja por ele conseguir um patrocínio da Suzuki e ele andar com sua moto toda ferrada para escalar montanhas e fazer seu projeto dos 6 mil metros.
Falando no Maximo, após chegarmos no refúgio ele começou a ter dores nas costas, resultado de 4 meses seguidos de expedições nos Andes, com essa decidimos que não era melhor ele subir. Mesmo assim teríamos além de mim o Edu Tonetti, o Diego e o Javi como guias.
Removendo o lixo deixado no refúgio Atacama. |
Maximo subindo ao Tejos e o Ojos ao fundo. |
Refúgio Tejos |
Diego Calabro vendo as novidades.... |
Gianfranco Biachi logo após bater o recorde mundial de altitude numa moto. |
Como não podia deixar de ser acordamos super cedo para o ataque e deixamos o refúgio para enfrentar a madrugada gelada. A fila indiana se formou e o frio era extremo. Disse a todos que o desafio era vencer a madrugada e de fato o fizemos, mas logo ao amanhecer alguns acabaram desistindo. O frio toma nossa energia e acontece um fenômeno estranho que é ter sono durante a caminhada. Um sono do tipo fisgadas quando dirigimos cansados, mas em pé. Isso aconteceu, por exemplo, com o Bruno Audi. Ele e o Emiliano desceram junto com o Diego e o resto continuou comigo, Javi e o Edu.
Já com o dia claro, alcançamos a borda da cratera e começamos a circular a mesma até chegar na canaleta que separa o cume internacional do Argentino, onde tem o trecho mais complicado da subida que consiste numa escalaminhada com corda fixa num trecho bastante exposto.
Javi foi na frente e montou uma segurança. Porém, como este trecho faz um "L", o Edu ficar na interseção. O frio estava terrível, meus pés estavam congelando e esperar virou um tormento. No entanto um a um foi ascendendo, até que chegou minha vez. Eu, Edu Tonetti, Javi Callupan, Joair Bertola, Marcio Pelloso, Alexandre Sanfurgo, Gustavo Uria e Petru Rares fizemos cume. Foi minha segunda vez no topo do vulcão mais alto do mundo!
Joguei as cinzas do Parofes rapidamente e o Javi não entendeu o que eu estava fazendo ao jogar aqueles pózinhos, mal sabia que seu tempo aqui na terra era curto...
Descemos sem muitos problemas e no meio da tarde chegamos ao refúgio, onde o Maximo nos informou que ele havia recebido um alerta meteorológico que uma tempestade se aproximava. Não houve outra alternativa senão juntar tudo e descer até o Refúgio Atacama onde estavam os carros.
Soquei tudo o que era possível dentro da mochila cargueira e fui descendo, mesmo cansado, com uma parte do grande grupo. Tomando um caminho de descida inédito para mim, cheguei no carro com o dia chegando ao fim e com o jipe carregado sai dali em direção ao Refúgio Claudio Lucero onde uma parte do grupo que havia descido antes nos esperava.
Como todos queriam voltar à cidade, acabamos descendo os Andes à noite para chegar em Copiapó de madrugada, onde com sorte conseguimos uma pizzaria aberta para abastecer nossos estômagos e dormir super tarde e felizes.
Foi uma expedição super bem sucedida, a qual guardarei ótimas recordações. No entanto o perrengue não ficou nas alturas... (Continua).
Vista para o cume desde a cratera do Ojos del Salado |
O grupo descansa na cratera do Ojos. |
Caixa de cume. |
Vista para o Barrancas Blancas do cume do Ojos. |
Vista para o maciço dos 3 Cruces (esquerda) e Barrancas (dir). |
Vista para o Muertito e o Mulas Muertas. No horizonte o Vulcão Sierra Nevada. |
Vista para o Muerto (esquerda), Fraile (centro) e Incahuasi. |
Jogando as cinzas do Parofes no cume do Ojos del Salado. |
Homenagem ao Parofes no cume do Ojos del Salado. |