A cidade de Barreal, localizada na província de San Juan, no Oeste da Argentina, é um destino pouco conhecido da maioria das pessoas, mas cada vez mais comentado entre os montanhistas, pois lá é a base do Mercedário, montanha de 6740 metros que é a oitava mais alta dos Andes. Além desta famosa montanha, Barreal dá acesso à cordilheira de Ansilta, com uma dezena de montanhas acima de 5 mil metros, além também de ter a cordilheira del Tigre, com mais montanhas menos conhecidas.
É por isso e mais outras que essa cidade é uma velha conhecida. Eu estive lá pela primeira vez em 2008, quando escalei o Cerro Ramada e o Negro. Mais tarde em 2013 retornei para fazer a normal do Mercedário e agora para realizar a mesma ascensão só que guiando pela Agência GenteDeMontanha, de Maximo Kausch.
Passei primeiramente pela cidade para acertar detalhes logísticos com o Mauro, um guia local que oferece vários serviços. Apesar acertar detalhes, fui a Mendoza, localizada ha 200 km dali para me encontrar com Maximo para depois retornar mais duas vezes. Uma para levar equipamentos e outra para levar os clientes definitivamente.
Falando neles, estávamos em 8 pessoas. Os guias eram eu, o Maximo Kausch e o Edu Tonetti, um brasileiro que mora na Argentina e que também é guia. Os clientes eram a Rose de Curitiba, a Ana Licia de São Paulo, Paulo de Juiz de Fora, Edinho do Rio e o Mauro de Porto Alegre. Deles, eu conhecia o Maurão que havia feito o curso de escalada em gelo com a gente na Bolívia e a Rose, que mora na minha cidade, Curitiba.
Uma reunidos, a expedição começa quando deixamos Mendoza para trás e começamos a subir os Andes pela Ruta 7, de volta a Barreal. Nesta expedição, optamos por passar uma noite na pousada do Mauro e fazer um churrasco. O Mauro, nosso cicerone, comprou o melhor corte da região e comemos como reis. Foi a melhor carne que comi na minha vida e o nome dela é: Punta de Espalda.
Tomamos a estrada em direção à montanha, por uma estrada mantida por uma mineradora que por conta da crise, está com atividades limitadas. Ainda no começo da estrada, cruzamos com uma viatura da Gendarmeria argentina, nos avisando que o caminho estava cortado. Como sei que eles são alarmistas, não dei muita atenção. O caminho, no entanto, tinha muitas poças de água, o que não é normal.
Continuamos o caminho e passamos por um local que acredito ser um dos pontos mais críticos, a travessia do rio Colorado, que não tem ponte e costuma ter um volume de água grande. Desta vez, no entanto, estava tranquilo. Andando poucos metros, no entanto, nos deparamos com a primeira dificuldade da aproximação da montanha.
Após nova seção de abre e fecha porteira, cheguei até o cruzamento onde o Paulo, a Ana e a Rose me esperavam. Aguardamos mais um tempo e logo chegou o Mauro com o resto do grupo para começarmos a ultima viagem em direção à base da montanha, tendo eu como guia entre os caminhos alternativos.
:: Continua
Cruzando o rio Colorado |
Caminho off road |
Cruzando as cercas para acessar a base do Mercedário. |
Muito barro no caminho. |