Pedro Hauck, Felipe Camargo, Lucas Marques e Silvério Nery, premiados com o Mosquetão de Ouro 2015. Foto FEMERJ |
Os últimos dois anos foram especiais pra mim em termos de realizações no montanhismo e isso todos sabem, tanto que foi publicado até na Revista Go Outside. Em 2014, além de ter realizado uma expedição super legal pelo norte da Argentina com Luiz Antoniutti e seu filho Luca, ainda finalizei um projeto quase inédito: Escalar todas as montanhas acima de 6 mil metros na Bolívia.
Eu digo “quase” inédito, pois a lista de quais eram essas montanhas antes de 2014 era diferente, pois incluía montanhas que não eram 6 mil e outras que são, que não estavam na lista. Tal lista, inclusive, foi elaborada por Maximo Kausch após extensa pesquisa com dados da NASA, onde ele chegou a um número de quantas montanhas com esta altitude existem nos Andes: 104. Destas 14 na Bolívia.
Desta forma, as poucas pessoas que haviam feito o projeto em sua proposta original não haviam feito no novo formato. Mas o quase ineditismo se deu também, pois um pouco antes de finalizarmos, o equatoriano Santiago Quintero o fez, com os dados do Maximo.
De qualquer forma, havia um grande mérito no projeto e sua realização se encaixava nos propósitos da premiação, baseada no famoso Piolet D’Or. O ineditismo, a exploração, a busca por novos horizontes e o estilo, no caso, sempre por conta própria e sem ajuda de ninguém.
A concorrente, Ana Elisa Boscarioli, tinha realizado um feito muito mais famoso, que era ter escalado os 7 cumes. Fiquei na dúvida se poderíamos ou não ganhar.
A maior dificuldade foi ter conseguido a pré indicação, uma tarefa que ficou na mão dos clubes de montanhismo que fez o evidente: Indicou seus sócios. Não sei quem nos indicou, mas agradeço, pois acabamos levando o prêmio em sua primeira edição. O troféu foi me dado pelas mãos de um grande dinossauro do montanhismo brasileiro: Giuseppe Pellegini! Foi incrível!
Acredito que prêmios como este são importantes, pois são estímulos na busco de novidades e também um reconhecimento ao mérito esportivo. Claro que nem sempre o que achamos melhor ganha e inevitavelmente haverá gente reclamando. Também haverá os puristas que acham que nada deveria ser premiado, pois é ego. Colocando os prós e os contras, acredito que sim é uma boa iniciativa esta premiação e que ela deva continuar existindo a ponto de se tornar uma tradição.
Mosquetão de ouro |
Premiados no Mosquetão de Ouro 2015 |