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Mesmo vizinho ao Chachacomani, o acampamento base das duas montanhas não é o mesmo. O Chearoko fica ao norte da outra montanha, porém, a face Sul do Chearoko atualmente não está dando acesso a seu cume, pois formou-se ali uma enorme greta que impede a escalada por esta rota.
Mesmo vizinho ao Chachacomani, o acampamento base das duas montanhas não é o mesmo. O Chearoko fica ao norte da outra montanha, porém, a face Sul do Chearoko atualmente não está dando acesso a seu cume, pois formou-se ali uma enorme greta que impede a escalada por esta rota.
Para falar verdade só notei este detalhe depois que escalei a montanha. O Chearoko tem vários cumes enfileirados, todos formando barbatanas como o do Chachacomani, mas ainda mais íngreme e afiado.
Por muita sorte, a interpretação das imagens do Google Earth que o Maximo fez foi muito boa e ele desenhou uma rota por uma crista na face Oeste da montanha que leva diretamente ao cume mais elevado e ao mesmo tempo não tinha tantas gretas (sorte!). No entanto, o acesso a esta crista se fazia por um vale mais ao norte do vale em que estávamos, o vale de Jallpa.
Para chegar à este vale, tivemos que fazer uma travessia cruzando um glacial e um passo recoberto por material sedimentar de morainas.
Por sorte este passo não foi tão complicado. Tivemos sim que atravessar a geleira, onde ainda bem haviam poucas gretas ocultas. Depois subimos o passo pelo moraina lateral de outra geleira acessória, onde ela se apresentava mais gretada, para chegar em seu topo onde estava mais estável e repetir o processo na vertente oposta deste passo, indo cair diretamente em um grande lago que não sabemos o nome.
Este lago é formado pelo derretimento de uma cascata de gelo que desce da face oeste do Chearoko, onde todos os dias há avalanches. Ele tem cor esbranquiçada típica de água de degelo.
Caminhamos pelas orilhas deste lago, onde havia um grande depósito de rochas graníticas empilhadas. Fomos tomando cuidado com as rochas soltas e assim chegamos em um excelente local para acampamento localizado a 5050 metros de altitude, de certa forma baixo, tendo em vista que as duas ultimas montanhas em que havíamos escalado anteriormente tinham uma distância vertical do acampamento ao cume de 850 metros. Em se tratando de montanhas na porção oriental dos Andes, onde prevalecem montanhas mais escarpadas formadas por cavalgamentos de placas, sabia que era uma distância desafiadora, mas depois de tanta caminhada e escalada valeria a pena arriscar, confiando em nossa boa aclimatação.
Continua...
Continua...
Começo da travessia na geleira. |
Geleira no passo. |
Que legal, um sinal humano! |
Primeira vista pro lago. |
Descendo pro lago, não muito confortável. |
Chegando ao local do acampamento, no paraíso. |
Geleira do Chearoko chegando no lago. |
Campo base no Chearoko montado. |