Blog do Pedro Hauck: Paisagens do Paraná, uma visão artística

10 de março de 2010

Paisagens do Paraná, uma visão artística

Eu conheço bem o Estado do Paraná, embora não sendo paranaense, gosto muito do clima, dos campos e das florestas.

Estou colocando aqui algumas telas de artitsticas famosos que retrataram o cotidiano e paisagem no Estado, que era recoberta por Florestas de Araucárias e campos subtropicais naturais e povoado por índios guaranis, negros, caboclos e imigrandes europeus, sobretudo alemães, poloneses, ucranianos e italianos, além, é claro, dos portugueses.

Apartir da década de 1950, o Estado incentivou a destruição da vegetação natural, a economia madeireira insustentável entre outras coisas. Tanto é que o geógrafo alemão radicado em Curitiba Reinhard Maack chamou a atenção para a destruição desenfreada e se não fosse por seu mapa fitogeográfico, não saberíamos qual é a vegetação natural original no Estado.

Deixo aqui algumas telas famosas e muito bonitas que retratam estas paisagens e culturas, em parte ainda preservado no interior.

A Queimada de Alfredo Andersen. Esta tela mostra um pouco da apropriação dos Campos Gerais. A queimada era uma pratica normal para renovar a pastagem nativa, que é muito rica em silica e é pouco apreciado pelo gado.

Curitiba em 1827. Tela de Jean Baptiste Debret. Veja o desenho perfeito da Serra do Mar ao fundo. Note que o local da pintura é no Largo da Ordem (ver a igrejinha) Talvez onde hoje seja o teatro de arena.



Vista do Cadeado para o Marumbi - Alfredo Andersen.  Andersen era na verdade norueguês, ele morou muitos anos no Brasil, chegando aqui na época de transição entre a Monarquia a República. Morou primeiro em Paranaguá e depois em Curitiba.

Sapeco da erva mate - Alfredo Andersen

Descendo a Serra do Mar com tropas de erva mate. João Leão Pallière. Esta pintura certamente retrata o caminho do Itupava.

Theodoro De Bona - amplo horizonte - 1969.

Antonina William Loyd-1872. Veja ao fundo a Serra do Mar

Caça a Anta no Rio Ivaí - Franz Keller - 1865

Theodoro De Bona - Cacique Tindiquera indica o local da fundação de Curitiba. Para quem não sabe, Cori significa "Araucária" e Tiba " muita".

Arthur Nisio - Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, hoje Balsa Nova. Nota-se pelo retrato que é uma procissão do Senhor do Divino.

Kurt Boiger - paisagem, 1948

Waldemar Curt Freyesleben - paisagem paranaense, 1943

Guilherme Matter - plantação de trigo, sem data

Passeio Publico - Alfredo Andersen. Este lugar fica na rua de trás da minha casa. O lago que aparece é do Rio Belém, que hoje é canalizado no centro, passando por baixo do lago atual, que tem o fundo de concreto. O Rio Belém é um rio completamente morto e deságua no rio Iguaçu, aquele que 600 e tantos Km mais tardes se rompe nas cataratas.

Vista de Curitiba - Joseph Keller 1865. Veja o detalhe da Serra do Mar, da esquerda pra direita se vê nitidamente, como se fosse uma foto, o Caratuva, Pico Paraná, Ciririca, Aguda da Cotia, Anhangava, Serra da Farinha Seca e Serra do Marumbi.

Oswald Lopes - paisagem, 1938. Este retrato mostra bem a periferia de Curitiba na época, pode ser que seja o bairro do Barreirinha, que era onde moravam os polacos.

Guiro Viaro - As Lavadeira, 1944. Veja a população negra e  a pobreza e simplicidade das pessoas.


Paul Garfunkel - Largo da Ordem. Curitiba. 1957

Lange de Morretes - cataratas do Iguaçu, 1920

Theodoro De Bona - paisagem de Curitiba, 1925

4 comentários:

Eliza disse...

Obras maravilhosas...
Além das queimadas, ou as lavadeiras de Alfred Andersen agora mais uma, a paisagem de Oswald Lopes (1938).

Pilgrim disse...

Rapaz, excelente post, parabéns!

Fiquei curioso para visitar cada referência, você tem mais links? No blog do Gilson Camargo, onde está?

Miriam Chaudon disse...

Maravilhosas!

julio ct thomaz disse...

Olá, o que o faz crer que seja o caminho do itupava?