Toledo é uma cidade muito bonita e próspera. Ela tem um centro super organizado e uma lagoa belíssima rodeada por um parque. As cidades do interior do Paraná sempre me surpreendem, foi assim com Cianorte, Maringá, Guarapuava e Londrina, todas cidades médias com excelente infraestrutura urbana, belo planejamento, muitos parques, muito verde e ótima qualidade de vida.
Em Toledo existia uma clube de montanhismo, o COPAM (Clube Oeste Paranaense de Montanhismo) que não sei que fim teve. Dois membros deles vieram pra Curitiba e hoje cuidam do refúgio 5.13 no Anhangava, o Eduardo e a Cíntia. Foi deles que eu ouvi pela primeira vez que havia escalada na cidade. Como em Foz do Iguaçu eu conheci um escalador de Cascavel, o Douglas, me encoragei em conhecer a pedreira de Toledo.
Chegando lá, dei de cara com máquinas e caminhões trabalhando, pois não é que estes escaladores do Oeste são machos e escalam numa pedreira em atividade! Bom, ao menos o lado da pedreira onde eles escalam não está em atividade, mas as detonações ocorrem periodicamente.
O interessante da pedreira não foi só as escaladas. Lá a Eliza reconheceu derrames ácidos do vulcanismo mesozóico, ou seja, um vulcanismo diferente daquele fissural que deu origem aos basaltos. Nesta pedreira a gente viu o contato do Basalto com o Riolito e nele havia uma deposição de um tipo de arenito misturado com a lava fluída que formou cordas do tipo pahoehoe. Pra quem se interessar, leia este artigo de autoria da Eliza: Vulcanismo no Brasil
Bom, eu não fui até o Oeste pra escalar em Pedreira... Foi através de uma outra noticia do Altamontanha, datada de 2006, que eu fiquei sabendo que lá tinha um setor de escalada numa cachoeira em uma cidade vizinha: Ouro Verde do Oeste, lá fomos nós.
A estrada para cidadezinha era um atrativa a parte, rodeada por plantações de soja, as mais belas que já vi, a paisagem era muito bucólica, me senti dentro de um quadro de Van Gough.
Na cidade começou minha luta pra saber onde ficava a tal da Cachoeira que eu havia visto no site AltaMontanha, que se chamava "Salto João e Maria". Bem, fui em todas as cachoeiras da cidade e nenhuma tinha este nome. Seria uma pegadinha do pessoal de Toledo fazendo uma parodia com a história das criancinhas perdidas?
Bem, faltava conhecer uma cachoeira chamada de "Salto do Rio Azul", lá fomos nós. Atravessamos estradinhas de paralelepídos, de terra e chegamos numa vila rural, depois de várias paradas pedindo informação, chegamos ao fim da estrada e nos perdemos no meio da soja, até desistir...
Na volta pro carro encontro com um caminhoneiro que me falou que no Salto havia paredes grandes, logo, resolvi voltar e entrar na plantação, chegando mais tarde ao rio e à cachoeira, onde eu achei os grampos de uma via.
Escalei a via e pequei uma baita chuva... Valeu para conhecer...
Mais tarde descobri que esta era a tal da Cachoeira, mas que lá haviam mais setores e não somente aquela via solitária.... Este foi o lugar mais escondido que eu já escalei no Brasil... Acho que os escaladores de Toledo acharam o nome ideal pro Setor: João e Maria.