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Acordo tarde para compensar o cansaço dos dois dias anteriores. Para o dia de hoje decido começar indo até a estação de trem para conhecer o caminho até lá e também para trocar a passagem que comprei na internet.
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Acordo tarde para compensar o cansaço dos dois dias anteriores. Para o dia de hoje decido começar indo até a estação de trem para conhecer o caminho até lá e também para trocar a passagem que comprei na internet.
Apesar de parecer simples, achei que poderia ser desafiador, pois para chegar lá precisaria de andar de metrô, trocar de linha duas vezes e ainda descobrir como trocar a passagem na ferroviária. Parece simples? Sim, mas não numa China onde ninguém te entende e você não entende ninguém. Pelo menos para mim que não estava "aclimatado".
Caminho 900 metros até a estação de metros mais perto. Está vazia.
Chegando no túnel encontro uma máquina para comprar os tickets. Tudo está em ideograma chines. Porém no canto vejo um botão escrito “english”. É lá que eu apero. De repente o analfabeto aprende a ler.
É preciso clicar na estação de destino. O preço depende disso. Lugares mais longe são mais caros, locais mais próximos, mais baratos. São apenas 4 Yuans até a estação. Isso dá um pouco mais de 2 reais. Barato!
Antes de entrar na estação é preciso passar a mochila no raio X, depois precisa encostar o cartão de embarque na catraca e levar contigo no bolo. Quando sair na estação de destino, é preciso inserir o cartão na máquina, assim não dá para dar o golpe no metro e você só paga pelo o que usa. É inteligente.
Olho no mapa qual é a ultima estação no sentido do meu destino. Olho nas placas e vejo que estou na direção correta. Entro no trem, faço baldeação na próxima estação, sendo atento para não pegar o trem oposto e assim chego na ferroviária. Lotado de gente!
Passo novamente num raio X para entrar na bilheteria e lá pego uma fila. Na minha vez escrevo no Google translator e mostro para a atendente “Quero trocar a passagem que comprei na internet”. Ela fala algo em chinês. Não entendo nada e depois ela fala “passport”.
Entrego a ela meu passaporte. Ela digita no computador. Nada.
Mostro o e-mail da confirmação da compra. Nada.
Ela chama uma pessoa no telefone e depois pede meu celular e meu passaporte e depois voltam falando em chines. Não entendo nada, apenas entendo a palavra “refund”.
_ Refund what?
Perco a vez e todos os chineses entram na minha frente na fila. Neste momento ouço uma voz feminina: _Do you need Help?
Primeiramente penso ser uma funcionária da estação, mas era apenas uma chinezina que viu meu desespero e decide ajudar.
Explico a ela o que houve e ela entra na fila junto comigo até esperar minha vez para perguntar o que aconteceu. Meu numero de passaporte não batia com a reserva.
Quando comprei minhas passagens em Kathmandu, digitei errado meu numero de passaporte. Por conta disso não podia trocar a passagem. Fiquei desesperado!
_ Calma Pedro, você precisa pensar.... Dizia minha mente.
Friamente falei para a chinesa que me ajudara:
_ Fala pra ela que eu quero comprar uma nova passagem. Não importa se eu tenho essa, quero comprar outra para o mesmo dia e mesmo horário.
Deu certo. Agradeci a ajuda e voltei imediatamente para o hotel, onde tentei de tudo para acessar o site onde fiz a compra dos bilhetes.
No entanto, na hora que eu comprei, não me registrei no site. Com isso, não conseguia mudar meus dados. Pedia para que o site me enviasse a senha do cadastro, porém como na China não funciona o Google e meu e-mail é do Gmail e o site da empresa só funciona com VPN desligado, eu não conseguia mudar.
Decido então mudar de estratégia e ligo no telefone do site, onde me atendem com um perfeito inglês. Pausadamente falo o que houve e me informam que não posso mudar meu documento, apenas posso cancelar as passagens e fazer uma nova compra. Peço então que cancelem tudo e e devolvam meu dinheiro no cartão, e a atendente consegue realizar minha solicitação. No final lembro que comprei também uma passagem de avião de Hong Kong para Shangai, na volta de minha viagem. Esta, felizmente, é possível alterar o documento.
Desligo o telefone com missão cumprida, mas sem passagens de trem. Agora preciso comprar novos tickets.
Entro no site, escolho o itinerário, o horário, porém na hora de pagar, o site não aceita meu cartão.
Entro no aplicativo do Banco do Brasil e tento desbloquear o cartão. No final da transação, o aplicativo mandou um SMS para meu celular. Mas celular brasileiro. A mensagem com o código para liberar o cartão está viajando até hoje.
Fico desesperado.
Tento relaxar, ainda é meu segundo dia na China e estas passagens são para daqui vários dias. Dá tempo de comprar de outra forma. De repente indo de volta a uma ferroviária.
Vou até a recepção e pergunto a atendente, que falava um inglês razoável, se dá para eu comprar passagens entre cidades alheias a Shangai na bilheteria de umas das estações da cidade. Ela diz que não.
Explico o que houve e quando eu faço uma tentativa para mostrar, consigo pagar a passagem. Era o VPN que precisava estar desligado! Ufa!
Com isso, perdi metade do meu dia, mas ainda dava pra aproveitar.
Olho para meu guia (tipo um Lonely Planet) e vejo que na periferia da cidade tem um shopping de coisas baratas. Estou na China, terra do Alibaba, vou comprar uns eletrônicos baratos. Na lista tinha um HD externo, uma câmera de carro, um mini projetor. De repente um novo celular mais moderno ou qualquer bugiganga útil que aparecer.
Tomo o metrô e chego na tal estação, que é de um museu de Ciência. Na própria estação há um shopping de bugigangas. Passo por ele achando que atrás haveria o shopping que no guia diz que é o melhor da cidade para comprar este tipo de coisas. Mas não... Era aquilo mesmo.
Museu de Ciência de Shangai |
O shopping era metade de roupa social e outra metade de bugigangas, predominantemente acessórios de celular: Capinhas, fone de ouvido, power bank, cabos, e outras porcarias. Sem muita opção compra apenas um panda de pelúcia e volto ao metrô, onde pego um trem para centro da cidade, onde fico andando aleatoriamente até cansar.
Na volta do hotel passo por um “family market” onde compro uma bandejinha com sushis e sashimis super barato. Como na rua e volto ao Hotel para descansar.