Blog do Pedro Hauck: Shangai: Conhecendo a maior cidade do mundo

23 de outubro de 2018

Shangai: Conhecendo a maior cidade do mundo


O dia amanheceu preguiçoso, com pouco barulho vindo da rua. Olhando pela janela, pouco pude notar da paisagem urbana da cidade. Um edifício envidraçado do outro lado da rua, sobrados envelhecidos do lado e prédios e mais prédios no horizonte. Me chamou atenção uma Ferrari vermelha estacionada na rua.

Desci até rua e fiquei meio sem saber para onde ir. Tomei uma direção, achando estar indo para o centro, mas peguei o caminho contrário. As ruas são retilíneas e bem arborizadas, os edifícios são modernos, as calçadas largas e há muito paisagismo, deixando tudo muito bonito para os olhos.

Retorno à esquina do hotel e decido trocar um pouco mais de dinheiro em um banho apenas no outro lado da rua, tarefa que realizo com facilidade, sem porta giratória e sem precisar falar nada de inglês.

Meu estômago reclama de fome. _Uhm, adoro comida chinesa!

Coca Cola na China
 Ando poucos metros, veja uma padaria, e ao lado um restaurante de noodles: _Yakissoba?! Nada mal!
Uma mulher me atende no caixa e eu aponto para a foto onde vejo um yakissoba de carne de legumes. 25 Yuans. Faço a conta e é barato!

Pouco depois chega meu pedido junto com uma latinha de Coca Cola escrito em ideograma. O Macarrão tá sem sal, o molho é aguado e a carne é fina como um presunto e não tem gosto. Não foi a melhor experiência, mesmo assim comi inteiro.

Saindo dali vou descendo a Jiangning Road em direção à Praça do Povo. A área residencial vai dando lugar edifícios de escritório e não demora até aparecer um Shopping. Entro lá para dar uma olhada.

Como todo shopping de luxo, tem piso brilhante que reflete a luz artificial. No lobby há um tipo de uma “feirinha” onde há um outlet de roupas sociais. Nem parei pra ver. Subo a escada rolante, dou uma volta a um corredor e dou de cara com uma loja de celular, onde vejo o último lançamento da Samsumg sendo vendido por pouco mais de 1000 dólares. Não é pra mim.

Deixo o shopping e vou para na rua Nanjing, com suas lojas de luxo, as quais passo sem dar atenção até chegar na esquina da Rua Wujiang, uma rua de pedestre cheia de restaurantes legais, os quais passo com água na boca, porém sem tempo para comer algo, ou melhor, gostando tanto dessa exploração urbana, que desejava mais continuar do que parar.

Atravesso a rua, passando em frente a um grande Starbucks Café. Me chama atenção uma chinesinha adolescente chorando enquanto escreve no celular. _Xi, levou um pé na bunda do boy, só pode! Basta eu passar que ela começa a discutir com uma mulher mais velha. Talvez a mãe. Vai saber o que aconteceu?

Continuando, passo por trás da Praça do Povo, onde fica o parque Renming. Cruzando a rua Xizang, a rua Nanjing vira um calçadão, onde pela primeira vez posso sentir a quantidade de gente que vive em Shangai. São mais de 25 milhões de habitantes, talvez a maior cidade do mundo! É sexta feira de feriado, mas mesmo assim há muita gente no calçadão, que tem todas suas lojas abertas. Lojas de grandes marcas, Apples, Huaweii e seus caros celulares. Além de grifes que nem sei o nome. Eu apenas olho as vitrines, o povo, a limpeza da rua o paisagismo e a arquitetura dos grandes edifícios de destacando em meio a prédios vitorianos reformados que sediam as grandes empresas.

O novo centro financeiro de Shangai e o rio Huangpu.

Falando em grandes prédios, Shangai tem pelo menos 2 ou 3 entre os 10 mais altos do mundo e é possível avistá-los a poucas quadras, na margem do rio Huangpu, que divide a cidade em 2. De lado onde estou está o centro antigo e do outro lado, em uma península formada pelo rio, está o novo centro financeiro, onde ficam estes arranha céus e a famosa Torre de TV.

Os quarteirões próximos à orla não tem lojas, apenas os edifícios antigos que abrigam relojoarias e bancos. Porém, a rua está tomada de gente, tanto de gente que vem quanto de gente que vai em direção à orla do rio. É tanta gente que fica difícil andar pela calçada da esquerda da rua e troco de lado. Uma mão para ir e outra pra voltar.

Assim, no fluxo da multidão chego na orla, onde há um deck do qual é possível ver o rio e a outra margem. Tento subir no deck, mas é contra mão e o guarda me indica a direção de onde devo subir.
Passo uma estátua do Mao Tsé Tung, encontro uma passagem sem guarda e decido subir por ali mesmo. Ao chegar no topo do deck, a visão é estonteante. O rio Huangpu nos dá uma distância certa para poder observar por inteiro a qual imensidão de edifícios. Obras de engenharia e arquitetura que impressionam. Não é a toa que tanta gente quer ver.

O "Bund" do rio Huangpu é o local mais famoso de Shangai.

Há todo tipo de gente. Vejo adolescentes chineses, sempre conectados, tirando selfie. Há inúmeros casais vestidos de noivos tirando fotos para casamento e um ou outro turista estrangeiro. Apenas de ser uma cidade global, não vi muitos estrangeiros por onde passei em Shangai. Ou são poucos, ou os Shangaleses são muitos, botando muita água na mistura. Acho que é a segunda opção.

Vou apenas seguindo o leito do rio, caminhando pelo deck. São quilômetros e quilômetros de trilha, numa paisagem bastante artificializada pelo homem, mas de grande beleza arquitetônica. Caminho até cansar e descido voltar à cidade bem na região onde identifico pelo Google Maps ser a cidade velha. Uma região onde as ruas são curvilíneas e estreitas.

A cidade Velha de Shangai era onde viviam os chineses na época do colonialismo antes da segunda guerra mundial. Shangai foi ocupada por japoneses e teve um canto japonês. Antes disso, a cidade teve um bairro francês e outro inglês, onde estes países tinham privilégios especiais, como polícia própria e execução própria de suas leis.

Isso fez que a cidade herdasse bastante da arquitetura ocidental, mas na cidade antiga acabou virando uma “China Town” dentro da própria cidade chinesa. Uma contradição.

Eis que esta China Town era bem interessante. Cheia de pequenos comércios onde se vende de tudo. Desde acessórios de celular, passando por alimentos in natura, como peixes vivos, pérolas, frutas, roupas.

Entre uma rua e outra, chego em um largo, onde destaca-se uma grande construção com arquitetura tradicional chinesa. É um shopping. Entro e em seu corredor encontro um grande número de pessoas. 
Novamente lojinhas de bugigangas, onde meus olhos são apenas observação.

No final dos corredores, chega-se em um patio a céu aberto, onde há uma aglomeração anormal de pessoas. Todas se espremem para passar sobre uma ponte. Explico.

A ponte é na verdade uma artificialidade. Há na verdade um lago muito bem ornamentado e repleto de carpas. A ponte, toda tortuosa, serve apenas para andar sobre este lago, uma atração bem turística e sem sentido, a qual levei uns 40 minutos para percorrer, dado o grande número de gente.

A ponte na Cidade Antiga de Shangai.

Volto a caminhar pelas ruinhas da cidade velha e logo chega numa moderna avenida, onde novamente vou parar na rua Wujiang, onde entro em um “shopping” de restaurantes. Vou apenas olhando as fotos dos pratos para não errar como errei no almoço. Após olhar todas as inúmeras opções, nos 4 andares do prédio, escolho um restaurante coreano, onde como um tipo de Teppaniak com queijos e bacon. Muito bom, mas um pouco apimentado.

Volta ao hotel cansado após o primeiro dia de caminhadas.

Ruas de Shangai a noite. A caminho de volta no Hotel.

Ruas de Shangai a noite. A caminho de volta no Hotel.


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