Após um dia de descanso em Namche enfim partimos da capital sherpa para adentrar mais no vale do khumbu.
Deixamos a cidade pra trás com o belo mirante que dava para ver o Kongde e o Thamserku, duas belas montanhas de 6 mil metros. Porém uma poeira encobriu o céu e não pudemos ver o Ama Dablan, que no alto de seus 6817 metros é a montanha mais impressionante da região.
No entanto o caminho não deixa de ter seus encantos. Religiosos, os locais entalharam nas pedras mantras budistas. Stupas, muros de orações e as próprias construções no caminho são belezas do local.
Após um trecho sem desníveis chegamos em Sanasa, onde a trilha se divide. Para cima se vai para Gokio e para baixo é o caminho normal para o base do Everest.
Ali a trilha desce vertiginosamente. Rodrigo Madá, um colega de Curitiba contou 119 curvas até o rio que é atravessado por uma bela ponte suspensa.
Pouco adiante paramos para almoçar em Phungitanga num agradável restaurante na beira trilha.
O tempo até então agradável começa a dar cara que vai mudar. Nuvens escuras fecham o céu e um vento gelado obriga a todos se agasalhar.
Reúno um grupo de pessoas e decido partir antes que todos terminassem a refeição. A idéia era se aquecer e chegar em Tengboche antes da chuva.
Dali a trilha ganhava altura bruscamente, em zigzags intermináveis. Bem alimentado, não tive dificuldades até enfim chegar no portal do mosteiro onde Raats, um de nossos sherpas nos esperava assinalando para onde iríamos dormir.
Entrei no lodge, tomei um chá e fiquei sabendo que estava ocorrendo um ritual no mosteiro. Fui até lá ver.
A sala onde estava os monges estava cheia, com vários membros de nosso trekking também.
Encostei numa parede e comecei a ver o ritual. Os monges entoavam mantras, tocavam sinos e as vezes ficavam em silêncio.
De repente mais gente chegou e comecei a ficar incomodado. Ao ponto de aproveitar a carona de algumas pessoas que estavam saindo para sair também.
Preferi ficar ao ar livre fotografando e observando a bela construção budista por fora.
Foi quando alguns membros de nosso trekking saiu para jogar bola num campinho onde monges devidamente vestidos batiam um bolão. Eles gostaram de quando os brasileiros chegaram e nos chamou para a pelada.
Fiquei no começo só observando o jogo surreal. Mas a altitude cobrou seu preço ao Felipe (o japonês de nosso grupo) e eu entrei em seu lugar.
Perdemos de 1 a zero. Deus deve ter ajudado eles. E também punido o Bruno que deu uma entrada num pequeno mongezinho. Bruno vinha bem até então, mas depois da dividida com a bola sua aclimatação piorou muito.
O jogo acabou por que enfim começou a nevar.
Mosteiro de Tengboche |
Jogo de futebol |