Blog do Pedro Hauck: Usando uma Nômade Titã até destruir.

21 de março de 2011

Usando uma Nômade Titã até destruir.



Em 2007 eu adquiri uma Bota Nômade Titã, a primeira bota de montanhismo no Brasil feita com cordura e um ano mais tarde o mesmo modelo, porém com linhas de Kevlar.

No ano passado, depois de gastar o solado da Vibram até o final, eu ressolei em uma sapataria de Curitiba minha Titã velha e intensifiquei o uso da Titã com Kevlar até que no começo deste ano eu terminei por destruir amas as botas de tanto uso. A primeira não resistiu caminhar na Serra do Mar com muita chuva, solado feito pelo sapateiro acabou se soltando. A outra rasgou naturalmente de tanto usar.

Se passaram 4 anos desde que adquiri a minha primeira Nômade e 3 da segunda que foi muuuito usada. Utilizei estas duas botas em muitos momentos distintos: Na úmidade absurda (e inclusive debaixo da água de rio) na travessia Ciririca Graciosa, uma das mais dificeis do Brasil, na secura do Deserto do Atacama e na altitude da Bolívia (duas vezes), além de muitas e muitas montanhas, aproximações de escaladas e trekkings tão diversos que é impossivel citar aqui todos que fiz. 

Veja abaixo algumas fotos dos locais por onde estas botas passaram (Na verdade é só voltar no tempo até 2007 e ver que desde então elas sempre estiveram no meu pé):
 
 Aproximação do Cerro Mercedário - Argentina - 2008

Sajama - Bolívia - 2009

Illimani - Bolívia - 2009

Pico Paraná (várias vezes, difícil contar!)

 Amazônia 2011

 Deserto do Atacama - 2007
Bolívia 2007 e 2009

Uruguai - 2009

 Itatiaia - 2010

Monte Roraima - 2010/11

Salinas - 2008 (com calça rasgada!)

Avaliação:

Bem, passado tanta experiência, eu posso agora fazer uma avaliação das botas Titã.

Design: A Titã não é uma bota robusta, o que é uma vantagem. Botas robustas detonam o pé e não permitem movimentos dinâmicos. Sabe aquele famoso trepa pedra? Com uma boa Titã eu tive mais agilidade nos momentos mais delicados. Tudo isso protegendo meu calcanhar. Neste anos todos não torci o pé nenhuma vez. Gostei a aprovei a biqueira na ponta da bota.

Tecnologia: Achei a bota interessante devido o material. A cordura, tanto com Kevlar ou pura, deu leveza e maleabilidade à bota. Por um lado isso é muito bom, pois significa conforto, por outro, a maleabilidade com o tempo acaba provocando pontos de fraqueza que num dia molhado em trilha pesada pode levar a bota à um colapso. Apesar deste defeito, foram 4 anos de uso em uma e 3 em outra. Ou seja, fiz um uso pesado e memo assim ela resistiu bastante tempo. Então tá totalmente aprovado neste requisito.

Solado: Bem, este é ponto negativo. Na verdade isso não é uma crítica à Nômade, mas sim à Vibram, a fabricante do solado que vem na Titã. Este solado mostrou ineficiente para segurar uma caminhada em cima de pedras umidas. Descer uma trilha como o Itupava num dia chuvoso ficou bem complicado e perigoso. Acho que a Nomade deveria rever este tipo de solado e a Vibram pensar em trazer para o Brasil um solado que não escorregasse tanto na umidade. Já no seco, bem, aí foi tranquilo!

Conforto: Bem este é o item que fez a diferença. Neste anos todos, tirando as vezes que eu enfiei a bota dentro de rios, não experimentei mais o que é ter uma bolha. As botas Nômade são tão confortáveis que parece que a gente não tá pisando no chão! Não é puxação de saco, é por causa da palmilha mesmo!

Preço: Este item é muito importante, pois de que adianta ter uma super bota se ela não cabe no seu bolso. Uma titã custa no mercado entre 350 e 400 reais. Não é a bota mais barata, porém ela atende aquele que eu chamo de custo benefício. Uma bota mais barata irá durar muito menos e destruir seu pé. Uma bota muito mais cara custa o preço da marca e não irá oferecer muitas vantagens a mais.


Conclusão: APROVADO!

3 comentários:

Miriam Chaudon disse...

Bem completa a avaliação!Legal!

Marcelo disse...

Pedro, a minha crítica mais severa é realmente contra o solado, comprei a minha em kevlar e o conforto é fantástico. Exatamente como avalio a minha!

Glauco disse...

Tenha uma Titã Kevlar tbm. Ela me acompanhou em trekking na Patagonia chilena e argentina, Bolivia, Peru, Paraguaie em muitos outros pelo Brasil. Concordo com você em todos os sentidos! Minha bota, é minha grande companheira.

Abraços!