Calma, eu ainda não tenho a intenção de saltar de Base Jump como o Nick. O nome deste post é, ainda que fora de ordem, os nomes das vias que escalei ontem no Baú. Saindo do Col e indo para o cume elas foram: “Learnig to fly”, Anormal e Teto.
Saímos, Tacio Philip e eu, ontem pela manhã de São Paulo rumo a São Bento do Sapucaí, na Serra da Mantiqueira. Chegamos ainda cedo na cidade, despejamos nossas coisas no refúgio do Eliseu e fomos diretos para um restaurante, onde nos entupimos de comida mineira, a que eu mais gosto!
Depois de ingerir quase um quilo de tutu, com couve refogada, carne de panela, linguicinha, berinjela empanada entre outros, ainda tive espaço na pança para devorar um pouco da sobremesa, cortesia da casa... Dirigi quase passando mal rumo ao bauzinho, onde chegando lá ainda tive um tempinho para apagar e cochilar por 15 minutos antes de começar a caminhada até o Col do Bau, que folga!
Renovados, chegamos ao col rápidamente, onde nos equipamos e caminhamos até o começo da "Learning to fly", onde me ancorei num bico de pedra e dei segue para o tacio abrir a primeira enfiada que é uma travessia horizontal, totalmente em móvel.
Depois que ele chegou no fim, bem curto por sinal, ele montou uma parada em móvel e fui em seguida, para depois guiar o lance mais complicado da via, um diedro totalmente em móvel. No começo há uma proteção fixa, ou melhor, um velho píton batido na fendinha do diedro, uma fenda tão estreita que só píton pra entrar lá... Subindo um pouco, a coisa muda e pude colocar um nut pequeno, blz... pensei... isso aqui segura um vôo...
Mas para cima o lance ficava sem agarras de mão, então é preciso usar os pés e subir com cuidado, até porque neste momento era difícil ver o pé, de tanto equipo pendurado no rack, o que fez lembrar o dilema do homem gordo no mictório, mas ok.. não mijei no meu pé continuei com muita cautela, aliás o nome da via é “Aprendendo a voar”.
Em um determinado momento eu saí do diedro para cair em outro diedro melhor, onde deu para proteger bem com um camalot. Seguindo, saí em um tipo de platô positivo onde escalei na horizontal, até achar uma saída para cima usando agarras bem grandes. Neste lance, é preciso se pendurar nos agarrões e subir bem o pé, porque lá a pedra faz uma barriga. Este movimento é super aéreo e a última peça móvel estava lá embaixo... Apesar dos agarrões com locais para proteger, eu nem fiz isso pois neste lance a via fica ligeiramente negativa e achei melhor tocar pra cima do que ficar gastando o braço pra entalar o camalot.
Deu uma baita esticada na corda e cheguei na parada na via normal do Baú. Acho que é por isso que essa via tem esse nome, mas não vou testar pra ver.
O Tacio veio em seguida limpando e na sequência entrou na via “Anormal”, que é um quarto bem tranqüilo. Neste momento estava vindo da Domingos Giobbi um escalador que acabou parando no final onde estávamos, trata-se do Julio Campanela do Rio, que agora mora em Brasília.
Batemos um papo com o Julio e na sequencia o Tacio foi se equipando para terminar nossa escalada. Guardou os móveis, pegou os estribos e partiu para finalizar a escalada pelo “Teto” do Baú, uma via linda feita inteira em artificial A0. Apesar deste “zero” no final ser um tanto quanto insignificante, esta escalada não foi, pelo contrário...
Tacio guiou o artificial com muita tranqüilidade. Enquanto isso eu fiquei na base dando segue morrendo de frio, já que eu tinha tirado minha blusa da mochila, pois não tinha sido usada nos últimos dias de escalada, que erro, pois ali na base do teto, o vento canaliza e como ficamos na sombra, o frio era congelante...
O Tacio demorou cerca de 40 minutos para guiar o teto. Terminado, vim de segundo escalando também, pois neste caso é muito mais fácil repetir a escalada do que jumarear.
O teto do Baú não é difícil, mas fazer ele sem estribos deve ser terrível. Mesmo com equipamento de artificial e com o teto todinho costurado, dá muito trabalho passar os estribos, subir, encurtar a Daisy chain com o fifi, passar o estribo em outra chapa, repetir tudo de novo uma centena de vezes... Tava muito frio e já escurecia, então por conta disso quis agilizar o processo, mas não adianta, artificial é demorado e fazer as coisas mais rápidas acabam em desarrumar tudo e aí piora muito a situação. Embora não tenha sido nenhum perrengue, terminei a via já na escuridão da noite, quando me reuni com o Tacio na parada e guiei em livre o final de quarto grau da via, indo sair no parapeito do baú, no cume.
"Anormal aprendendo a voar no Teto" é uma boa opção pra quem quer diversificar a escalada no Baú. Há ainda outras linhas que podem ser imendadas, poderia ser Anormal aprendendo a voar como pássaro, ou como bravo... bom, o Baú é bem democratico na escolha.
Veja as fotos do Tacio
Eu vendo o croquis das vias no col do Baú
Saida da Learning
Tacio na parada do meio da Learning
Tacio guiando a Anormal e o teto do Baú acima
Eu vindo de segundo na Anormal
Tacio no começo do teto
Tacio no teto
Bauzinho visto por baixo do teto do bau. Foto do Tacio
Eu no segue, Julio na parada da Normal.. Mó friaca!
Pé do Tacio e a piramba morro abaixo...
Final do Teto...
Sombra do Baú. Foto do Tacio
Terminando a via de noite com meu tradicional capacete torto.
Saida da Learning
Tacio na parada do meio da Learning
Tacio guiando a Anormal e o teto do Baú acima
Eu vindo de segundo na Anormal
Tacio no começo do teto
Tacio no teto
Bauzinho visto por baixo do teto do bau. Foto do Tacio
Eu no segue, Julio na parada da Normal.. Mó friaca!
Pé do Tacio e a piramba morro abaixo...
Final do Teto...
Sombra do Baú. Foto do Tacio
Terminando a via de noite com meu tradicional capacete torto.