Não que a Dona Sonia, moradora do bairro Serra Negra, não seja gente boa. Mas passamos por tantos locais bonitos na meia travessia, que dormir num ambiente humanizado acabou perdendo a graça, mas fazer o que? Após os 18 Km, estávamos sem ânimos de achar um mato bom...
Eu o Parofes dormimos na minha nova barraca Bionassay da Quechua, que infelizmente não será mais importada pela Decathlon brasileira. O Dom inaugurou sua barraca para uma pessoa comprada na última expedição dele pela Bolívia e o Tacio com a Paulinha dormiram no chão da sala da Dona Sonia. Fez frio à noite!
Auxiliados pelo marido da Dona Sonia, chegamos na continuação da trilha da Serra Negra e de lá pegamos a trilha certa para a Pedra Preta, que é como é chamado o Pico da Serra Negra.
O começo da caminha é tranqüilo, pois a trilha é larga e fácil, entretanto escolhemos um caminho mais difícil para subir a montanha, onde há diversos caminhos muito confusos, por onde nos perdemos muitas vezes, até chegar na base da Pedra Pequena, que é um ante cume do Serra Negra.
Não havia um caminho óbvio que subisse a Pedra Pequena, por conta disso eu comecei a subir a montanha solando, enfrentando lances de até 4 grau de escalada de bota, o que foi muito arriscado, mas que cortou um bom caminho. A galera veio atrás e vibrou muito com a vista lá de cima, de onde podíamos ver, além do próprio Serra Negra ali em frente, a Serra do Santo Agostinho, Pedra Grande, Serra do Papagaio de Aiuruoca e outras.
Já no cume e após passar um perrengue pela trilha e pela escalada em solo, percebemos que ali havia cocô de vaca e um caminho mais fácil para subir, além do caminho para o Serra Negra.
Descemos da Pedra Pequena e rapidamente entramos numa matinha nebular muito bonita e de fácil penetração, onde rapidamente ganhamos altura, chegando na região de campos e rochas, até alcançar o cume com uma facilidade imensa.
Achávamos que o Pico da Serra Negra seria uma montanha difícil, por conta do isolamento e da falta de informações na internet. No fim, vimos que ela é facílima, mas é pouco conhecida. Mesmo com 2545 metros e sendo uma das mais altas do Brasil, poucos à conhecem, por isso não vão. A exceção é feita pelos locais e pelas vacas, que pelo jeito são os únicos freqüentadores. No livro de cume, colocado ali em 2001 pelo CEB, haviam poucas assinaturas...
Bom para o Tacio, que completou todas as montanhas do Sudeste presentes no anuário estatístico do IBGE, faltando apenas as montanhas do Norte do Brasil pra completar a lista. Este é o seu projeto 2010, que ele quase completou no dia 10/10/10. Coincidência?