Na saída da cidade de Minas no Uruguai, pudemos observar a paisagem bucólica das serranias, com seus morros rochosos recobertos por campos onde se cria gado e ovelhas. Visitamos um parque com uma cachoeira em que a atração principal nem era o mais interessante, mas sim o caminho que chegava lá: O salto Del Penitente.
De volta à estrada, as serranias foram ficando para trás e as pradarias novamente dominam a paisagem, transformando a viagem em algo monótono. Atravessamos alguns departamentos e conhecemos inclusive algumas capitais, como Treinta y Tres e Melo, cidade tão pequenas e provincianas que nem de longe lembram uma capital. Até passamos fome nelas, pois como em todo Uruguai, lá não haviam restaurantes e só fomos comer no Brasil (já azuis), em Aceguá.
Aceguá, assim como Chui e Chuy, Santana do Livramento e Rivera e outras cidades de fronteira seca, são duas cidades em uma. Lá é onde começa uma das maiores estradas do Brasil, a BR 153, que vai até a Amazônia, mas tudo isso ocorre muito discretamente, pois é difícil notar a mudança de país, até porque nem houve fiscalização na cidade e sem nenhum impedimento entramos no Brasil, indo parar em Bagé, esta sim uma cidade que é um centro regional.
Bagé ficou imortalizada pelos contos de Luis Fernando Veríssimo na pessoa de um gaúcho macho e tradicionalista que estudou na Sorbonne, Oxford e Harvard, mas que doutorou-se em psicanálise em Bagé, o famoso Analista é autor da identicamente famosa técnica do joelhaço.
De passagem pela cidade pudemos notar a arquitetura meio colonial, ruas de paralelepípedos, praça arborizada com tranqüilidade e limpeza nas ruas. As pessoas mostram em suas faces a diversidade do brasileiro, vi negros, loiros, morenos e até índios pela cidade. Este é o Rio Grande da Campanha, uma terra que apresenta uma homogeneidade de paisagem e cultura. Lá está o verdadeiro gaúcho, de poncho, bombachas, com cuia na mão, lenço no pescoço. Pessoas de origem muito diversa onde se mistura o índio com o negro e o espanhol. Este Rio Grande é totalmente distinto daquele outro Rio Grande do litoral, de colonização açoriana e também do Rio Grande da Serra, de colonização alemã e italiana. Mas não confunda um gaúcho da fronteira com um gaúcho castelhano, o daqui torce pro Inter e pro Grêmio.
Bagé tem um excelente lugar para escalar, mas que infelizmente não pudemos conhecer por falta de tempo, ficará para a próxima oportunidade, pois decidimos continuar viagem até Caçapava do Sul, onde já me haviam dito que o local era de muito boa qualidade, com muitas vias e paisagem maravilhosa. Estive por várias vezes passando em frente à cidade, e desta vez não desperdicei a chance de conhecer os famosos conglomerados de Caçapava.
Continua na próxima...
23 de abril de 2009
2 comentários:
- Eliza disse...
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No Uruguai não têm restaurante, mas têm pomelo de los toros, quero pomelo mais do que Coca- Cola...
- 23 de abril de 2009 às 20:18
- tacio philip disse...
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Essas plantações de girassóis devem dar umas fotos ANIMAIS!!! É só estar no lugar certo com a luz certa!!!
Abs! - 24 de abril de 2009 às 09:40
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