Blog do Pedro Hauck: Montevideo

14 de abril de 2009

Montevideo

A capital do Uruguai é uma cidade de pouco mais de um milhão e habitantes que mistura um ar europeu com as tradições gaúchas. Gaúcho que eu digo não tem nada a ver com o habitante do Rio Grande do Sul, mas sim com as pessoas que tradicionalmente vivem nas pradarias mistas da bacia do Prata que se dedicam à criação de gado e advém da mistura do espanhól com o índio e que no Rio Grande são chamados de Gaudérios, mas que são muito mais comuns no Uruguai e Argentina que no Brasil. O gautcho, como eles falam é o resumo do que é o Uruguai.

Montevideo apresenta uma arquitetura parecida com a de Buenos Aires, com edificios esculturais em estilo vitoriano, ruas retilíneas e avenidas alongadas e bem arborizadas que juntam suas copas formando túneis muito agradáveis, tendo em visto que o verão é bem quente. As árvores são plátanos, que são caducifóleas e que nesta época do ano enchem as calçadas de folhas, deixando a cidade mais bonita, mas ao mesmo tempo perigosa, pois escondido você pode acidentalmente pisar numa bosta de cachorro...

A cidade tem um ar de melancolia. Enxerga-se bem que o passado foi mais glorioso e que por aqueles velhos apartamentos viviam uruguaios mais ricos, aliás o Uruguai dá a aparencia de ser um país com população mais envelhecida, certamente devido ao fato de ser um país com índices sociais melhores do que outros na América do Sul.

Em minha estada em Montevideo, me hospedei em um alojamento da Universidad de la Republica no balneário de Atlantida, distânte 45 Km do centro da capital. Em meus trajetos até a periferia observei que haviam, como em todas as cidades grandes latino americanas, bairros pobres, mas nada que chegasse perto de um favela brasileira ou uma "Villa Miséria" argentina.

Mesmo com uma qualidade de vida melhor, o uruguaio enfrenta vários problemas. O país tem uma economia pequena, há pouco emprego para os jovens e o custo de vida é alto. Em montevideo, para terem uma idéia, comer um hamburguer com refrigerante não sai por menos de 12 reais! Me assustei desde o começo de como é caro a comida no país.

Mesmo assim o povo dá um jeito, um deles é não comer fora... Em vários lugares ficamos passando fome, pois não encontramos sequer uma lanchonete para comer... As pessoas também aproveitam as coisas velhas e não desperdiçam o que têm. Isso é bem visivel ao olhar os carros na rua. É impressionante a quantidade de carros velhos rodando no Uruguai, quando forem para lá, não achem estranho vocês cruzarem por um calhambeque sem porta, sem vidro e sem farol pela rua, é até normal...

O que não é normal em Montevideo é a escalada. Na cidade há apenas um muro, que fica dentro de um clube e que não tivemos acesso. Andando pela cidade, acabei encontrando um afloramento baixo com vias de escalada ao lado de uma rua, próximo à Rambla, que é a avenida costaneira da cidade. Claro que aproveitei para escalar no local... As vias não são muito boas, os grampos são mal batidos e as vias estranhas, salvou no final um diedro com fenda e um pequeno teto que fiz em móvel.

Mas não pensem que o Uruguai se resume nestas pequenas falésias... Há muito o que se escalar no interior do país, mas isso é assunto para outro post.

Edificio na Plaza Independencia e a estatua de Artigas... Pode-se dizer que Montevideo é a cidade dos monumentos...

Universidad de la Republica.

Carro em uso...

A Rambla, que é a avenida costaneira. Não se esqueçam que a cidade é beira mar, ou melhor beira estuário do Prata.

Tranporte popular uruguaio: Carro velho!

Não é somente eu que achei a comida cara!

Rua típica de Montevideo no outono.

Minha popularidade em alta!

Escalando no parque Rodó.

As duas melhores vias do Parque: O diedro com fenda e o top rope da aresta, entretanto para fazer a segunda tem que guiar em móvel a segunda.

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