Este índice só pode ser realizar em montanhas delimitadas por escarpas de falha e este é o caso da Serra do Ibitiraquire, tanto em sua face Leste (voltada para o mar) quando na face Oeste, voltada para o Planalto.
O bom observador de paisagens pode notar que na nossa Serra há linhas retilíneas que delimitam escarpas. Estas linhas são falhas, na maioria orientadas para Nordeste, característica de falhas geradas num episódio orogenético chamado de “Brasiliano”, por volta de 550 a 520 Milhões de anos, quando houve uma colisão continental nesta região e daí evolução de um paleo relevo do tipo alpino, que já foi totalmente erodido, restando dele apenas algumas estruturas geológicas e rochas que foram originadas desta colisão.
Serra do Ibitiraquire |
Paleosuperfícies na Face Oeste do Ibitiraquire. Foto de Elcio Douglas Ferreira |
Lineamentos estruturais na Serra do Ibitiraquire (imagem CBERS) as estrutras Nordeste são as em azul e as Noroeste (diques de diabásio do Mesozóico) estão em preto. |
Este relevo alpino que existiu aqui há tanto tempo não tem nada a ver com nossa atual Serra do Mar, mas algumas estruturas desta época, como as falhas continuam na paisagem. Estas falhas foram reativas diversas vezes e hoje são importantes controladores da paisagem.
De acordo com teorias tradicionais de evolução do relevo, as quais admiro muito. A Serra do Mar evoluiu através de ciclos erosivos em ambientes semi áridos. O primeiro e mais potente deles, produziu uma superfície plana potente existente em todo continente: A superfície sulamericana, que atuou por uns 40 ou 30 milhões de anos no final do Cretáceo (era dos Dinossauros). Este seria o início da história da Serra do Mar.
Com a alternância de clima úmido e seco, teria sido produzido diversas superfícies planas, produzindo o relevo de ombreiras na serra do mar, atualmente muito vem visíveis nas cristas que descem das principais montanhas do Ibitiraquire, como é o caso do Morro do Getúlio, que é a crista do Caratuva. A forma topográfica do Getúlio, inclusive, com seus blocos aflorantes empilhados, é uma típica forma de relevo de ambiente semi árido. O relevo de Tor.
Junto com meu amigo de doutorado Edenilson Nascimento e meu orientador, Eduardo Salamuni, obtivemos o índice de sinuosidade da Serra, na localidade onde fica o Pico Paraná. Para isso medimos a distância da escarpa Leste do Pico Paraná com a distância do vale mais pronunciado que a disseca, o vale do rio Cacatu. O resultado foi impressionante.
Quando menor é índice de Sinuosidade, maior é a influência tectônica na paisagem. Fizemos comparações onde este índice foi aplicado em outras montanhas ao longo do mundo, em locais, diga-se de passagem, de tectônica ativa, como nas rochosas dos Estados Unidos, na Espanha e no Himalaia e o índice da Serra do Ibitiraquire é menor que muitos destes locais. No Ibitiraquire, obtivemos 0.74 para a face Leste e 0.76 para a face Oeste. A título de comparação, nos Estados Unidos ele varia entre 1.2 a 7.2.
De acordo com teorias tradicionais de evolução do relevo, as quais admiro muito. A Serra do Mar evoluiu através de ciclos erosivos em ambientes semi áridos. O primeiro e mais potente deles, produziu uma superfície plana potente existente em todo continente: A superfície sulamericana, que atuou por uns 40 ou 30 milhões de anos no final do Cretáceo (era dos Dinossauros). Este seria o início da história da Serra do Mar.
Com a alternância de clima úmido e seco, teria sido produzido diversas superfícies planas, produzindo o relevo de ombreiras na serra do mar, atualmente muito vem visíveis nas cristas que descem das principais montanhas do Ibitiraquire, como é o caso do Morro do Getúlio, que é a crista do Caratuva. A forma topográfica do Getúlio, inclusive, com seus blocos aflorantes empilhados, é uma típica forma de relevo de ambiente semi árido. O relevo de Tor.
Junto com meu amigo de doutorado Edenilson Nascimento e meu orientador, Eduardo Salamuni, obtivemos o índice de sinuosidade da Serra, na localidade onde fica o Pico Paraná. Para isso medimos a distância da escarpa Leste do Pico Paraná com a distância do vale mais pronunciado que a disseca, o vale do rio Cacatu. O resultado foi impressionante.
Quando menor é índice de Sinuosidade, maior é a influência tectônica na paisagem. Fizemos comparações onde este índice foi aplicado em outras montanhas ao longo do mundo, em locais, diga-se de passagem, de tectônica ativa, como nas rochosas dos Estados Unidos, na Espanha e no Himalaia e o índice da Serra do Ibitiraquire é menor que muitos destes locais. No Ibitiraquire, obtivemos 0.74 para a face Leste e 0.76 para a face Oeste. A título de comparação, nos Estados Unidos ele varia entre 1.2 a 7.2.
Saliento que apesar dos números interessantes, isso não significa que aqui temos uma tectônica ativa, pois há muitas variáveis que influenciam neste resultado, como a diferença de clima, a resistência das rochas e outras coisas. De qualquer já é um importante argumento que vem fortalecer minha tese, que será de fato sustentada com umas análises laboratoriais que cedo ou tarde estarão aí.
Para entender melhor o que isso significa, leia o artigo na íntegra publicado na revista RAEGA:
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/raega/article/view/29458