Existem momentos em nossas vidas em que tudo dá errado e na tentativa de corrigir os erros, sofremos tanto, que usamos metáforas de que estamos movendo montanhas e que carregamos pedras nas costas. Comigo está acontecendo exatamente isso...
Na minha pesquisa eu preciso de um mineral chamado Apatita. Este mineral existe em pouca abundância nas rochas e por isso é necessário muita rocha para se obter pouca Apatita.
Após meses de trabalho, entre 2012 e 2013, para obter este mineral das rochas que coletei da Serra do Mar, cheguei ao final quase sem Apatitas e estou tendo que refazer o processo.
Primeiro foi no Guaricana, montanha pouco freqüentada e sem trilha, onde só consegui fazer coleta graças à experiência e ajuda do Julio e do Moises, que abriram o caminho no mato e ainda me ajudaram a descer com as pedras. Foi muito cansativo.
Na minha pesquisa eu preciso de um mineral chamado Apatita. Este mineral existe em pouca abundância nas rochas e por isso é necessário muita rocha para se obter pouca Apatita.
Após meses de trabalho, entre 2012 e 2013, para obter este mineral das rochas que coletei da Serra do Mar, cheguei ao final quase sem Apatitas e estou tendo que refazer o processo.
Primeiro foi no Guaricana, montanha pouco freqüentada e sem trilha, onde só consegui fazer coleta graças à experiência e ajuda do Julio e do Moises, que abriram o caminho no mato e ainda me ajudaram a descer com as pedras. Foi muito cansativo.
Amostra no Guaricana. |
Junto com o Will no Itapiroca |
Dois dias depois, junto com o Wilson Mendes, o Will, fui pro Itapiroca e coletei mais amostras. Voltei bem pesado, mais do que costumava voltar no ano passado, para não ter chances de não ter o mineral no final. O Will me ajudou bastante carregando uma amostra da Pedra do Grito.
Ontem, voltei à Serra com a Idce, Juliana e Andreza, que me ajudaram bastante. Fui até o A2 e lá coletei uns 30 kg de amostra. Foi extremamente sofrido subir de volta o elo de ligação e atravessar aquela maldita mata de raízes na encosta do Caratuva. Juro que não quero nunca mais caminhar com peso naquele local. Porém, apesar da dificuldade, consegui caminhar bem e relativamente rápido. Me sentindo bem, coletei mais amostras no morro do Getulio e continuei a descida.
No começo estava tudo normal, apesar do peso absurdo. Com o tempo e o cansaço, comecei a sofrer com a dificuldade. Era difícil conseguir me levantar. Só conseguia com a ajuda das meninas que ficaram estarrecidas com o que viram e me disseram que eu era um “pedrestinado”.
Foi muito difícil descer o Morro do Getúlio, suava demais, fazia força demais. Não tinha idéia de quanto pesava aquela mochila, sou um sem noção! Hoje de manhã, deixei a mochila dentro do carro para ter idéia de quanto aquilo pesava, e com ajuda do Edenilson, conseguimos carregara mochila até uma farmácia pra saber. Ela pesava 61 kg! Detalhe, estou pesando apenas 64! Foi um recorde, nunca carreguei tanto peso.
Tamanho das amostras |
Fazendo caber na mochila |
Andreza, Idce e Juliana, sobrou até pras meninas.... |
Pesando a mochila |
O resultado.... |
Até agora tenho isso. Cerca de meia tonelada de amostras que vieram nas costas em 3 dias de campo. |
Confesso que senti um pouco o joelho. A barrigueira e a alça cortaram minha cintura e ombro e minhas costas estão em carne viva, mas isso não foi só de ontem, foi de todos estes dias.
Ainda tenho que coletar mais, em lugares mais difíceis. Vou fazer quando der. O pior, na verdade, nem é a coleta. Britar, moer, batear, separar os minerais magnéticos, usar lupa para identificar os grãos, montar o molde e polir é muito mais sofrido.
A vida bem que poderia ser mais simples. De subir a montanha apenas para subir. Porém a gente acaba escolhendo uns caminhos muito difíceis. Por que isso tem que ser assim? Talvez eu seja mesmo um pedrestinado a subir montanhas. Dizem que Deus não nos dá nenhum fardo que a gente não possa carregar, mas acho que ele exagerou na avaliação...