Algumas coisas aconteceram desde que chegamos em La Paz. Primeiramente eu, que já saí do Brasil com uma gripe terrível, não me recuperei até chegar na altitude boliviana e em La Paz além dos sintomas da doença que eu já tinha, passei a ficar mal de "Soroche".
Hilton teve uma inflamação no canal de um dente e o Maximo teve alguns sintomas de giardíase. Os problemas dos dois se resolveram em La Paz mesmo, o primeiro com os remédios que ele trouxe na bagagem com a experiência de ficar doente no Nepal. O segundo foi no dentista e drenou as melecas que estava em sua gengiva. Só eu que não melhorei...
Acabei indo à um médico, o Dr. Hugo, dono do refúgio Huayna Potosi e andinista e ele fez uns exames e constatou que eu não tinha nada demais, só a minha gripe não havia deixado eu me aclimatar e também a altitude não havia deixado eu melhorar da gripe, ou seja, fiquei com dois males de uma só vez e por isso me sentia tão mal!
Acabei tendo que sair de La Paz a perder altitude. Fui eu e o Hilton até Coroico, cerca de 100 Km de La Paz e 2.000 metros mais baixo. Cheguei de noite a tempo de ver o jogo do Cruzeiro na Libertadores e já dormi bem melhor.
Hoje já não tenho mais febre e os sintomas de gripe estão indo, ainda bem!
Nunca havia estado em Coroico antes. Aqui a paisagem é muito distinta lá de cima. Pra começar é muito mais quente, mesmo em uma altitude de 1600 metros. Outra coisa é que lá em La Paz não há árvores e tudo é mais seco, aqui as montanhas são verdes, há muitos rios, afinal as Yungas é a região pré-andina da Amazônia.
É desta região que vem a maioria dos alimentos de La Paz e também a Coca. Até pouco tempo atrás a ligação entre La Paz e os Yungas era feito pela famosa "estrada da morte", que ficou famosa em alguns emails que mostravam as pirambeiras e montanhas por onde esta estradinha passava. Hoje a estrada da morte está praticamente vazia, sendo que quem mais freqüenta ela são os turistas que descem de bicicleta (60 Km de descida!). Aliás esta estrada tem uma história interessante, pois ela foi construída com presos paraguaios da Guerra do Chaco na década de 1930.
Hoje a estrada que desce para Coroico é bem mais moderna, é asfaltada e tem até túnel!
Lembro-me da primeira vez que vim à Bolívia há 8 anos atrás. As coisas naquela época eram muito precárias, as cidades muito mais sujas e tudo era muito pitoresco de forma que me sentia em um país oriental. Hoje vejo que o país está melhorando muito e se modernizando, embora seja ainda muito atrasado.
Espero poder ir para a montanha em breve. Afinal vim pra cá pra isso. Em breve mandarei noticias, assim como fotos, pois a internet em Coroico é sofrível!!!