Alguns anos atrás, eu e o Maximo estávamos perdidos na Bolívia. Tínhamos recentemente descido do Illimani, fugido de uma tormenta terrível. Já faziam 10 horas que estávamos caminhando e queríamos chegar numa vila chamada Quillihuaya, onde havia um transporte para La Paz. Só havia um problema, eu não sabia onde ficava Quillihuaya.
Chegamos em um cruzamento de estrada e fiquei sem saber para onde ir, até que apareceu um índio e perguntamos a ele onde ficava Quillihuaya. Ele não respondeu nada...
Apontei para a direita e perguntei:
_ Quillihuaya é pra lá?
Rápidamente o índio me falou num aymaránhol
_ Sí
Pra confirmar apontei para o lado oposto e perguntei denovo:
_ Mas me disseram que era por ali?!
Ele respondeu denovo:
_ Sí
Fiquei pasmo. Já estava cansado, com bolhas nos pés. A única coisa que eu queria era chegar em La Paz e comer algo gostoso. Perguntei denovo para o índio:
_ Afinal, onde fica Quillihuaya?
Ele não demorou em dizer:
_ Ahycitos no más!
Ahycitos é para os bolivianos a mesma coisa que para os mineiros é "pertin", "logoli sô". Mas para nós é a mesma coisa que "vai toda a vida"... Este ahycitos me perseguiu durante muitas outras vezes na Bolívia, isso porque na maior parte das montanhas de lá, e da América do Sul, as pessoas não dão informações para os montanhistas, aliás, dão, se vc não pagar bem.
Agora este problema acabou. Estamos liberando um segredo guardado a 7 chaves por guias e agências de montanhismo. Ninguém mais vai sofrer pela falta de informação, chegou o site Rumos: Navegação em montanhas.