3 de outubro de 2009
Warren Dean e a história das plantas exóticas introduzidas no Brasil
Warren Dean é um historiado americano que dedicou sua vida à estudar o Brasil. Certamente é dele dois dos livros que mais me marcaram: Rio Claro: Um sistema brasileiro de grande lavoura (1820-1920) e A ferro e à fogo: A história e a devastação da mata atlântica brasileira.
Pelo nome do primeiro livro que citei, dá para saber onde eu conheci seu trabalho, pois Warren Dean viveu durante algum tempo em Rio Claro-SP, cidade onde eu vivi por 5 anos enquanto estudei na mesma universidade em que Dean esteve pesquisando, a atual UNESP (Universidade Estadual Paulista), na época Faculdade de Ciências e Letras de Rio Claro.
O outro livro é um clássico sobre a história ambiental do Brasil e uma denuncia sobre o sistema econômico predatório implementado no país. Para Dean, o mesmo processo que hoje ocorre no Sul da Amazônia foi o que levou às florestas atlânticas quase à extinção.
Entretanto não vim aqui para falar destes importantes livros, mas sim para dar a dica de um artigo interessantíssimo que eu encontrei no site do Instituto de Estudos Avançados da USP. Trata-se de um artigo sobre a introdução de espécies exóticas no Brasil e suas relações com as politicas coloniais e imperiais, assim como a discussão de porquê algumas espécies de plantas brasileiras ficaram desconhecidas para os europeus e seu plantio foi descartado, mesmo que fôsse amplamente apreciado pelos índios de nosso país. Este também é um artigo interessantíssimo sobre a história ambiental do Brasil.
A Botânica e a Política Imperial: Introdução e Adaptação de Plantas no Brasil Colonial e Imperial
Warren Dean
As primeiras tentativas de colonização portuguesa ao longo da costa do Brasil foram marcadas pela introdução de um certo número de espécies de plantas e animais domesticados que se encontravam já aclimatados em Portugal ou nas suas ilhas atlânticas.
Essas transferências foram determinadas num primeiro momento pelos preconceitos dos invasores – eles simplesmente não gostavam da comida dos tupi. O motivo era mesquinho,porém as conseqüências foram de enorme alcance. Essas espécies exóticas adaptadas diversificaram e aumentaram as fontes de nutrientes disponíveis para a população humana, permitindo assim um eventual aumento de sua densidade. Além disso, essas espécies e outras que se seguiram atuaram diretamente sobre os ecossistemas, modificando-os e, às vezes, simplificando-os drasticamente. O grande reino neotropical da natureza foi transformado para sempre.
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Um comentário:
- Caio Gomes disse...
-
E com certeza vai ter um final feliz! Muito boa a matéria, parabéns!
- 4 de outubro de 2009 às 00:46
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