Nesta última semana estive no sul de Minas.
Dei uma super recaída nos estudos, talvez desanimado por ter ido mal numa prova de conhecimentos pedagógicos num concurso para professor. Achei injusto pois somos obrigados a fazer uma prova super dificil para ganhar uma miseria. R$ 15 a hora!
Combinei de na segunda feira à noite encontrar com o Leo que vinha de São Bento do Sapucaí sozinho, no Hotel na entrada de Pedralva, e fui como Tacio pela Fernão Dias saindo de Bragança.
No caminho aproveitamos para conhecer a Pedra de São Domingos, que tem uma via dificil na qual passamos uma perrenguinha, principalmente pq a rocha estava muito cheia de limo e os lances da via eram em aderência. Acabei não gostando muito, até por que o acesso é por cima e temos que primeiro fazer o rapel para depois escalar.
Tudo bem, o que eu queria mesmo era escalar o Pedrão de Pedralva, fazer a via Evolução, de 10 enfiadas e 320 mts de escalada em livre.
E lá fomos nós.
Encontramos com o Leo como no combinado. Jantamos no hotel e fomos dormir cedo. No dia seguinte, após um rápido café da manhã, pegamos o carro e fomos para a estrada. Chegamos ainda cedo até o sitio onde fica o acesso ao Pedrão.
Cruzamos a cerca e começamos nossa caminhada de aproximação, que levou a manhã inteira.
Simplesmente tomamos o pior caminho possivel, atravessamos brejos e montes de capim gordura impenetráveis. chegamos na base da via e quando o Leo começou a guiar, logo percebemos que aquela não era a evolução, mas sim uma via de 6º grau ao lado que estava incompleta.
Só assim fomos mais para o mato e enfim chegamos na Evolução, mas já era meio dia, e não dava mais tempo para tentar, apesar de termos pelo menos feito uma escalada até a primeira parada.
Foi então que decidimos aproveitar o resto do dia para encontrar um caminho melhor e foi o que fizemos, gravamos a rota no gps do Tácio para voltar no dia seguinte sem perder tempo na aproximação.
Dormimos esta noite na casa do Leo em São Bento, muito show por sinal, deu uma super vontade de pegar umas aulas e ficar morando lá.
Acordamos as 5 da manhã, tomamos um café da manhã carboidratado (miojo) e fomos para Pedralva no frio da manhã.
Chegamos à 7 na fazendinha e fomos direto na trilha marcada pelo GPS no dia anterior percorrendo o caminho para chegar até a base da via em uma hora e começando a escalar às 8:30 da manhã.
Logo começamos a progredir. Fizemos um esquema de cordada de três. Um primeiro guia até a parada, monta uma equalização com uma fita e três mosquetões e faz segurança para um segundo que tira a corda do alto e passa a corda de baixo, que vêm atada no terceiro nas costuras, que são tiradas somente para o terceiro que depois vai sacando a proxima enfiada.
Assim fomos progredindo, muito rápido, pois nos mostramos ser uma cordada muito eficiente e entrozada. O Problema era que no croquis da via, os lances de 3 grau pareciam de 4 e os de 4 pareciam um 5. Isso não era um problema para essas graduações mais faceis, entretanto o crux da via estava graduado em 6 sup, então eu torci para que não fosse então um 6 sup mineiro, ou seja uma sétimo grau, pois em parede uma graduação dessas não é nada mole.
Enfim a escalada foi se desenrolando, até que chegamos num buraco chamado de forninho no Croquis. Eu fui o último a chegar, já estava com o rack equipado e comecei a guiada mais dificil, sem querer.
A saida é um lance muito esportiva, com um tetinho com agarras boas que dava para fazer uma escalada à la Tom Cruise, foram movimentos muito interessantes. Sainda disto, começavam a regletera, mas nada demais. A enfiada era bem protegida, exceto por um pequeno esticãozinho antes da parada, foi lindo escalar um quase esportivo com o chão a centenas de metros de vc, me dei conta disso quando dei segurança para o segundo subir.
Em seguida vem um outra enfiada em 6 sup bastante vertical. O Tacio se incumbiu de escala-la, tomou a ponta da corda e guiou sem vacilar.
Era por volta do meio dia e essas duas enfiadas, na pressão, me desgastou muito, me deixando muito cansado.
Enfim chegara minha vez de guiar e fiz a 7º enfiada já meio que passando mal, tanto que nem vi direito as proteções a acabei pulando umas sem querer no total sangue de piguim. Cheguei na oitava parada morto e durante a segurança que fazia para o Leo, eu acabava caindo no sono e só retezava quando ele gritava de baixo... olha a corda!! Quando ele chegou na parada, deixei para ele a tarefa e dar segurança e enquanto ele fazia isso eu dormi tão profundo que cheguei, segundo o Leo, a roncar.
Como eu fiquei por último na oitava parada, escalei a nona enfiada de terceiro e guiei a décima e última enfiada. Foi a enfiada mais fácil e mais empolgante pois a cada proteção mais perto do merecido cume estávamos. Chegamos ao cume às 16:00 e tivemos que comemorar rápido, pois o sol estava baixo e às 17:30 já estava escurecendo.
Fizemos um rapel muito eficiente e só tivemos problemas quase no chão, quando a corda enroscou uma laca. Tocamos o solo às 19:30, totalizando 11 horas de uma escalada eletrizante e empolgante, de pura parede vertical e muito visual. A via Evolução é graduada em 5º VIsup E2. 320 mts.
Terminada a parte vertical, só faltava vencer a trilha de volta na escuridão, e isso não foi fácil pois nos perdemos no bananal e só foi através do GPS que conseguimos sair. No total foram mais duas horas de trilha. Chegamos exaustos, famintos e desidratados ao carro, porém estavamos super felizes, pois a via havia valido a pena.
Vou postar algumas fotos para que elas digam melhor do que eu como foi escalar o Pedrão.
Dei uma super recaída nos estudos, talvez desanimado por ter ido mal numa prova de conhecimentos pedagógicos num concurso para professor. Achei injusto pois somos obrigados a fazer uma prova super dificil para ganhar uma miseria. R$ 15 a hora!
Combinei de na segunda feira à noite encontrar com o Leo que vinha de São Bento do Sapucaí sozinho, no Hotel na entrada de Pedralva, e fui como Tacio pela Fernão Dias saindo de Bragança.
No caminho aproveitamos para conhecer a Pedra de São Domingos, que tem uma via dificil na qual passamos uma perrenguinha, principalmente pq a rocha estava muito cheia de limo e os lances da via eram em aderência. Acabei não gostando muito, até por que o acesso é por cima e temos que primeiro fazer o rapel para depois escalar.
Tudo bem, o que eu queria mesmo era escalar o Pedrão de Pedralva, fazer a via Evolução, de 10 enfiadas e 320 mts de escalada em livre.
E lá fomos nós.
Encontramos com o Leo como no combinado. Jantamos no hotel e fomos dormir cedo. No dia seguinte, após um rápido café da manhã, pegamos o carro e fomos para a estrada. Chegamos ainda cedo até o sitio onde fica o acesso ao Pedrão.
Cruzamos a cerca e começamos nossa caminhada de aproximação, que levou a manhã inteira.
Simplesmente tomamos o pior caminho possivel, atravessamos brejos e montes de capim gordura impenetráveis. chegamos na base da via e quando o Leo começou a guiar, logo percebemos que aquela não era a evolução, mas sim uma via de 6º grau ao lado que estava incompleta.
Só assim fomos mais para o mato e enfim chegamos na Evolução, mas já era meio dia, e não dava mais tempo para tentar, apesar de termos pelo menos feito uma escalada até a primeira parada.
Foi então que decidimos aproveitar o resto do dia para encontrar um caminho melhor e foi o que fizemos, gravamos a rota no gps do Tácio para voltar no dia seguinte sem perder tempo na aproximação.
Dormimos esta noite na casa do Leo em São Bento, muito show por sinal, deu uma super vontade de pegar umas aulas e ficar morando lá.
Acordamos as 5 da manhã, tomamos um café da manhã carboidratado (miojo) e fomos para Pedralva no frio da manhã.
Chegamos à 7 na fazendinha e fomos direto na trilha marcada pelo GPS no dia anterior percorrendo o caminho para chegar até a base da via em uma hora e começando a escalar às 8:30 da manhã.
Logo começamos a progredir. Fizemos um esquema de cordada de três. Um primeiro guia até a parada, monta uma equalização com uma fita e três mosquetões e faz segurança para um segundo que tira a corda do alto e passa a corda de baixo, que vêm atada no terceiro nas costuras, que são tiradas somente para o terceiro que depois vai sacando a proxima enfiada.
Assim fomos progredindo, muito rápido, pois nos mostramos ser uma cordada muito eficiente e entrozada. O Problema era que no croquis da via, os lances de 3 grau pareciam de 4 e os de 4 pareciam um 5. Isso não era um problema para essas graduações mais faceis, entretanto o crux da via estava graduado em 6 sup, então eu torci para que não fosse então um 6 sup mineiro, ou seja uma sétimo grau, pois em parede uma graduação dessas não é nada mole.
Enfim a escalada foi se desenrolando, até que chegamos num buraco chamado de forninho no Croquis. Eu fui o último a chegar, já estava com o rack equipado e comecei a guiada mais dificil, sem querer.
A saida é um lance muito esportiva, com um tetinho com agarras boas que dava para fazer uma escalada à la Tom Cruise, foram movimentos muito interessantes. Sainda disto, começavam a regletera, mas nada demais. A enfiada era bem protegida, exceto por um pequeno esticãozinho antes da parada, foi lindo escalar um quase esportivo com o chão a centenas de metros de vc, me dei conta disso quando dei segurança para o segundo subir.
Em seguida vem um outra enfiada em 6 sup bastante vertical. O Tacio se incumbiu de escala-la, tomou a ponta da corda e guiou sem vacilar.
Era por volta do meio dia e essas duas enfiadas, na pressão, me desgastou muito, me deixando muito cansado.
Enfim chegara minha vez de guiar e fiz a 7º enfiada já meio que passando mal, tanto que nem vi direito as proteções a acabei pulando umas sem querer no total sangue de piguim. Cheguei na oitava parada morto e durante a segurança que fazia para o Leo, eu acabava caindo no sono e só retezava quando ele gritava de baixo... olha a corda!! Quando ele chegou na parada, deixei para ele a tarefa e dar segurança e enquanto ele fazia isso eu dormi tão profundo que cheguei, segundo o Leo, a roncar.
Como eu fiquei por último na oitava parada, escalei a nona enfiada de terceiro e guiei a décima e última enfiada. Foi a enfiada mais fácil e mais empolgante pois a cada proteção mais perto do merecido cume estávamos. Chegamos ao cume às 16:00 e tivemos que comemorar rápido, pois o sol estava baixo e às 17:30 já estava escurecendo.
Fizemos um rapel muito eficiente e só tivemos problemas quase no chão, quando a corda enroscou uma laca. Tocamos o solo às 19:30, totalizando 11 horas de uma escalada eletrizante e empolgante, de pura parede vertical e muito visual. A via Evolução é graduada em 5º VIsup E2. 320 mts.
Terminada a parte vertical, só faltava vencer a trilha de volta na escuridão, e isso não foi fácil pois nos perdemos no bananal e só foi através do GPS que conseguimos sair. No total foram mais duas horas de trilha. Chegamos exaustos, famintos e desidratados ao carro, porém estavamos super felizes, pois a via havia valido a pena.
Vou postar algumas fotos para que elas digam melhor do que eu como foi escalar o Pedrão.
Leo e eu no cume do Pedrão de Pedralva (detalhe). Foto do Tacio.
Eu escalando não sei qual enfiada. Foto Tacio.
Leo Escalando de segundo com corda de cima e pra baixo.
Lance bastante vertical. Abaixo as árvores pareciam brócolis.
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