Algumas semanas atrás, me dediquei a escrever dois artigos curiosos sobre montanhismo. O primeiro deles, intitulado "Antes da revolução cubana, Che Guevara se dedicou ao montanhismo", conta uma história que descobri recentemente que afirma que o médico e guerrilheiro argentino logrou escalar a segunda montanha mais alta do México, o Popocatéptl, que tem 5420 metros de altitude.
Fui massacrado e sofri cancelamento por escrever uma matéria de curiosidade sobre Che Guevara que é ícone da esquerda. No entanto, decidi não responder nenhum comentário e nem mensagens que me foi enviada. Já que no próprio texto não há nenhuma menção à ideologia de esquerda, tão pouco o foco não é relacionado a nenhum episódio político envolvendo o revolucionário, que na época ainda era um médico argentino que morava na cidade do México.
Poucos dias depois, escrevi um segundo texto: "Hans Ulrich Rudel, piloto da Luftwaffe e montanhista que encontrou ruínas incas nos Andes". Em comum com o primeiro texto, é uma história de um homem que lutou numa guerra defendendo um lado que ocasionou coisas horríveis. Neste caso, o nazismo. Rudel foi julgado, mas absolvido por crimes de guerra. No entanto, mesmo tendo se livrado da pena de morte, ele ajudou na fuga de um dos maiores criminosos do holocausto, o médio alemão Josef Mengele, que veio a morrer no Brasil. Condenável? Com certeza, mas o artigo não focou nesta faceta do nazista escalador que realizou seus feitos sem uma das pernas, amputada na guerra. O texto novamente era uma curiosidade histórica sobre um personagem da direita e não uma doutrinação nazista e como esperado ninguém me criticou, se ofendeu ou se revoltou por isso.