Tenho escrito pouco no blog e o motivo disso é que estou estudando bastante. Não deixei de ir pra Serra, só que minhas motivações mudaram. Ao invés de buscar superar limites, estou indo a procura de falhas e das amostras da minha pesquisa de doutorado. Não que eu ache que isso é menos do que eu fazia, pelo contrário, continuo andando bastante, aprendendo muito e carregando muita pedra.
Na última vez que fui para a Serra, na companhia do Parofes, eu não fui para as montanhas, estive na verdade na base delas, procurando as rochas que serão amostras nesta pesquisa.
Se tem gente que acha que carregar pedra nas costas é dificil, às vezes não sabe como é dificil extrair uma amostra quando ela é maciça.
Rocha maciça. Achei que seria moleza quebrar com uma ponteira
Comecei a bater por volta do meio dia, após um tempo procurando um afloramento que pudesse atender minhas exigências.
Logo após pedir permissão a um morador local, comecei a tentativa, sob os olhares curiosos de dois guris, que com um sotaque carregado do Sul me avisaram:
_Vocês não vão conseguir quebrar isso!
Após algumas horas...
E com a companhia destes moleques fui batendo a talhadeira até fazer um buraco na rocha. Pensei que ela pudesse rachar a partir dali, mas nada. Após conseguir deixar a ponteira enfiada na rocha, usei todas minhas forças, mas nada do migmatito rachar... Ô rocha dura! Neste momento, já rindo de mim, um dos piás falou:
_ Se vocês não quebrarem esta pedra, serão os maiores manés do mundo!
Dito e feito, após estar pedendo de goleada, fui dar uma olhada no terreno onde moravam os meninos, e consegui achar uma amostra perfeita (com uns 13 kg) próximo a alguns blocos no chão.
Final do jogo: Pedra 10 x Pedro 1